Oi me chamou Yasmin e pensei em criar esse livro chamado os orixás bora começar falando de oxalá.
A mitologia iorubá conta que Olódùmarè (também chamado de Olorum - Deus) deu a Oxalá a missão de criar o universo. Oxalá foi o primeiro orixá e é o criador de tudo, inclusive dos seres humanos (que foram criados a partir do barro). A esposa de Oxalá é Iemanjá, juntos tiveram os outros orixás.
Oxalá é considerado o pai de todos os Orixás, criado por Olorum juntamente com Iemanjá para desempenhar esse papel. Representado frequentemente como um homem idoso, negro, de barba e vestes brancas, Oxalá é o Orixá do céu, do ar e da paz.
Durante a escravidão, houve um sincretismo entre Oxalá e Jesus Cristo, como forma de preservar as tradições religiosas africanas diante da proibição e perseguição. Apesar das diferenças, as semelhanças entre Jesus e Oxalá, relacionadas à calma, paz e cuidado paternal, levaram à fusão de suas imagens.
As características principais de Oxalá são a paz e a serenidade, sendo considerado o Orixá da espiritualidade. Suas cores são branco leitoso e branco transparente, podendo haver a combinação de preto e branco para representar uma qualidade específica (visão). O símbolo de Oxalá é a pomba branca, e seus elementos são o céu e o ar.
Para compreender Oxalá de uma forma mais completa, fomos conversar com a sacerdotisa Mãe Iná de Oxalá, Yalorixá da religião de matriz africana Nação Cabinda.o dia de oxalá e 21 de março.
Agora vamos falar de yemanja
Iemanjá é uma orixá muito popular nas religiões de matriz africana no Brasil, sendo conhecida como uma divindade dos mares, a mãe dos orixás e a protetora dos marinheiros. O culto a ela é oriundo dos iorubás, que a relacionavam com os rios, a fertilidade e a maternidade.
O culto a Iemanjá foi trazido ao Brasil durante a colonização, com a escravização dos africanos, e aqui se adaptou por meio do sincretismo religioso. Passou a ser relacionada com Iara e representada, por muitos, como uma sereia, além de ser relacionar com a Virgem Maria e outras santas no catolicismo. O Dia de Iemanjá é celebrado em 2 de fevereiro.
Iemanjá é uma orixá que faz parte das religiões de matriz africana no Brasil — como o candomblé e a umbanda —, além de ser originalmente ligada à religiosidade dos iorubás, um povo que habitava a África Ocidental, nos territórios atuais de Togo e Nigéria. Era a divindade dos rios e da fertilidade.
O culto a Iemanjá foi trazido ao Brasil durante o período colonial por meio do tráfico de africanos escravizados e estabeleceu-se aqui. O sincretismo religioso contribuiu para a fixação desse culto, e, atualmente, Iemanjá é um dos orixás mais populares das religiões de matriz africana brasileiras. Seu culto também é encontrado em outras partes da América, sendo conhecida em Cuba como Yemayá, por exemplo.
O nome Iemanjá é um aportuguesamento de uma expressão em iorubá que se referia a essa orixá. A expressão era “Yêyé omo ejá”, traduzida como “mãe cujos filhos são peixes”, numa demonstração da relação desse orixá com a água. Aqui Iemanjá também é conhecida como: Dona Janaína, Senhora das Águas, Mãe dos Orixás, Rainha do Mar, entre outros.
Poderes de Iemanjá
Iemanjá é a Senhora do Mar, portanto, seus seguidores acreditam que ela tem domínio completo sobre o mar, e muitos fazem preces para pedir a permissão dela antes de entrar nas águas salgadas. Além disso, os seguidores de Iemanjá acreditam que ela tem domínio sobre os seres que vivem nessas águas.
Por ser padroeira dos pescadores e marinheiros, acredita-se que ela protege esses grupos sempre que eles estão no mar. Seus filhos também acreditam nos poderes da mãe de trazer boa sorte e protegê-los de todo o mal.
Origem de Iemanjá
Para os ebás, uma nação dos iorubás, Iemanjá era uma orixá ligada com os rios e as desembocaduras, isto é, o encontro dos rios com os mares, além de ter relação com a fertilidade e a maternidade. Também era considerada pelos iorubás a orixá do rio Ogum. Portanto, a conotação de Iemanjá para os iorubás era com a água doce.
