Ligação louca - part.2

Vicente – Está bem, calma. Não vou perguntar mais. E, é falta de educação e desconsideração com você se eu não responder a proposta que me ...

Anne – [pensando] Sinto o ambiente ficar abafado, não estou aguentando ficar aqui sentada diante dele e com todas essas pessoas em volta. Então, o interrompo, e digo: “Não precisa dizer nada, já sei que a resposta ... é não. Peço mais uma vez desculpas.”

Vicente – Entendo. E você está certa, minha resposta é não. Não posso casar, e nem quero. Não precisa se desculpar. Posso te ...

Anne – [pensando] O interrompo mais uma vez, e digo: “Ok, concordamos. Não precisa se desculpar.”

Vicente – Me desculpo e não se fala mais nisso. Ok? Agora me deixa te ...

Anne – Ok. Já que tudo foi resolvido, preciso ir. Tenha um bom almoço.

Vicente – Certo, e obrigado.

[pensando] O que houve com ela? Está tão diferente. Sempre me interrompendo, antes ela falava muito pouco, quase não era percebida durante as aulas. Só quando fazia perguntas a turma referente ao conteúdo, ela sempre respondia corretamente.

Isso é tão surpreendente, a aluna aplicada e tímida me pedir em casamento. Hahaha...

Anne – Tchau, professor.

[pensando] Depois de dizer o que queria sinto minha respiração leve e voltar ao normal. Apenas levanto e vou embora, pelo menos esperei a resposta dele. Uffa ... tudo foi resolvido, a única coisa ruim é não poder voltar no tempo para apagar o momento em que propus casamento ao meu professor.

Vicente – ... Ah..., tchau.

[pensando] Ela nem deixou perguntar o por que. Por que me pediu em casamento? Por que será, Anne? Logo você que é tão meticulosa. Bom ... acabou, não assumiremos postos estranhos. Seremos apenas professor e aluna. A ligação louca terminou.

Anne – [pensando] Me sinto melhor, mas agora penso que foi muito brusca. Aah ... não tem problema né, essa ligação louca não tem mais possibilidade de existir, aliás nunca existiu. Só tive um lapso mental ... rsrs ... Vamos esquecer isso, tenho que ter sucesso profissional.

Digo a mim mesmo, em voz baixa, estou dentro do ônibus à caminho de casa: “Um emprego, é a minha prioridade, mãezinha me desculpa, o seu desejo vai ter que esperar.”

...{Ligação}...

...**Carlos**...

Carlos – Alô, Sr. Vicente. Estou ligando para avisar que terá uma reunião em trinta minutos com a equipe estratégica, acabou de ser marcada.

Vicente – Está bom, Sr. Carlos. Obrigado pelo aviso. Daqui a pouco estarei na empresa. Em qual sala será a reunião?

Carlos – No mini auditório do 6° andar.

Vicente – Ok.

[A ligação termina.]

Vicente – [pensando] Se é no 6° andar, posso passar na sala do Auditor Chefe e entregar os documentos que foi me solicitado.

Passa alguns minutos.... em direção a empresa

Vou passar primeiro na minha sala e depois vou para o 6° andar. Chego no hall, e estou à caminho do elevador quando ouço alguém me chamar

Emily – Diretor Vicente, me espera, por favor.

Vicente – [pensando] Apenas olho, e vejo que a Emily. Ela vem em minha direção com um sorriso, será que ela não percebeu ainda que não me interesso por ela ... por mulher nenhuma.

No início achei que ela, era aquele tipo de funcionário puxa saco do chefe, sempre estava tentando me agradar, então nem liguei e apenas continuei trabalhando. Porém, ela  fico mais grudenta, enviei vários  sinais que poderíamos ser apenas colegas de trabalho.

Mas ela não entendeu .... ou não aceitou, e desde do ano passado ela aumentou as investidas. Assim comecei bloquear a Emily, sempre estou ignorando-a.

