Há muito tempo, quando o mundo era jovem e o tempo fluía como uma corrente interminável, o reino de Aeryndal florescia sob a luz de dois sóis gêmeos. Esses sóis, chamados Elytho e Selantha, representavam o equilíbrio entre luz e escuridão, vida e morte. Elytho era calor e criação, enquanto Selantha era sombra e preservação. Mas quando os dois sóis começaram a se apagar, o equilíbrio foi rompido, e o mundo mergulhou em um crepúsculo eterno.
Nesse caos, uma força desconhecida, chamada apenas de O Esquecido, emergiu das sombras. O Esquecido era uma entidade antiga, nascida do vazio entre os sóis, que desejava consumir as últimas fagulhas de luz para consolidar seu domínio. Para isso, forjou uma lâmina chamada Noctha, uma espada viva que sugava o espírito daqueles que tocava, escravizando suas almas ao Esquecido.
Enquanto a escuridão se espalhava, os reinos caíram, e as memórias da luz se tornaram apenas sussurros na mente dos sobreviventes. Mas em meio ao desespero, nasceu uma profecia: quando o último fragmento de luz fosse encontrado, um ser desperto pela vontade dos sóis retornaria para enfrentar o Esquecido e restaurar o equilíbrio.
A história começa com Arthen, um guerreiro sem memória que desperta em uma tumba esquecida, cercado por estátuas quebradas e relíquias corroída. Sua única posse é uma marca em sua mão, pulsando com uma luz fraca que parece querer guiá-lo.
Arthen explora o mundo em ruínas, enfrentando criaturas deformadas pelo poder de Noctha: os Desvinculados, humanos que perderam sua humanidade ao serem tocados pela lâmina. Cada encontro revela pedaços de um mundo perdido — templos dedicados aos sóis, campos de batalha onde exércitos inteiros caíram, e ecos de vozes que falam de traições e sacrifícios.
Em sua jornada, Arthen encontra uma figura misteriosa chamada Nytha, uma antiga sacerdotisa de Selantha. Ela explica que Arthen não é um homem comum, mas uma Centelha Viva, uma parte da essência dos sóis gêmeos que tomou forma humana. Seu objetivo é reunir os fragmentos de luz espalhados pelo mundo e confrontar o Esquecido, selando Noctha para sempre.
Arthen e Nytha viajam para três locais sagrados, cada um guardando um fragmento da luz perdida:
Primeiro é a Fortaleza de Ashkren, onde um antigo cavaleiro, agora transformado em uma armadura viva, guarda o fragmento de Elytho.
Depois tem a floresta de Sylintha, onde espíritos corrompidos de antigos sacerdotes protegem o fragmento de Selantha.
E então, as Cavernas de Lenthar, onde um dragão petrificado mantém o último fragmento.
Cada fragmento exige não apenas força, mas também um sacrifício emocional. Arthen descobre que cada inimigo derrotado é uma parte de si mesmo que ele perdeu ao longo das eras. Ele enfrenta dúvidas: seria ele apenas uma arma criada pelos sóis? E se restaurar o equilíbrio significar sua própria destruição?
Ao reunir os fragmentos, Arthen percebe que a luz e a escuridão não podem existir sem o outro. A profecia nunca foi sobre destruir o Esquecido, mas aceitá-lo como parte do equilíbrio.
No coração de Aeryndal, Arthen enfrenta o Esquecido em uma catedral em ruínas, onde o céu é um puro abismo de trevas. O Esquecido tenta manipular Arthen, oferecendo-lhe o poder para recriar o mundo à sua própria imagem. Mas Arthen resiste, percebendo que seu papel não é moldar o mundo, mas libertá-lo.
A batalha é épica. Noctha, nas mãos do Esquecido, fere Arthen profundamente, quase consumindo sua Centelha. Mas Arthen, com os fragmentos reunidos, transforma sua marca na Lâmina do Crepúsculo, uma arma que equilibra luz e sombra. Ele destrói Noctha e sela o Esquecido no vazio, mas à custa de sua própria existência.
Com a batalha encerrada, os dois sóis gêmeos brilham novamente, e Aeryndal começa a se regenerar. Nytha, agora a última guardiã da luz, escreve os eventos em um tom sagrado, para que o sacrifício de Arthen jamais seja esquecido.
Arthen, porém, não desaparece completamente. Sua essência se dispersa pelo vento, e em cada raio de luz ou sombra projetada, ele vive como o equilíbrio eterno.
Assim termina a lenda do Crepúsculo Perdido, não como uma vitória ou derrota, mas como uma aceitação de que a vida é tanto luz quanto escuridão, eternamente entrelaçadas.
Fim..?
Eu estava jogando Dark Souls ontem, aí me deu vontade de criar um conto inspirado no jogo... Aí está. Espero que gostem.