Os relatos acerca de sua origem apontam que ela seria filha de Olocum, Senhora do Oceano. Outros relatos afirmam que ela também seria filha de Olorum (também conhecido como Olodumaré), um ser supremo na religiosidade iorubá. Casou-se diversas vezes, a primeira vez, com Orumilá, orixá dos segredos.
O segundo casamento de Iemanjá, por sua vez, foi com Olofin-Oduduá, com quem teve 10 filhos, todos orixás. É por isso que Iemanjá é conhecida como a Mãe dos Orixás. Outra variação dos mitos envolvendo-a aponta que ela era filha de Obatalá e Oduduá, sendo posteriormente desposada pelo irmão, Aganju, e, com ele, ela foi obrigada a ter 10 filhos orixás.
Um outro mito ainda conta que ela decidiu abandonar a terra onde morava contra a vontade de Olofin-Oduduá. Em resposta a isso, um grande exército foi organizado para recapturá-la, mas ela usou um preparo mágico que lhe havia sido entregue por Olocum. Ao usar o preparo, Iemanjá transformou-se em um rio e foi levada ao encontro do oceano.
Existe um mito que sugere a chegada de Iemanjá a Abeocutá, onde ela se casou com Oquerê, um rei local. O casamento ocorreu com a condição que Oquerê não expusesse o tamanho dos seios de Iemanjá ao ridículo. Certo dia, Oquerê chegou bêbado ao seu lar e fez comentários depreciativos sobre os seios de Iemanjá, que então fugiu. Oquerê tentou impedir a fuga de sua esposa, mas Iemanjá foi auxiliada pelo seu filho mais poderoso, Xangô.
Os grandes seios de Iemanjá são um elemento tradicional dessa orixá, reforçando o seu caráter de divindade fértil e materna. Os historiadores afirmam também que a expansão do culto de Iemanjá pela África tenha alcançado Abeocutá por volta do século XIX.
Leia mais: Cultura africana — uma das raízes da cultura brasileira
Dia de Iemanjá (2 de fevereiro)
As oferendas a Iemanjá, durante o dia 2 de fevereiro, são lançadas ao mar.
A importância de Iemanjá para a cultura e as religiões de matriz africana no Brasil deu origem a uma importante celebração para essa orixá. Em 2 de fevereiro, um dos rituais religiosos mais tradicionais do Brasil é realizado em Salvador, no Dia de Iemanjá, uma data em homenagem a essa deusa. A celebração se caracteriza por uma procissão que segue pelas ruas do bairro Rio Vermelho.
Os fiéis oferecem uma série de oferendas a Iemanjá, e acredita-se que as oferendas que não afundam, ou que são trazidas de volta para a terra firme, foram rejeitadas por Iemanjá.
Oferendas a Iemanjá também são práticas do culto à orixá no Rio de Janeiro durante a virada do ano. Também é realizada a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, no Sul do Brasil, representando Iemanjá no sincretismo religioso, também em 2 de fevereiro.
Local de culto a Iemanjá
No culto a Iemanjá, as celebrações ocorrem em locais abertos, como nas procissões mencionadas. A procissão pelas ruas de Salvador, que ocorre em 2 de fevereiro, é parte da celebração e acontece até a chegada ao oceano. No entanto, o culto a Iemanjá também pode acontecer nos terreiros, local de culto tradicional do candomblé, por exemplo.
Leia mais: Diferença entre candomblé e umbanda
O que pode ser pedido para Iemanjá?
Os adeptos das religiões de matriz africana fazem orações e oferendas a Iemanjá como forma de respeito a ela mas também para ter seus pedidos atendidos. Muitos pedem:
proteção de más energias;
boa saúde;
prosperidade nas finanças;
amor;
caminhos abertos na vida;
coisas positivas etc.
Características dos filhos de Iemanjá
Segundo a crença religiosa, os filhos de Iemanjá, isto é, seus seguidores, podem apresentar características como:
empatia e gosto por ajudar os outros;
apreço por itens de luxo;
lealdade;
sensibilidade;
determinação;
ciúme e rancor intensos.