Continuo meu caminho, entro no elevador e ouço-a correr

Emily – [pensando] Hunf! Ele está sempre me ignorando, mas não vou desistir. Grito: “SEGURA O ELEVADOR, POR FAVOR".

Vicente – [pensando] Escuto a Emily gritar, outra pessoa entra no elevador e enquanto o elevador fecha as portas, me senti aliviado. Será que ela não entendeu ainda?

Emily – [pensando] Aaaaahh por que a porta tinha que fechar agora.

Passa alguns segundos...

Entro no outro elevador, quando chego lá procuro pelo Vicente mas não o vejo. Pergunto ao Carlos: “O Diretor Vicente? Ele está onde?

Carlos – Não vi o Sr. Vicente.

Emily – Como assim? Eu o vi quando chegou e subiu.

Carlos – Emily é melhor você parar. O Sr. Vicente não sente o mesmo que você sente por ele .

Emily – Quem te disse isso, isso não é verdade. Ele me ama sim, qual foi a invejosa que disse isso... hein?

Carlos – Ninguém, e só o que ele aparente ser ... o diretor nos trata como colegas de trabalho, apenas ...

Emily – Isso deve ser com você, eu sei que ele me ama. Ele é só um cavalheiro.

[pensando] E mesmo que não seja assim, eu o vou conquistar e esfregar na cara dessas invejosas o nosso amor. Meu querido Vicente, você ainda será meu, todo meu. Um homem cavalheiro perfeito como você não posso perder.

Vicente – [pensando] Depois de pegar a pasta de documentos em minha sala, entro no elevador, estou à caminho do 6° andar

... Mas me pego pensando na Anne, tenho que admitir, você me surpreendeu. A porta do elevador abre, saio e vou para a sala da auditoria.

Emily – [pensando] Todos da equipe estratégica estão chegando, da nossa equipe só falta o Vicente. O que aconteceu com ele?

Vicente – Auditor Chefe!

Pedro – Diretor Vicente!

Assistente Judith pode ir na frente, já estou indo.

Assistente Judith – Sim, chefe.

Pedro – Meu amigo, o que está fazendo aqui?

Vicente – Vim entregar esses documentos para você e participar de uma reunião com a equipe estratégica liderada pelo Dir. Heitor.

Pedro – Sempre eficiente, que bom ter um amigo assim. Então, vamos. Também vou participar dessa reunião. Mas pensei que você estaria em outra reunião.

Vicente – Essa reunião foi cancelada.

Pedro – Que bom pode vê-lo mesmo trabalhando na mesma empresa, não nos vemos. Vamos marcar um dia para beber um pouco

Vicente – Hahaha ... Só você mesmo ... Meu amigo, hoje é bom dia que tal.

Pedro – Perfeito! Parece que você está precisando ser ouvido, não é.

Vicente – É, amigo ... você me conhece.

[pensando] Estamos próximo do mini auditório, logo entramos.

[A reunião começa, após alguns minutos.]

Anne – [pensando] Estou em casa, o relógio marca quatorze horas e doze minutos. Começo arrumar a casa, minha amiga vai vim jantar hoje, e daqui a pouco minha mãe chega.

Passa se as horas...

Organizo aqui e lá, colocando tudo no lugar ... Agora só falta a cozinha, vou beber a água, e o olhar passa pelo relógio pendurado na parede, são quinze horas e quarenta e dois minutos.

Vicente – [pensando] A reunião acabou, saio para fora. Chamou o senhor Carlos: “ Senhor Carlos, podem ir, e continuem a trabalhar como estávamos. Qualquer coisa me avisa. Preciso conversar com o Diretor Heitor e o Auditor Pedro.

Carlos – Está bom.

[pensando] Percebi que o Dir. Vicente passou boa parte da reunião pensando demais, será que ele está com algum problema?

É melhor não intrometer, vou fazer o melhor no trabalho.

Vicente – Dir. Heitor e Auditor Pedro, vamos conversar preciso esclarecer algumas questões.

Heitor – Ótimo, preciso conversar com vocês mesmo. Vamos entrar.

Pedro – Claro.

