Capítulo 5

Capítulo 05: Milena...

O dia hoje foi exaustivo, mais uma vez aquele everest lindo apareceu no cybercafé e o atendi...

O restante do dia foi tranquilo, os picos maiores são de manhã e na hora do almoço.

Ainda tive que cobrir minha colega Patrícia, ela disse que tinha um trabalho da faculdade. Somos da mesma sala, mas o meu já estava pronto e não cusatava nada lhe dar uma ajuda. Ela é a preferida do gerente e mesmo que dissesse não, ele exigiria que ajudassemos.

Após conversar com a minha irmã e sobrinhos por chamada de vídeo, arrumei-me e fui para a faculdade. Hoje será um dia especial, haverá uma palestra de um grande CEO do ramo imobilário. Um homem conhecido por suas viagens, negócios milionários e presença marcante... Eu estava curiosa e ansiosa, não esperava nada além de uma aula diferente.

Sentei-me no meio da sala, conversando distraída com alguns colegas, rindo de bobagens, até que a porta se abriu. O professor entrou primeiro, com aquele ar animado de sempre, mas logos atrás dele...

O meu coração saltou do peito e parou por breves segundos...

Era ele... o Everest!

Tudo pareceu acontecer em câmera lenta, o meu corpo reagiu antes mesmo que a minha mente pudesse processar sua presença. Coloquei-me de pé, atônita e um sorriso discreto e sexy formou-se no canto de seus lábios.

Sentei-me rapidamente, tentando recuperar a compostura, mas era impossível.

Durante a palestra, os meus olhos não conseguiam se desviar dele. Cada gesto, cada movimento, o timbre de sua voz grave ecoando pelo auditório, tudo nele me puxava para mais perto, com se fosse um ímã...

Involuntariamente, levei a caneta até a boca, mordiscando-a enquanto o observava. A minha mente traidora, traçava cada detalhe dele: o desenho firme de seus músculos sob a camisa bem ajustada ao seu corpo, o cortorno dos seus lábios, a forma como seus olhos pareciam dominar o ambinete sem esforço algum.

Engoli em seco, meu corpo reagia de maneira quase indomável. Apertei uma perna na outra, sentindo um calor subir, um arrepio elétrico percorrer a minha espinha... era como se cada célula do meu corpo gritasse por ele.

Em suma, a palestra foi incrível. Foi tudo o que eu esperava e mais um pouco. Ele tem uma forma de se comunicar que te envolve, te faz pensar e, principalmente, te inspira a querer mais. Ver alguém que construiu uma carreira tão sólida no ramo imobiliário, compartilhando os bastidores do seu sucesso, foi um verdadeiro presente. Aprendi sobre a importancia da resiliência, da ética nos negócios e de como a paixão pelo que faz pode ser um motor poderoso. Tive a certeza de que o caminho da adminsitração é cheio de possibilidades, e que com dedicação e a mentalidade certa, podemos alcançar grandes feitos.

Cheguei em casa exausta, a palestra já havia acabdo a tempos e a imagem dele ainda dominava a minha mente.

Joguei a mochila no chão do quarto, tirei os sapatos e deitei na cama. Olhei para o teto, tentando me convencer de que era apenas um encontro passageiro, um olhar rápido, uma coincidência absurda.

Isso tudo é loucura! Ele é um CEO famoso, inacessível, de um mundo completamente diferente do meu. Sou apenas uma universitária que trabalha como garçonete para pagar as contas e conquistar os meus sonhos.

Fechei os olhos, mordi os lábios lembrando de como havia mordiscado a caneta sem pensar e de como os olhos dele escureceram naquele instante.

Virei de um lado para outro na cama, frustrada comigo mesma.

— Pare, Milena! Esquece isso!

..........

No outro dia...

Sai mais cedo de casa e fui para a academia.

Novamente vi um carro preto parado do outro lado da rua.

Tem alguns dias, que algo estranho começou a acontecer. Primeiro um buquê de flores entregues com um bilhete anônimo: "Para iluminar seus dias, como você ilumina os meus."

Na hora sorri, lisonjeada, achando que era alguma brincadeira dos colegas da faculdade, até mesmo de Vitor, um colega que vive dando em cima de mim, mas jurou não ser ele.

Os bilhetes continuaram, sempre curtos, sempre sem assinatura... e o mais perturbardor, sempre acompanhados por uma sensação incômoda de estar sendo observada.

E comecei a reparar nesse carro preto sempre estacionado quase todas as noites do outro lado da rua, com os vidros escuros... impossível de ver o que estava dentro. No início tentei ignorar, mas já não era mais coincidência, sempre que eu saía do trabalho lá estava ele.

Não quis comentar nada com os meus irmãos, para não preocupa-los. Talvez seja algum morador novo...

Naquela manhã, entrei apressada no cybercafé para o meu turno. Fui direto para o vestiário, troquei de roupa e prendi o cabelo num coque.

Olhei no espelho, respirei fundo e tentei afastar aquela sensação estranha. Eu não posso deixar-me abalar por bilhetes e carros parados na rua... sou mais forte do que isso!

Quando saí do vestiário, empurrei a porta para ir ao salão e o meu corpo travou.

Lá estava ele... o grande e renomado CEO Maurício Bevan!

Sentado na mesa de sempre, com sua postura imponente. Seus olhos encontraram os meus de imediato, como se já soubessem que eu apareceria.

Por um instante, esqueci como respirava.

— Milena! — a voz do gerente me trouxe de volta à realidade. — Mesa três!

— Senhor, mas aquela mesa é da Patrícia...

— Mas não sou eu que ele quer que o atenda! — zombou com certo sarcasmo.

Semicerrei o olhar.

O gerente estreitou o olhar para a garota e mandou nós duas irmos trabalhar. Algo na autoridade de ambos, do meu chefe e no olhar firme daquele homem me fez simplesmente obedecer.

Além do seu pedido, não disse nada. Apenas me olhou.. um olhar carregado de algo que misturava desejo, curiosidade e uma intensidade que me deixava sem chão.

Como os outros dias, ele ficava me observando, enquanto eu trabalhava, movendo de um lado para outro.

Voltei em sua mesa, para saber se precisava de algo...

— Deseja algo mais?

— Uma boa companhia seria ótimo!

O meu coração disparou, as minhas pernas fraquejaram.

— Desculpe, mas... eu estou trabalhando!

Um meio sorriso surgiu em seus lábios, ele parecia perceber o efeito que tinha sobre mim

— Desde que chegou, parece distante... algo te preocupa? — perguntou ele, após colocar a xícara sob a mesa.

...Como ele percebeu isso?...

— Nada demais, apenas preocupações do dia-a-dia! Com licença!

Ele foi embora, mas o meu corpo ainda permanecia em chamas sob o efeito daquele olhar.

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