Orações a Iemanjá
Dentro das religiões de matriz africana, existem diversas orações que podem ser feitas para Iemanjá. Vejamos algumas delas:
Oração para obter a benção de Iemanjá
Oh, Iemanjá, Sereia do Mar!
Canto doce, acalanto dos aflitos.
Mãe do mundo tenha piedade de nós!
Bendita são as bênçãos que vem do teu reino.
Meu coração e minha alma se abrem para
Receber as bênçãos de Iemanjá!
Mãe que protege, que sustenta,
que leva embora toda dor
Mãe dos Orixás, Mãe que cuida e que zela
pelos seus filhos e os filhos dos seus filhos.
Iemanjá, tua Luz norteia meus pensamentos
e tuas águas levam minha cabeça.
O DÔ SEI ABÁ!
Oração para obter a proteção de Iemanjá
Divina mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção. Oh, doce Iemanjá, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações. És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade (fazer o pedido). Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz. Que assim seja feita a vossa vontade. Odoyá!
Iemanjá no Brasil
No Brasil, Iemanjá se tornou uma importante divindade dos cultos de religiões de matriz africana. Sua vinda pra cá está relacionada com a escravidão de africanos, responsável pela migração forçada de milhões deles ao Brasil. Entre os escravizados estavam os iorubás, que cultuavam Iemanjá.
Em geral, a presença de Iemanjá no Brasil a ressalta como uma divindade bondosa, protetora e que zela pelos seus filhos, sendo portadora de um grande poder. Além disso, passou a ser retratada como uma mulher negra de seios fartos, e, em algumas representações, possui uma criança no seu colo. A roupa que usa é azul-clara, uma associação direta com a água.
A aculturação que Iemanjá sofreu no Brasil por meio do processo de sincretismo fez com que, muitas vezes, ela fosse representada como uma mulher branca — o que é entendido por muitos pesquisadores como uma manifestação de racismo. Houve também um sincretismo de Iemanjá com o mito da Iara, presente no folclore indígena. Assim, muitas vezes Iemanjá foi retratada como uma sereia.
Seu culto, que era ligado com os rios, passou a ser associado com os mares quando chegou aqui, fazendo com que a concha marítima se tornasse um de seus símbolos. Além disso, o culto a Iemanjá foi sincretizado com o da Virgem Maria, figura de grande importância no catolicismo. O papel de Iemanjá como Grande Mãe se associou com o de Maria, mãe de Jesus. Ela ainda foi associada com Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, entre outras.
Por fim, no Brasil, a associação de Iemanjá com o mar fez com que ela se tornasse protetora dos marinheiros e pescadores. Na crença, todos os que navegam no oceano estão sob sua proteção.
Agora vamos falar de oxum
Oxum é uma orixá feminina venerada nas religiões de matriz africana. Ela é a dona dos rios, das cachoeiras, do ouro, das cores douradas e amarelas, da fertilidade feminina e do amor. Ela teve casamentos com Xangô e com Ogum e um relacionamento com Oxóssi, que resultou no nascimento de Logun-Edé, outro orixá da caça, associado às águas.
Os símbolos de Oxum incluem o abebé (um leque redondo com espelho), a cachoeira, o rio, a galinha da Angola e o pavão. Seus elementos são o ouro, as águas doces, as cachoeiras e os peixes de rio. Seus domínios abrangem a fertilidade, o amor, as crianças, a autoestima e a esperteza.
Os filhos de Oxum são pessoas de personalidade firme e com liderança, trazendo doçura, delicadeza e características amorosas. A oferenda a Oxum pode incluir omolocum, camarão com gengibre e ipetê, preparado com inhames e banana-ouro.
Para melhor entender quem é Oxum, conversamos com Mãe Carmen de Oxum,
Iyalorixá do Ilê Olà Omí Asé Opô Araká.
No Livro Os Orixás, de Pierre Verger, os orixás são apresentados possuindo duas essências: uma histórica e outra religiosa. Isso ocorre porque muitas dessas divindades são ancestrais divinizados. Por isso, há histórias de reis, de sacerdotes, de caçadores e de rainhas que também são histórias de orixás.
