Lá estava eu no único lugar daquela casa onde sua tia quase nunca entrava. Um lugar que era seu refúgio, nem que fosse por pouco tempo.
Depois que seus pais faleceram, em um acidente de carro, quando tinha 16 anos a casa de seus tios se tornou seu lar, ou era pra ser.
Seu tio Roberto era irmão da sua mãe, ele não era tão ruim, mas fazia todos os gostos de sua esposa Adriana e a filha deles a Maitê.
Maitê é um ano mais velha que eu, mas bem diferente de mim, ela gosta de farra, status e dinheiro, diz que não precisa de faculdade ou trabalho, pois vai se casar com um marido rico.... coitada kkk.
Eu, por outro lado, tenho 24 anos, e terminei minha faculdade de administração, que por um milagre meu tio pagou.
Era muito raro eu ganhar algo nessa casa, sempre fiquei excluída de festas e viagens que eles faziam, o que eu tinha eram coisas que Maitê não queria mais usar e aí ela me dava.
Eu não ligo pra coisas materiais, se tenho eu uso, se não tenho, não me importo em ficar sem.
Minha tia Adriana nunca gostou deu vir morar com eles, e isso ela nunca escondeu, mas pelo menos nunca fui agredida fisicamente. As palavras dela hoje em dia já não me importam mais.
Agora aqui estou eu, uma recém-formada, olhando a tela do computador onde está um relatório que já vinha ruim, mas agora estavam pior. A empresa 'Mendonça e Filhos' estava em uma corda bamba.
Enquanto revisava os gráficos na tela, a porta foi aberta bruscamente, e só poderia ser uma pessoa Maitê.
Maitê - Claro que Wi-Fi não funciona - reclamou ela, olhando as unhas que estavam feitas - Papai deveria ter contratado uma equipe descente, não ter deixado você aí, você não faz nada direito.
Fingo que não ouvi, e não respondo nada. Mas ela continua.
Maitê - Tá me ouvindo Lena, o que faz aí o dia inteiro?
Helena finalmente levantou os olhos da tela onde está escrito em negrito "Falência Iminente". Deu um longo suspiro cansado, e agora sabe o porquê seu tio fez questão de pagar sua faculdade.
Helena - Estou calculando quanto tempo falta pra 'Mendonça e Filhos' ir a falência Maitê - disse com a voz baixa, mas firme. - E pelo último relatório, a contagem regressiva terminou... Não é o wi-fi que está quebrado e sim os negócios.
Maitê riu, um riso cheio de ironia e disse.
Maitê - Sempre tão dramática Lena... Você acha que sabe mais o Papai... - Ela disse já saindo do escritório.
Helena balançou a cabeça, suspirou e olhou para as suas mãos onde os relatórios estavam impressos, não tinha mais o que fazer, apenas um milagre salvaria a empresa do tio.
Helena - Meu Deus como ele foi deixar isso acontecer? - Essa pergunta não sai da minha cabeça, não é possível ter chegado a isso.
Ela suspira fundo e sabe que vai ter que ir mais uma vez ter uma conversa com o tio.
Helena sai do escritório e começa a caminhar pela casa com os relatórios em mãos. Os gráficos em tinta vermelha não deixa dúvidas.
Ela sempre foi boa aluna, ótima no que faz e é muito inteligente, então ela sabe muito bem no que aquilo vai dar.
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Atualizado até capítulo 28
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