[Outra reunião se inicia, às quatorze horas e vinte e três minutos.]

Anne – Ah... terminei antes das dezesseis horas. Vou tomar um banho.

[pensando] Enquanto, estou no quarto, me arrumando, ouço alguém mexendo na porta, deve ser minha mãe pela reação da Valente.

Elena – Oi bebê ... já cheguei. Vamos ... Valente. Filha está em casa? Anne?

Anne – SIM, MÃE. BENÇÃ!

Nossa mãe quantas sacolas, estava no supermercado.

Elena – Sim, passei lá para comprar algumas coisas, vi algumas promoções.

Anne – Haha ... exagerou hein, por que não mim ligou?

Elena – Nem pensei nisso.

Anne – Vou começar fazer o jantar, a Vitória está vindo hoje.

Elena – Por que você não avisou antes?

Anne – Ela já é de casa, mãe.

Elena – Mesmo assim ... espera, aah ... entendi porque a casa está tão limpa e organizada.

Anne – Mãe ... não é assim, hoje é o dia da minha folga. Eu tinha mesmo que faxinar a casa. Cada uma ... rsrs

Elena – Está bem. É bom que a Vitória venha talvez eu peço algumas dicas para você arrumar um namorado.

Anne – MÃE! O que vou fazer com a senhora?

Elena – Comigo? Nada. Eu que pergunto, o que vou fazer com você. Hein ... mocinha.

Anne – [pensando] Ela venceu. Não posso com ela. Minha mãe é  demais. Apenas fico quieta, começando a preparar a janta.

As horas vão passando ...

Agora, são dezessete horas e quarenta e um minutos, finalmente, terminei. Mas minha mãe inventou um prato de última hora, agora estou descascando o alho.

Elena – Tem um suco ou um refrigerante na geladeira?

Anne – Está tudo pronto, m...

[pensando] ouço o telefone tocando, olho e é a Vivi.

...{Ligação}...

...**Vivi :D**...

Vitória - Amiga vou me atrasar.

Anne – Está bem, sem problemas.

Vitória – Obrigada amiga

Anne – O que é isso? Obrigada por avisar. Até logo.

Vitória – Até mais.

[A ligação encerra.]

Elena – Ela vai atrasar?

Anne – Sim.

Elena – Está bem. Vou tomar meu banho. Vigia a panela no fogo.

Anne – Sim, senhora.

[pensando] Continuo mexendo no telefone, olhando algumas mensagens ... distraio-me ... me assusto quando vejo que os vinte minutos do cozimento do prato expira. Desligando o fogo, vou para a sala, continuo olhar o smartphone ... depois vejo minha mãe sair do quarto toda arrumada.

Digo: " Nossa... Aonde a senhora vai assim? Tão linda?

Elena - Vou para a igreja. A senhorita deveria ir também. Mas hoje já sei que não vai. Fica com Deus minha filha.

Anne - Está bem. Vai com Deus também, amém.

[pensando] Vou trabalhar um pouco, até a Vivi chegar.

As horas passam ... Vitória liga avisando que chegou, vou atender.

Vitória - Anne, desculpas

Anne - Está tudo bem. O que é isso? O importante é que você chegou bem.

[pensando] Valente a recepciona. A convido para jantar, depois que cada uma, lava as mãos. Enquanto jantávamos e conversávamos ... meu pai chegou, nos cumprimentou e foi para a varanda.

Depois terminamos e fomos para o meu quarto. Durante a conversa ela me lembrou sobre o processo seletivo na empresa onde ela trabalha. Vivi abriu o site de inscrição e enviou o meu cadastro.

Vitória - O que aconteceu com você, miga? Você está avoada ultimamente. Está tudo bem?

Anne - [pensando] Ela percebeu, e agora não vai me deixar em paz, enquanto não dizer tudo para ela. Isso é bom, e sempre fomos assim, eu a ouvindo e ela me ouvindo, nunca desistindo. Sempre sendo um ombro amigo, dando conselhos.

Vitória - Vai me fala logo o que é.