Nesse caminho, a Mãe Carmen de Oxum nos contou a história de origem de Oxum. A lenda conta que Oxum foi a primeira Iyalorixá (a primeira Mãe de Santo). Era uma mulher apaixonada pelo sagrado. Para o seu primeiro iaô (iniciado na religião), ela realizou as obrigações (rituais) à galinha de Angola. Por isso, possui, no centro da cabeça, um elevado, que significa a feitura do iaô.
Oxum é sincretizada com Maria, mãe de Jesus, e, consequentemente, com as suas outras nomeações, como Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, entre outras. Essa relação foi estabelecida na época da escravidão, pois os povos africanos não podiam praticar sua religião. Então, foi preciso criar relações entre os orixás e os santos católicos para ser possível fazer os rituais sem que fossem proibidos. Como Oxum é protetora das crianças e é muito associada à fertilidade e ao amor, a sua relação foi estabelecida com Maria, mãe de Jesus, que possui características parecidas.
Agora vamos falar de Iansã
"Iansã (Oyá) é uma orixá guerreira muito associada aos ventos, às tempestades e aos rituais funerários, e casada com Xangô.
Iansã é associada ao rito funerário Axexê e guia os espíritos dos mortos para o Órum. Sua história envolve mitos sobre sua relação com Ogum e Xangô. Ela é a mãe de nove filhos e é sincretizada com Santa Bárbara.
Características de Iansã incluem audácia, força feminina, e ela é a deusa da resolução. Suas cores são branco, vermelho ou rosa e seus símbolos incluem espada, erexin (rabo de cavalo) e elementos como ventos e tempestades.
"Iansã é cultuada no candomblé, na umbanda e em outras religiões de matriz africana. A diferença entre as formas de culto reside nas interpretações dessas religiões sobre os orixás. No entanto, em todas as tradições Iansã é reverenciada como a representação da força feminina, da liberdade e da capacidade de ser tanto brisa como tempestade.
Para compreender Iansã de uma forma mais completa, fomos conversar com Mãe Lindete de Oyá, iniciada no culto aos orixás há 41 anos. Ela é Ìyálórìṣà do ilê Àṣẹ Ọya Onilawo na Cidade Ocidental-GO e filha do Àṣẹ Òpó Àfonjá, Rio de Janeiro."
Iansã é cultuada no candomblé, na umbanda e em outras religiões de matriz africana. A diferença entre as formas de culto reside nas interpretações dessas religiões sobre os orixás. No entanto, em todas as tradições Iansã é reverenciada como a representação da força feminina, da liberdade e da capacidade de ser tanto brisa como tempestade."
"Iansã (Oyá) é a orixá dos ventos, tempestades e dos rituais funerários. Para compreender melhor essa orixá, conversamos com Mãe Lindete de Oyá, iniciada no culto aos orixás há 41 anos. Ela é Ìyálórìṣà do ilê Àṣẹ Ọya Onilawo na Cidade Ocidental-GO e filha do Àṣẹ Òpó Àfonjá, Rio de Janeiro.
Mãe Lindete de Oyá nos contou que Iansã é um deusa guerreira, destemida e obstinada. Ela, em alguns momentos, age intensa como uma búfala, em outros, delicada como uma borboleta.
Iansã teve o orixá Xangô como grande amor e com ele se casou. Iansã também tem histórias que contam a sua relação com os mortos e com o rito funerário do Axexê, que é a cerimônia fúnebre realizada no candomblé. A depender da tradição da casa, esse rito pode ganhar outros nomes.
O Axexê é feito quando um filho de santo (praticante da religião) morre, para que seu espírito retorne ao Orum (mundo metafísico onde estão os orixás). A orixá responsável por acompanhar os espíritos nessa passagem é Iansã."
Agora vamos falar de oba
Na sua mitologia de origem, Obá pode ser vista como um interessante orixá que se alterna entre a força de uma guerreira e a ingenuidade de uma apaixonada. Isso porque vemos que sua trajetória é marcada por essas duas situações curiosamente distintas. Em suma, Obá é conhecida como um orixá muito poderoso e que, mesmo sendo feminina, tinha força suficiente para vencer vários orixás masculinos durante uma luta.
