Sam estava em sua sala de aula, com o olhar perdido e o cérebro já desligado. O conteúdo que a professora estava explicando não era novidade para ela, afinal, ela já sabia aquilo tudo de cor. A aula, que para os outros parecia ter algum valor, era apenas uma tortura de tédio para Sam. Sua mente vagava, absorvendo pouco do que estava sendo dito. Pensar em como sua vida estava prestes a mudar lhe causava uma sensação de inquietação.
Já haviam se passado uma semana desde a última vez que Namjoon e Jin estiveram lá, e a ansiedade de Sam estava crescendo. A ideia de que poderiam desistir de adotá-la ainda a assombrava. Ela queria acreditar que desta vez seria diferente, mas o medo de ser rejeitada novamente era forte. Da última vez foi assim, não posso me enganar. Ela tentava não alimentar falsas esperanças, mas era difícil.
Quando a aula finalmente terminou, Sam seguiu o caminho até a saída da escola, entrando na van estacionada na frente. Mas antes que ela subisse, o motorista, com um tom sério, a impediu.
MT: "Você não vai comigo hoje, mocinha."
Sam parou na porta, confusa, sem entender o que ele queria dizer.
Sam: "Como assim?"
MT: "Está vendo aquele carro preto, estacionado debaixo da árvore? Tem gente te esperando lá. Agora vai! Pode deixar sua mochila aqui."
Sam olhou na direção do carro e, com uma mistura de curiosidade e apreensão, decidiu deixar sua mochila na van. Caminhou até o carro, e logo o vidro foi abaixado. Um homem com uma máscara olhou para ela e, com uma voz profunda, pediu para que ela entrasse.
Mas, como qualquer pessoa sensata, Sam não iria entrar sem ter certeza de quem estava ali.
Sam: "Olha, eu não estou vendo seu rosto, não sou idiota de entrar sem saber quem é você."
A voz, por mais que abafada pela máscara, soava familiar.
??: "Muito inteligente!"
Mesmo assim, Sam não cedeu. A tensão no ar era palpável. O homem com a máscara parecia não querer revelar sua identidade tão facilmente.
De repente, o homem tirou a máscara e sorriu.
Jin: "Sou eu!"
Sam soltou um suspiro de alívio, mas também de frustração, ao perceber que sua desconfiança não era tão necessária.
Sam: "Ah, é você... Achei que a voz era familiar."
Jin: "Vem, entra."
Sam entrou no carro, e Jin deu partida. O carro começou a seguir pelas ruas da cidade, e Sam, curiosa, perguntou:
Sam: "Aonde nós vamos?"
Jin: "Vamos dar uma volta no rio Han, só pra passar o tempo e conversar."
O caminho foi tranquilo, e o silêncio se fez presente, algo que Sam não achava incômodo. Ela sempre apreciara momentos assim, onde podia se perder em seus próprios pensamentos. Mas era evidente que Jin estava incomodado com a quietude. Ele estava à vontade, mas algo parecia pesado para ele. Depois de um tempo, Jin quebrou o silêncio.
Jin: "Sam, como você vai ter seu próprio quarto, nós queríamos saber algumas coisas, como decoração e cores de sua preferência."
Sam refletiu por um momento, sem saber exatamente o que dizer. Ela não era uma pessoa com gostos muito definidos, mas pensou no quanto aquilo significava para ela. Estavam começando a planejar o quarto dela, um quarto só dela, como um reflexo da ideia de finalmente ter um lar.
Sam: "Olha, eu não tenho um gosto muito específico, gosto de muitas coisas."
Jin: "Certo, mas o Namjoon tem uma ideia do que você pode gostar. Ele te fala e você vê se gosta, pode ser?"
Sam deu um sorriso pequeno, quase imperceptível, mas genuíno. Pela primeira vez em muito tempo, ela se sentiu realmente vista. Eles estavam levando em conta o que ela gostava, o que era um grande passo para ela. Sam sentiu uma pontada de felicidade. Isso significava que eles realmente estavam comprometidos em fazer o que fosse necessário para que ela se sentisse parte da família.
Sam: "Sim, pode ser."
Jin: "Daqui a pouco nós vamos chegar. O Namjoon está nos esperando."
Sam: "Ele devia ter vindo com você. Não seria mais fácil?"
Jin: "Sim, mas ele optou por ficar, não entendi o motivo. Às vezes ele é meio biruta da cabeça."
Sam deu uma risadinha contida. Jin tinha razão, Namjoon muitas vezes tomava decisões inesperadas. Mas essa peculiaridade dele, de certa forma, a fazia se sentir mais confortável, como se ele fosse alguém genuíno, alguém que tinha seus próprios jeitos de lidar com as coisas.
