Valeri narra:
Não podia acreditar em tudo o que Malika me contara. Ela havia passado por muitas coisas. Agora eu entendo por que ela não se animava a falar comigo, e muito menos acordar. Ela não confiava em mim.
Eu - Lamento que tenhas passado por tudo isso.
Malika - Não tens nada que lamentar, pois graças a essa traição, pude conhecer minha mãe, meu irmão e obtive poder.
Eu - Oi, há algo que não me disseste.
Malika - Já sei que perguntarás, e não, não te direi. Tu e ele terão que se encontrar, se é que já não o fizeram.
(Malika não contou a Valeri que ela estava destinada a ser a companheira do Alfa dos Alfas).
Eu - Mas voltaste a encontrar o teu outro companheiro.
Malika - Sim, como te disse, cinco anos depois desse ataque, numa missão que eu tive, encontrei-o, e digamos que não foi um bonito encontro.
Eu - E em todas as tuas vidas passadas sempre o encontraste.
Malika - Sim, depois da minha morte, demorei 600 anos a reencarnar. Cada vez que reencarnava, ele já tinha vivido pelo menos cem anos. Agora, não sei quantos anos ele tem.
Eu - Então, a tua mãe deu-te um companheiro eterno! Isso quer dizer que ele será meu companheiro!
Malika - Hahaha, acalma-te! E sim, isso é óbvio, já que tu és a minha portadora e o portador dele será o teu companheiro destinado.
Eu - Espero não encontrá-lo em breve, mas diz-me como ele é.
Malika - Querida, isso tens que descobrir por ti mesma. E por agora, é tudo o que tenho a dizer-te.
Quando abri meus olhos, percebi que já era dia e que eu estava atrasada para o treino, então levantei, tomei um banho rápido, me arrumei e desci. Ao chegar, meu pai me interceptou.
Papai H— Você se atrasou e seus irmãos não conseguiam acordá-la, então disseram que você deveria ir sozinha, esse é o seu primeiro castigo.
Eu— Desculpe-me, pai. Aceito o castigo e agora preciso ir antes que me atrase ainda mais.
Peguei uma maçã, beijei meu pai e fui correndo para a sala de treinamento, que, aliás, estava longe. Quando cheguei, consegui ver todos treinando e meu irmão mais velho vindo em minha direção.
Victor— Bom dia, Valeri.
Eu— Bom dia. Sinto muito, eu dormi demais.
Victor— Nossa, você tem um sono pesado. Tentamos por meia hora te acordar e não conseguimos. Não podíamos esperar por você, porque precisamos chegar antes. Então, como castigo, você terá que dar vinte voltas por toda a sala de treinamento.
Eu— Não poderia ser menos? Vamos, sou sua irmãzinha. (Falei com uma carinha fofa)
Victor— Não, Valeri. O fato de eu ser seu irmão não significa que você tenha privilégios. Você precisa conquistá-los com esforço, é assim que as coisas funcionam aqui.
Eu sabia que Victor estava certo, mas tinha que tentar, então me preparei para cumprir meu castigo. Depois de uma hora, eu havia terminado. Demoraria mais, já que a sala era bastante grande, mas eu era rápida e consegui terminar rapidamente, embora estivesse muito cansada, já que fazia tempo que não corria tanto.
Fernando— Nossa, você parece terrível. Hahaha.
Eu-Ja-ja— parece engraçado me ver assim.
Fernando— Realmente é engraçado, mas não queria te ver assim, por isso tentei te levantar e não consegui. Aqui, toma água (passa uma garrafa de água).
Eu-Ja-ja— Obrigada.
Fernando— Hey, me diz o que você disse para deixar o Vic chateado.
Eu-Ja-ja— Ele está chateado?
Fernando— Sim, muito. Pobre de quem cruzar o caminho dele hoje.
Eu-Ja-ja— Só pedi para ele pegar leve com a minha punição, já que ele é meu irmão.
Fernando— Agora entendo por que ele está tão chateado. Val, você precisa conhecer melhor o Vic.
Eu-Ja-ja— O que você quer dizer?