Contrastando com sua força, Obá vivia uma imensa angústia por sentir que Xangô, seu marido, tinha maior predileção pelas suas outras duas esposas: Iansã e Oxum. Por muito tempo, ela se esforçou em chamar a atenção do marido preparando deliciosos pratos que pudessem aumentar seu apreço. Entretanto, Xangô era mais próximo a Iansã durante as guerras e não resistia aos mimos de Oxum.
Um dia, cansada de se sentir em condição subalterna, Obá resolveu perguntar a Oxum qual era o segredo que mantinha o poderoso rei encantado por ela. Percebendo a fraqueza da esposa rival, Oxum inventou que ela preparara um amalá (prato bastante apreciado por Xangô) e que nele misturara a sua orelha em prova de devoção e profundo afeto ao esposo.
Ansiosa, ela preparou o amalá e decepou a própria orelha na esperança de enfeitiçar Xangô. Contudo, ao oferecer o prato, Xangô ficou muito furioso e enojado quando percebeu que a orelha de Obá se encontrava misturada ao amalá. Desesperada com a reação do marido, Obá percebeu que tinha sido vítima de uma tramoia ao ver que Oxum havia tirado o seu turbante e ostentava as suas orelhas completamente intactas.
Mesmo tendo sido enganada, a insensatez de Obá despertou a ira de Xangô. Expulsas do reino de Oyó, Obá e Oxum se transformaram nos dois rios que levam os seus nomes. Dessa forma, Obá é uma divindade sempre associada à força de transformação das águas revoltas. No continente africano, o encontro entre os rios Obá e Oxum simboliza a verificação do mito que explica a rivalidade entao e divindades.
Nos terreiros em que Obá se manifesta, suas devotas dançam com uma das mãos ou um pano encobrindo uma das orelhas. Em sua arquetipia, as pessoas pertencentes a esse orixá são muito zelosas e se determinam em alcançar os seus ideais. Entretanto, a sua determinação acaba sendo prejudicada pelo ciúme excessivo, a agressividade, a frustração e a ingenuidade.
Agora vamos falar de nana
Nanã é um importante orixá feminino relacionado com a origem do homem na Terra. O seu domínio se relaciona com as águas paradas, os pântanos e a terra úmida. Do ponto de vista divino, sua relação com o barro, mistura de água e terra, coloca essa divindade nos domínios existentes entre a vida e a morte. Isso porque a água é o elemento que se liga à vida e a terra, à morte. É daí que compreendemos o seu trânsito entre essas duas poderosas realidades.
O mito de Nanã apareceu quando Olorum encarregou Oxalá da missão de fazer o modelo que daria forma ao homem. Entre tantas alternativas, o orixá encarregado tentou fazer uso do vento, da madeira, da pedra, do fogo, do azeite e até do vinho. Contudo, apesar de tanto esforço, ele percebia que nenhum material era maleável o suficiente para que ele executasse a tarefa. Foi quando Nanã retirou uma porção de barro do fundo do lago em que morava.
Utilizando aquele material, Oxalá conseguiu finalmente dar forma ao homem. Logo em seguida, Olorum pegou o modelo e com um sopro lhe concedeu força vital para realizar tarefas. Depois disso, os outros orixás se encarregaram de ajudar o homem a povoar as terras do mundo. Sendo feito de um elemento que pertence à Nanã, os homens têm que morrer. Afinal de contas, ela cobra de volta aquilo que um dia ofereceu para que o homem viesse a existir.
Ligada ao princípio e ao fim da existência, Nanã é costumeiramente reverenciada com cânticos que rogam pela extensão da vida e o adiamento da morte. Em alguns rituais, Nanã é evocada pelas mulheres que apresentam dificuldade para engravidar. Quando tem o seu pedido atendido, essas mães costumam acrescentar o nome da deusa no nome de seus filhos. Esse seria um gesto de gratidão que também reforça o poder de vida ligado a esse importante orixá.