Finalmente, o carro estacionou em uma área sombreada, perto de um ponto no rio Han, onde Namjoon já os aguardava. Ele se aproximou deles com um sorriso largo.
Namjoon: "Nossa, finalmente! Que demora!"
Jin: "O trânsito estava meio agitado hoje."
Namjoon: "Oi, Sam!"
Sam: "Oi..."
O trio passou o resto do dia conversando, rindo e explorando os gostos de Sam. Eles discutiram sobre decoração, cores, e Sam descobriu que a ideia de ter algo planejado especialmente para ela a fazia se sentir especial, como se, finalmente, estivesse sendo incluída em algo maior. Eles se divertiram, comeram besteiras, e, conforme a noite caía, Jin e Namjoon a levaram de volta para o orfanato.
...---...
20:00 hrs
Sam estava em seu quarto, sentada à mesa, fazendo sua atividade escolar. Ela já tinha terminado o que precisava, mas algo em sua cabeça a impedia de relaxar. Foi então que alguém bateu na porta, interrompendo seus pensamentos. Era a Sra. Lee, a responsável pelo orfanato, chamando para o jantar.
Sra. Lee: "Sam, vem jantar."
Sam: "Sra. Lee, hoje eu não vou. Obrigada, só vou ficar aqui."
Sra. Lee: "Tudo bem, então. Você deve ter comido bastante quando saiu."
Antes de sair, a Sra. Lee fez um comentário que pegou Sam de surpresa.
Sra. Lee: "Aliás, Sam, o quarto agora é só seu. Os documentos de adoção da Quin Quin saíram e os pais dela já vieram buscá-la."
Sam não pôde deixar de notar o silêncio que tomava o quarto agora. A sensação de solidão não era algo novo, mas com a notícia da adoção de Quin Quin, Sam não pôde deixar de sentir uma leve saudade da garota que dividia o quarto com ela.
Sam: "Tinha notado que o quarto estava meio vazio... Obrigada por avisar."
Quando a Sra. Lee saiu, Sam se sentiu sozinha, mas ao mesmo tempo, algo dentro de si começou a se acender. Como é bom ter o quarto só para mim... Ela não precisaria mais dividir o espaço com ninguém, e isso, de certa forma, trazia uma sensação de liberdade. Ela imaginava que, em breve, teria um quarto decorado do jeito que queria, um espaço que seria só seu, com pessoas que realmente se importavam com ela.
Após terminar as atividades, Sam se preparou para dormir. Ao invés de deitar como de costume, ela se sentou na beirada da janela, observando o céu estrelado e a lua. A lua, em particular, sempre a fascinou. Havia algo nela que a conectava com uma parte mais profunda de si mesma, algo que ela não conseguia explicar. A tranquilidade daquele momento foi suficiente para deixá-la em paz.
Ela adormeceu mais cedo do que o habitual, provavelmente devido aos acontecimentos do dia, que haviam lhe trazido uma sensação de leveza. Normalmente, ela passava a noite em claro, mas hoje, o cansaço e a serenidade a fizeram descansar mais profundamente.
...---...
Quarta-feira, às 06:10
Sam acordou, sentindo a brisa fria que entrava pela janela aberta.
Sam: "Quem abriu a janela!?"
Ela se lembrou da noite anterior, e um sorriso involuntário escapou de seus lábios.
Sam: "Ah, é mesmo..."
Ela riu de si mesma, se levantou e foi tomar seu banho. Estava sem fome, então nem pegou uma maçã antes de sair.
Durante o intervalo, Sam decidiu que iria andar de patins. No momento certo, ela pulou o muro da escola e, com os patins já calçados, seguiu em direção à pista.
...---...
Algum tempo depois...
Sam estava cansada e sentou no gramado perto da pista. Fechou os olhos por alguns instantes, até que alguém se aproximou, interrompendo seu momento de descanso.
??: "Te achei!"
Ela se assustou e abriu os olhos, irritada, encarando o garoto à sua frente.
??: "Você não devia estar na escola?"
Sam olhou para o garoto com desgosto e frustração. Ele parecia ter surgido do nada e, com seu tom provocador, a irritou instantaneamente. Aquelas palavras, mais uma tentativa de tirar sarro de sua ausência, não a afetavam como ele esperava.
Sam: "Se eu devia ou não, não é da sua conta."
O garoto fez uma careta e respondeu de forma ainda mais provocadora.
??: "Nossa, pensei que era um ser humano, não uma égua!"
Sam revirou os olhos, já cansada daquele comportamento infantil. Mesmo assim, o garoto não parecia querer ir embora, e sentou-se ao lado dela como se tivesse todo o direito de estar ali.
??: "Aliás, não me disse seu nome, senhorita alguém..."
Sam olhou-o de canto, o desgosto estampado no rosto.