Anne - [pensando] Ela me balança para frente e para trás. Vou tentar esconder dela, tenho que ser forte. Hummmm... hunf...

Falo: Não aconteceu nada. Por que?

Vitória - Não tenta esconder nada de mim, diga logo. Vai ... vai ... vai.

Anne - [pensando] Ela olha sério, mas continua me balançar. E eu digo: "Nada amiga, é sério. Não aconteceu nada."

Vitória - [pensando] Sei ... hunf, você não vai me enganar. Eu tenho um trufo... rsrsrs.

Grito: ATAQUE DE CÓCEGAS

Anne - [pensando] ah não ... essa cara ... lá vem bomba, de repente ela dá um salto e grita "ATAQUE DE CÓCEGAS". Ela é boa nisso ... Mas vou conseguir ... vencer.

Eu: "hahahahaha ... hahaha"

Vitória - [pensando] Consegui fazê-la ri, agora estou perto de fazê-la falar o que a preocupa.

Anne - Para ... haha ... Vitória ... para, por ... fa ... haha ... vor.

[pensando] Se continuar assim, ela vai vencer. Só que começo fazer cócegas nela também.

Vitória - Hahahaha ... haha

[pensando] Não vou desistir, me aguarda Anne.

Anne - Vivi para ... hahaha ... chega ... haha ... por favor.

[pensando] Não consigo mais fazer cócegas nela.

Vitória - Vai me diga. Vai agora!

Anne - Tá ... tá ... tá bom. Vou te dizer. Aí minha barriga.

Vitória - Vamos, começa. Estou ouvindo.

Anne - Não vai ri de mim, não.

Vitória - Está bom, não vou ri. Conta logo ... Não vou julgar.

Anne - Você prometeu ... hein

Vitória - Desabafa logo, e para de mim enrolar.

Anne - Está bem. Vou começar, se prepara que a história é louca e longa.

Vitória - OK! Começa

Anne - Para resumir eu pedi uma pessoa em casamento

Vitória - Como? É sério, isso?

Anne - Fiz essa loucura.

Vitória - Estou surpresa, você pedindo alguém casamento, ...é bem louco mesmo rsrsrsrs

Anne - Vivi para de ri, olha o que você prometeu

Vitória- Nossa nem ri, sem graça. Conta a história toda de uma vez.

Anne - O pior de tudo é que eu pedi meu professor em casamento.

Vitória - Hahahaha.... é sério? Você está bem, Anne? Tem certeza? HAHAHA...

Anne - Eu sei que fiz besteira, agora para de ri.

Vitória - Hahaha... é impossível não ri. Espera, você pediu seu professor em casamento? Quem é ele? Eu conheço? Ele aceitou? Hum ... olhando assim para você acho que não... hein

Anne - Se continuar rindo, não vou te responder.

Vitória - Está bom, continua.

Anne - [pensando] continuei explicando para ela todo aquele vexame que provoquei. Passamos a noite conversando, fomos dormir tarde. Ela sempre estava rindo, depois acabei rindo também.

A Vivi é uma excelente pessoa e minha melhor amiga desde da faculdade.

Mas ela se formou primeiro, quando entrei na faculdade era o último ano dela. Nos conhecemos na biblioteca e foi muito inusitado.

Resumindo ....

Durante o intervalo estava na biblioteca, conversando com a bibliotecária e perguntei por um livro, ela me disse onde estava. Fui procurar, mas quando peguei o livro, ela chegou e perguntou se podia usar para o TCC dela. Só tinha um, entreguei a ela. Depois escolhi outro livro e sentei duas mesas atrás.

Mas não conseguia me concentrar por causa das reações dela enquanto fazia o TCC. Então, me aproximei e perguntei se precisava de ajuda. De início ela recusou, porém insisti, e expliquei um termo. Aliás, o assunto do TCC dele era de meu interesse. Logo depois aceitou me ajuda, continuamos até o horário da próxima aula. No fim acabamos trocando os contatos, e somos amigas até hoje.

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