Os cultos de adoração à Nanã estão cercados de todo um cuidado. Os envolvidos devem estar livres de Grande-Mãe ocupa em outra qualquer tipo de prática que seja vista como impura. Não raro, os participantes ficam um tempo sem praticar sexo ou consumir drogas. Em seu culto observamos que o ibiri (espécie de vassoura produzida a partir das folhas da palmeira) é o objeto que solenemente indica a sua presença. De forma comparativa, podemos ver que Nanã ocupa um espaço simbólico semelhante ao que a lendária
Agora vamos falar de ewa
Conhecida por sua aparência exótica, Ewá é também símbolo da beleza e sensualidade, mas nunca se entregou a nenhum homem, se conservando casta e se tornando protetora de tudo que é virgem e puro, desde o ser humano até mesmo as florestas e rios.
Não confunda pureza com ingenuidade, pois essa Orixá é muito astuta e esperta, por isso não queira nunca despertar a sua ira. Às vezes é confundida com Oxumaré, assim ela costuma ser cultuada juntamente com seu irmão e os dois são responsáveis pela energia do arco-íris. Ela também possui a serpente como seu símbolo, só que em tamanho menor que a de Oxumaré.
Ewá é uma Orixá mais tradicional no Candomblé do que na Umbanda. Sua principal força vem da Nigéria, onde existe um rio com seu nome. Ela é regente da neblina e dos nevoeiros, e quem a desafia costuma se perder na vida e nunca mais consegue encontrar o seu caminho. Mulher guerreira e de grande sabedoria, Ewá não possui medo da morte e já a enganou diversas vezes. Algumas de suas lendas diz que ela habita também regiões de cemitério, onde se sente em paz e consegue se manter afastada de Ifá e de Xangô.
É de tradição também que ela suba somente na cabeça de mulheres, portanto ela se apresenta somente em filhos de santos femininos. Seus símbolos mais comuns são: o Ofá usado em guerra, o arpão, a cobra e a lira.
Agora vamos falar de Oxumarê
O Orixá Oxumaré (também conhecido como Oxumarê) representa a cobra arco-íris, que traz as características do animal como a mobilidade, agilidade e destreza. Ele mora no céu e viaja através do arco-íris para a Terra. Além disso, ele representa a fortuna, abundância, prosperidade e riqueza que são realizações importantes para o seu povo.
Oxumaré é o caminho da felicidade e ele, e outros Orixás podem de ajudar em qualquer que seja o assunto que necessita. Confie na energia natural desses seres divinos e veja o que eles tem a dizer sobre sua vida e seu futuro por meio do jogo dos Búzios.
Na língua iorubá (yorubá), falada por muitos povos na África, seu nome tem uma grafia diferenciada, Òsùmàrè. No Brasil, o Orixá é conhecido com representatividade masculina embora algumas pessoas o relacionem a Oxum. Porém, sua conexão com o universo feminino se dá através da sua irmã gêmea, Ewá e em diversas representações ele, como uma cobra, enrola-se ao redor do corpo dela para protegê-la.
Oxumaré representa a junção entre o masculino e o feminino, união que possibilidade a existência da vida, a água e a terra, a mortalidade e a imortalidade e tudo o que é duplo, ambíguo e opostos que se complementam. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra com a sua cauda e assegura a integração do planeta e a renovação do universo regendo as transformações.
Agora vamos falar de logum Ede
Especula-se que Logunedé tenha origem na nação Efã, região situada na Nigéria, sendo assim o príncipe desta. Daí que a expressão "filho do príncipe", seja popular dentro de inúmeros terreiros de candomblé.
Este orixá é jovial, possui grande beleza e tabus, tendo aversão pela cor marrom e vermelha[3]. Diz-se que odeia mentira e confere aos sacerdotes dons psíquicos e êxito na feitiçaria, pois este é um exímio feiticeiro, caçador e orixá encantado, sendo o único Aboró (orixá masculino), a ter afinidade com as mães-ancestrais - as temidas Iami.
É concretizado através de tradição oral, que este orixá agrupa em si a polaridade masculina e feminina - conceito talvez oriundo de influências esotéricas, contudo em sua origem africana, apesar de suas atribuições fluídas, ele possui três esposas - que são citadas em seu oriqui.[2][4]
Logunedé tem como símbolos o Cavalo-Marinho (animal cujo macho transporta os embriões em sua barriga), que ganhara de sua avó Iemanjá, o Pavão - o qual se transmuta assim como sua mãe Oxum, o Lírio, a flor de forte odor - que Oiá o encontrou envolvido quando Oxum o abandonou. É associado também, em seus oriquis ao Leopardo e à guerra, é o orixá que vem na linha de frente nos campos de batalha - e ao mesmo tempo representa o aspecto fluido e diversificado da natureza e de seus reinos.