Fernando— Ele é diferente quando está fora de casa. Antes, você não notava porque só o via em casa ou às vezes na escola, mas você não sabia nada sobre o que somos.
Eu-Ja-ja— E o que isso tem a ver?
Fernando— O Vic passou por muitas coisas e, acima de tudo, é nosso Beta. Você tem que ter respeito por ele, mesmo sendo seu irmão, e não pode tratá-lo como faz em casa.
Eu-Ja-ja— Não entendo por quê.
Fernando— Ele tem que mostrar que tem autoridade, já que é a mão direita do nosso Alfa.
Eu-Ja-ja— É tudo muito confuso agora. Não posso tratar meu irmão como irmão, como devo tratá-lo?
Fernando— Trate-o como os outros tratam. Isso aprendi por experiência. Quando tiver algo para dizer a ele, dirija-se a ele como o Beta Victor.
Eu-Ja-ja— Vejo que há muitas coisas que tenho que aprender aqui.
Fernando— Sim, há, mas não se preocupe. Estarei aqui para te ajudar.
Eu-Ja-ja— Por que você ainda insiste em me chamar de "enana"?
Fernando – Desculpa, mas é que você é mais baixinha do que eu, hahaha.
Eu – Para de rir, além do mais você só é mais alto que eu por dois centímetros.
Fernando – Hahaha, dois são dois. Bom, o Beta Victor mandou treinar luta corpo a corpo com você, uma vez que você terminar sua punição.
Eu – Então vamos, já terminei.
Fernando – Excelente. Tente me dar um soco.
Eu – Sério?
Fernando – Sim, não tenha medo e não ofereça resistência, dê o seu melhor.
Eu – Tudo bem, mas não chore depois.
Fernando – Hahaha, tudo bem, mas não reclame quando não conseguir.
Passei quase o dia todo tentando acertá-lo, mas não conseguia, ele esquivava dos meus golpes e era mais rápido do que eu. Além disso, percebi que ele não me golpeava de volta em nenhum momento, até que, em uma tentativa, ele segurou meu punho.
Fernando – Valeri, se quiser me acertar, terá que se esforçar mais. Só não te acertei porque você não sabe se defender, mas isso mudará amanhã, quando terá que aprender a se defender e desviar dos golpes.
Ele me disse isso tão sério, nunca tinha o visto falando assim, pois sempre estava sorrindo.
Fernando – Desculpe falar desse jeito, hehehe, mas sou levado a sério quando treino.
Enquanto me dizia isso, acariciava a parte de trás do seu pescoço e me sorria, ao que eu apenas disse:
Eu – Não se preocupe, acho que tenho que conhecer melhor os meus irmãos, já que quando estão fora de casa são diferentes. (disse sorrindo de lado)
Fernando - Bom, a pessoa que você precisa conhecer melhor é o Vic. Eu sou o mesmo dentro e fora de casa, a diferença é que quando eu treino, não é um jogo ou uma piada, porque saber lutar e se defender é fundamental em nossas vidas, já que você nunca sabe quando alguém vai querer atacar você.
Eu - Uau, você está certo. Agora tenho mais motivos para melhorar. Não quero ser um fardo para o Victor, para os meus pais, para você ou para ninguém. Obrigado por ser um ótimo irmão, Fer.
Eu abracei meu irmão com força e ele me abraçou de volta.
Fernando - Bem, isso é tudo por hoje. Vá se trocar para irmos para casa.
Concordei e fui em direção aos vestiários. Quando estava saindo, duas garotas bloquearam meu caminho e disseram:
XX - Ei, você. Qual é a sua relação com Fernando?
Eu tinha esquecido que ninguém sabia que éramos irmãos, então respondi:
Eu - Não tenho que te dizer nada. Tudo o que vou dizer é que somos muito próximos. Mas se você quer saber, pergunte a ele.
XX - Não se ache tanto, idiota. Vou te dar um aviso, e não me importa se você é próxima dele ou não: afaste-se dele. Ele é meu, e se você não o fizer, vou te dar a pior surra da sua vida.
Eu - Faça isso. Vamos ver quem sai perdendo.
As garotas começaram a se aproximar de mim, mas ouvi uma voz atrás de mim que me fez sorrir.