Sam: "Lamento, mas não lembro o seu nome, e também não vou dizer o meu."
Ele deu de ombros, claramente indiferente, e pareceu estar se divertindo com a situação.
Sam: "Olha, eu nem ao menos tenho pai ou mãe, mas sei que não posso sair falando com estranhos. Então, se os seus não te avisaram, eu vou te avisar. Ok? Não fique falando com estranhos, muito menos dizendo seu nome."
Sam, irritada e querendo cortar o papo, se levantou rapidamente.
Sam: "Agora eu já vou indo, até nunca mais!"
Ela se virou e começou a andar rapidamente em direção à escola, deixando o garoto para trás. Seu coração batia um pouco mais rápido, não pelo medo, mas pela raiva. Meu Deus, que garoto irritante... ela pensou enquanto passava pelo portão da escola.
...---...
Um mês depois
O tempo passou e, mesmo com a rotina escolar, as visitas de Jin e Namjoon continuaram a ser uma constante. Eles passavam por lá quatro vezes na semana, e para Sam, cada uma dessas visitas se tornava mais especial. Já não era mais apenas uma questão de apoio, mas algo que começava a se construir de forma mais sólida, quase como uma promessa.
Arim, que no início parecia estar no pé de Sam o tempo todo, finalmente começou a diminuir suas provocações. Parecia que ela havia se acostumado com a ideia de que Sam passaria mais tempo fora do orfanato, e talvez a companhia dos meninos fosse uma desculpa para que Arim também se distanciasse um pouco.
Mas Sam ainda sentia o peso da solidão, o desconforto do desconhecido, e as constantes dúvidas sobre sua adoção. Cada visita de Jin e Namjoon era uma esperança renovada, mas também uma fonte de insegurança. Afinal, quem poderia garantir que as coisas continuariam bem?
...---...
Dois meses depois...
O dia estava chegando. Sam já tinha se acostumado com a rotina de visitas, e as interações com Jin e Namjoon começaram a parecer mais familiares, quase como se ela já tivesse encontrado seu lugar. Mas, ao mesmo tempo, a sensação de transição era difícil de ignorar. Ela estava se preparando para sair do orfanato e começar uma nova vida. Mesmo que estivesse ansiosa para isso, a ideia de deixar aquele ambiente era, de certa forma, dolorosa.
Na manhã que antecedia sua saída, Jin e Namjoon estavam ajudando a carregar suas malas. O orfanato estava em silêncio, exceto pelo som de passos apressados e a voz de Jin conversando com Sam.
Drt: "Sam, se acontecer alguma coisa, você deve nos ligar, ok? E não se preocupe, vamos fazer uma visita surpresa para ver como as coisas estão indo."
Sam olhou para a diretora com um sorriso tranquilo, tentando esconder a ansiedade que estava crescendo dentro de si.
Sam: "Não se preocupe, vou ficar bem."
A diretora parecia hesitante, como se quisesse dizer mais, mas sabia que Sam provavelmente não queria ouvir. Ainda assim, ela se manteve firme e continuou.
Drt: "Sam, eu realmente não contei a eles sobre aquela crise que você teve da última vez, mas..."
Sam a interrompeu rapidamente, não querendo trazer à tona os momentos difíceis.
Sam: "Não conte não, não é necessário..."
A diretora assentiu, seu rosto refletindo um misto de preocupação e compreensão.
Drt: "Está bem. Só não se esqueça, se precisar de ajuda, avise-os. Não tente lidar com tudo sozinha."
Sam: "Está bem..."
Com um último olhar, a diretora se afastou, deixando Sam sozinha no corredor. Sam sentiu o peso da despedida, mas também uma certa leveza. Estava prestes a começar uma nova fase, e o que a aguardava era incerto, mas prometia ser diferente.
Jin e Namjoon já a esperavam do lado de fora. Ela respirou fundo, tentando se manter calma, e seguiu com eles até o carro. O caminho até a casa deles seria longo, mas Sam estava pronta para encarar.
...---...
O carro de Jin deslizou pelas ruas tranquilas enquanto Sam olhava pela janela, sua mente se preenchendo com perguntas e reflexões. Será que vou conseguir me encaixar? E quanto aos meus medos... Será que vai ser realmente diferente dessa vez? Ela não tinha todas as respostas, mas, por mais que o futuro fosse incerto, uma coisa estava clara: ela estava prestes a ter uma chance de ser parte de algo maior. Algo mais seguro, mais acolhedor, mais… família.
E, com isso, ela seguiu em frente.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Pyrtra Ketelle
bem eu kkkk só vou dormi às 5 pra acordar às 6
2022-07-04
2
Mim Yoongina458
ta muito boooooooooooom
2022-04-03
0