Quando manifestado em seus eleguns e iaôs, é ornamentado com chapéu de couro ou pano de cabeça - turbante, podendo também usar coroa e o tradicional filá. Porta o espelho (Abebé) e o arco e flecha (ofá), após influência de estrangeiros, tornou-se comum ver o orixá ser vestido com tecidos vermelhos e portanto facão (espada ritualística) - o que no candomblé brasileiro, é incomum - a respeito do tecido vermelho ou de cor escura.
Agora vamos falar de Oxóssi
Oxóssi é o orixá da caça, das florestas e da fartura. Também é conhecido como o guerreiro de uma flecha só por conta da precisão de suas estratégias de caça. Suas histórias trazem lições sobre o trabalho, a família, o compartilhamento e as estratégias de vida. Com um caráter protetor e esperto, Oxóssi traz consigo o arquétipo do homem provedor e cuidadoso.
Oxóssi e suas representações tiveram um papel fundamental na história da diáspora dos povos africanos para o Brasil e outras nações da América. Ele é sincretizado com dois santos católicos a depender da região, pode ser São Jorge (Bahia) ou São Sebastião (Rio de Janeiro).
Seu símbolo é o ofá, um arco e flecha; sua saudação é Okê Arô, que faz referência a sua linhagem nobre no povo de Ketu, localizado onde hoje é a Nigéria. Não à toa, seus filhos costumam ter o comportamento altivo, elegante e mantêm a cabeça aberta para novas ideias, sem abrir mão de seus planos pessoais.
Agora vamos falar de ossaim
Ossaim é um orixá venerado nas religiões de matriz africana, associado às folhas, ervas medicinais e cura. Essa divindade é detentora dos mistérios e segredos ocultos na natureza, sendo reverenciada por seu conhecimento profundo desses elementos. Ossaim desempenha um papel crucial nas religiões de matriz africana, sendo o verdadeiro bruxo e guardião das folhas.
Ele é creditado por fornecer as folhas aos demais orixás, fundamentais para rituais de limpeza e cura. Foi sincretizado com o santo católico São Benedito para que pudesse ser cultuado pelos negros africanos e por seus descendentes, durante o período da escravidão.
Ossaim é um orixá ligado ao mato, às florestas e, principalmente, às plantas e suas capacidades de cura. Para compreender melhor a importância e os aspectos de Ossaim, buscamos a orientação de Dó de Ossaim, yalorixá do terreiro Ilê Axé Ewê, localizado em Salvador, que compartilhou valiosas percepções sobre esse orixá. Veja o que a ialorixá disse ao definir Ossaim:
“Ossaim é um orixá da cura, ele é o verdadeiro bruxo e dono do mato, das folhas. É o orixá que rege o axé porque foi ele que deu as folhas para os orixás, e sem folha não tem orixá.”
Ossaim é um orixá de grande importância para as religiões de matriz africana, pois os procedimentos de limpeza e de cura estão sempre associados às ervas, que pertencem a Ossaim.
Agora vamos falar de xangô
Xangô e o Senhor da Justiça, o Orixá da Lei. Rege os domínios do fogo, expresso nos raios e nas lavas de vulcão. Seu axé está nas pedreiras. É considerado de grande poder, Orixá justiceiro por isso, para se pedir justiça a Xangô é necessário que seja realmente justa a situação, pois ele olhará os dois lados da situação. Por isso, seu instrumento é o Oxé (o machado de duas lâminas). Corresponde a Sexta Linha da Umbanda. É a representação do espírito maduro, grande líder, conhecedor do bem e do mal. Seus filhos geralmente tem o temperamento forte e são realizadores de grandes conquistas.