XX - O que está acontecendo aqui, Lola?
Lola - Fernando, essa garota tentou me bater. Só estava me defendendo.
A tal Lola se jogou nos braços de Fernando, não podia acreditar no quão mentirosa era, mas a deixaria em evidência, então coloquei minha carinha triste. Sabia que meus irmãos não gostavam de me ver chorar e muito menos de alguém me fazer chorar.
Eu - F-fer, eu não fiz nada, elas duas estavam me ameaçando e não queriam que eu ficasse perto de você.
Depois de terminar de dizer isso, algumas lágrimas começaram a aparecer nos meus olhos. Vi que Fer estava mais do que indignado, então empurrou a tal Lola e me abraçou.
Fernando - Calma, não chore, você sabe que não gosto de te ver chorar.
Eu enxuguei as lágrimas do meu rosto e olhei para aquelas garotas, aterrorizada. Com uma voz que assustava, Fer disse a elas:
Fernando - Se eu voltar a ver ou souber que vocês estão importunando ela novamente, vão se arrepender. Não vou ligar para quem são! ME OUVIRAM!
As duas estavam tremendo de medo, e eu só olhava a cena, surpresa, quando, de repente, alguém abriu a porta.
Victor - O que está acontecendo aqui?
Fernando - Beta, Lola e María estavam importunando Valeri, e eu não ia permitir isso.
Victor se aproximou de mim ao perceber que eu estava chorando e me perguntou:
Victor - Pequena, você está bem? Elas não te machucaram?
Eu não sabia como abordá-lo, então apenas fiz que sim. Ele suspirou e se dirigiu a Lola e à tal María:
Victor - Não vou tolerar esse tipo de comportamento. Espero que estejam prontas para serem punidas.
Pude ver que meus irmãos tinham um grande poder de intimidar as pessoas quando falavam, eles estavam me defendendo e isso sempre me comovia, então comecei a chorar novamente e percebi que na verdade não conhecia meus irmãos e isso me doía, então precisava conhecê-los melhor.
Fernando - Val, você está bem, não tenha medo, não vamos deixar que te façam mal.
Victor - Vocês! Fora daqui. Mais tarde eu cuido de vocês. Pode ter certeza!
As duas garotas foram embora, mas antes disso olharam para mim com ódio, mas sinceramente não me importava mais. Eu só pensava que precisava conhecê-los melhor.
Victor - Pequena, não chore, não vai acontecer de novo!! Fernando, o que você estava fazendo? Por que não estava com ela? Você sabe que ela ainda não sabe se defender bem!
Fernando - Ei, eu estava com ela, mas ela foi se trocar e eu não pude entrar com ela. Mas depois percebi que ela estava demorando, então decidi verificar o que estava acontecendo. Foi quando eu as encontrei! (suspirou) Felizmente, cheguei antes que a atacassem.
Eu abracei os dois, chorando, e eles ficaram surpresos, mas me abraçaram de volta.
Eu - Obrigada por sempre estarem comigo e me protegerem. Eu amo vocês, são os melhores irmãos do mundo.
Fernando - Já, já, nanica, nós também te amamos. Você é nossa irmãzinha, afinal.
Victor - É isso aí. Sempre pode contar conosco. Ah, e por falar nisso, o que foi aquela briga? Eu sei que a Valeri não é de procurar problemas à toa.
Fernando - Bem...
Eu—Elas estão com ciúmes de mim porque viram quando abracei o Fer.
Victor—Ah! É verdade, ninguém sabe que você é nossa irmã, Val. Precisamos deixar isso claro. Não quero que te incomodem novamente, mas vamos falar disso em casa. Vocês duas vão embora agora. Eu tenho que ir falar com o Alfa.
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Atualizado até capítulo 192
Comments
Vivi
amei ❤️ só quero ver a cara das duas quando souberem que são irmãos
2024-04-16
0
Andreza Cristina Cristina
nossa até que horas ela vai falar já já antes da conversa
2024-01-23
0
Sayury Hiroshima Mysaki 🧚🐾
porque toda hora tem ja-ja
2023-08-22
1