Na mitologia Iorubá, Xangô foi coroado Rei de Oió e tornou-se ainda Rei de Cossô. Teve três esposas: Oxum, Obá e Inhaça, esta última seu mais intenso amor. Para conquistar Inhaça, Xangô teve que vencer a guerra contra Ogum. Ogum veio com sua armadura e espada e Xangô possuía apenas uma pedra na mão. Mas, a pedra de Xangô era um meteorito que soltava chamas, era pedra de raio (edum ará) e ao atingir Ogum, ele pegou fogo e foi destruído por Xangô, que ganhou assim o amor eterno de Inhaça.
Em outro Itã, Xangô foi convidado a participar de uma cerimônia aos eguns (espíritos dos mortos). Xangô deveria manter segredo sobre o que vira, mas não cumpriu o combinado. Por isso, Xangô ficou proibido de participar de cultos aos eguns e é comum seus filhos odiarem cemitérios e cerimônias fúnebres.
No sincretismo religioso, Xangô representa São Jerônimo, o santo católico que foi responsável por traduzir a Bíblia Sagrada para o Latim. Por tanto, o santo que “escreve a Lei de Deus”. Também é sincretizado com São João Batista, aquele que fora prometido a Deus desde o ventre e batizava nas águas os filhos de Deus. João veio anunciar a chegada do Messias e reconheceu e batizou Jesus Cristo. Foi o último dos profetas. Já São Pedro foi o primeiro discípulo de Jesus e teria recebido dele as chaves das portas do céu, as quais poderiam ser abertas e fechadas com as chuvas e trovões, segundo a vontade de Pedro. A depender da região do Brasil um desses três Santos representam Xangô.
Agora vamos falar de Obaluaê
Obaluaê é o deus iorubá e das religiões afro-brasileiras associado à cura, às doenças, ao respeito aos mais velhos, à terra e à morte.
Também conhecido como Omolu, Obaluaiê, Omulu ou Xapanã, ocupa um lugar de destaque nas práticas religiosas de seus devotos. Sua proteção e intercessão é muito requisitada em momentos de dificuldades físicas e espirituais
O Orixá é saudado com a expressão de origem iorubá Atotô Obaluaê, que significa “silêncio para o grande Rei da Terra”.
Agora vamos falar de Ogum
Ogum é um Orixá que representa a coragem, a guerra, a tecnologia, o trabalho árduo, o ferro, a caça e a agricultura. Segundo Pai Pablo de Ogum, sacerdote do terreiro Luz de Nzambi, com quem conversamos para compreender melhor esse Orixá, Ogum desvendou o segredo do ferro e da agricultura, compartilhando esses conhecimentos com os humanos. Sua história envolve a criação de áreas de plantio, sendo reconhecido como o Orixá que abre caminhos.
Durante a proibição da umbanda, Ogum foi sincretizado com São Jorge devido à semelhança de características guerreiras, permitindo a prática da religião em segredo. Ogum é associado às cores azul ou vermelho, e seus símbolos incluem espada e cachorro. Seus domínios abrangem a guerra, tecnologia, leis, siderurgia e metalurgia, com oferendas como feijoada, farofa de feijão-fradinho e inhame.
dia de culto a Ogum é terça-feira, e a oração inclui pedidos de proteção contra inimigos, armas de fogo e outros perigos. Pai Pablo de Ogum destaca a importância da tradição oral na transmissão das histórias nas religiões de matriz africana e enfatiza que as características dos filhos de Ogum podem variar, não sendo determinadas apenas pelo Orixá.
Ogum é um Orixá que representa a coragem, a guerra, a tecnologia, o trabalho árduo, o ferro, a caça e a agricultura. Para compreender melhor esse Orixá, conversamos com Pai Pablo de Ogum, sacerdote do terreiro Luz de Nzambi.
Antes de tudo, questionamos ao Pai Pablo quem é Ogum. Ele afirmou que Ogum é um dos principais Orixás, ele representa a coragem, a força, a guerra, a tecnologia, a metalurgia, o trabalho árduo e, também, os caminhos, por ser irmão de Exu. É sempre representado como um guerreiro valente e carregando uma espada.
Esses orixás são os mais famosos do mundo, temos 400 orixás no Brasil ou na África esses sãos os mais famosos que tem no mundo temos muitos mais outros agora esse é o livro 1 bora conhecer o livro 2 chamado a umbanda sagrada