Capitulo 4

No dia seguinte já em Londres, Gleice se encontra com Vicente nas proximidades lago serpentine. Os dois passeiam pelo parque, acompanhados por Zoraide dama de companhia de Gleice que caminhava alguns metros atrás.

Vicente: eu estava com muitas saudades de você

Gleice: eu também estava com saudades

Vicente: não vejo a hora de poder me casar com você, e te ver todos os dias, quero que o seu rosto seja o primeiro que eu veja ao acordar e o último quando eu adormecer. – Ele declara para a amada

Gleice: eu também meu querido – ela fala apaixonada – você já tem uma noção de quando vamos poder nos casar?

Vicente: eu vou terminar meu curso daqui seis meses, depois vou precisar conseguir um emprego. Eu queria muito que as coisas pudessem ser mais rápidas

Gleice: também queria, mas vamos fazer as coisas certas e com calma.

Vicente: e como que vão as coisas em casa?

Gleice: o mesmo de sempre, o Devon cada vez mais perdido na vida, já não sei mais o que faço para que ele saia do domínio da péssima influência do duque de Bedford. – ela fala com cansaço e preocupação

Vicente: esse homem é deplorável, ele vai levar o seu irmão para o inferno com todos os comportamentos indecorosos dele

Gleice: você chegou o conhecê-lo?

Vicente: não, eu estudei em Oundle, mas escuto as coisas que as pessoas falam sobre esse duque, me parece que ele é um homem muito promiscuo e cheio de vícios, além de toda a história do pacto com as trevas. Sinceramente eu não duvido em nada que o acordo que ele tem com as trevas seja para ganhar almas para o maligno, assim como está ganhando a do seu irmão.

Gleice: acho o mesmo, as vezes penso em aconselhar o Devon a viajar para outro país tipo Portugal, talvez longe das más influências ele possa criar juízo.

Vicente: iria dar no mesmo em outro país ele iria fazer amizades tão ruins quanto, a meu ver a melhor solução seria que ele se casasse, muitos homens após o casamento aprendem a serem mais responsáveis, já que passam a serem chefes de família.

Gleice: o Devon não tem a menor inclinação em querer se casar, ele chega até repetir as mesmas frases absurdas que o duque fala sobre o casamento.

Ela fala com incompreensão e cansaço, em seguida ela acrescenta:

Gleice: as vezes eu queria que esse maldito duque se casasse, assim os cavalheiros que o reverenciam iriam querer imita-lo e tomariam jeito. Contudo quando eu tenho esse pensamento, tenho pena da pobre mulher que se casar com o maldito.

Vicente: ele não é do tipo de homem que se casa

Gleice: eu sei, mas não custa sonhar.

Vicente: mas vamos deixar de falarmos sobre coisa ruins, e me fala sobre você ...

Naquele dia pela tarde Gleice e sua tia Dolores conversavam enquanto bordavam

Gleice: eu queria que o Devon tomasse um jeito na vida, o que vai ser dele quando eu me casar e me mudar?

Dolores: querida seu irmão já é adulto, você não tem que ficar se preocupando com ele – ela aconselha

Gleice: ah tia eu tento, mas a cada dia vejo o Devon se afundar mais. Você viu o quanto que a bebida e o tabaco mudaram as feições dele?

Dolores: sim percebi, ele era um garoto tão bonito. – ela fala com tristeza

Gleice: hoje eu até falei com o Vicente sobre o que está acontecendo com o Devon, e o Vicente levantou a possibilidade do Devon se casar para assim criar responsabilidade

Dolores: de fato a grande maioria dos homens depois de se casarem acabam ficando mais responsáveis, seria uma boa forma do Devon sair dessa vida promiscua

Gleice: o problema é que ele não quer se casar, está sobre a influência maligna do duque de Bedford que é um devasso, aí dessa forma o Devon quer imita-lo.

Dolores: bom pelo que sei o duque de Bedford não tem costume de participar da temporada ou ir em eventos sociais e me parece que ele está fora do país. Acho que você deva aproveitar essa oportunidade para levar o Devon para os eventos e quem sabe assim ele conheça uma moça para se casar, veja entre o seu grupo de amigas, muitas mulheres iriam gostar de ser esposa de um visconde.

Gleice: difícil ele ir aos eventos – ela fala com cansaço

Dolores: fale que você precisa de um acompanhante, então ele terá a obrigação de ir com você.

Gleice: é isso pode dar certo. – ela fala pensativa

Dolores: e também sempre o chame para passear pelo parque, muitas moças que estão a procuras de marido sempre passeiam lá.

Gleice: vou fazer isso, e essa noite vai ter o recital das filhas dos Foxs, vou chamar o Devon para me acompanhar

Dolores: faça isso. Mas de toda forma querida ainda te aconselho a pensar um pouco mais em você do que nos outros.

Pelo final da tarde Gleice vai até o quarto do irmão e o avisa:

Gleice: hoje à noite vamos no recital das filhas dos Foxs

Devon: não quero ir nesse recital, as mulheres são péssimas musicistas. Somente fazem barulho. E além do mais já tenho compromisso para a noite – ele reclama com aborrecimento

Gleice: beber até cair?

Devon: sim, em meio a uma orgia onde somente vou sair carregado. – ele fala para implicar

Gleice: você é nojento! E pode cancelar esse seu plano, pois eu preciso de um acompanhante para o recital.

Devon: peça nossa tia, eu odeio esses eventos sociais cheio de mocinhas chatas em busca de casamento, e homens como eu não frequentam esses lugares.

Gleice: nossa tia não pode ir, e uma das filhas dos Foxs é minha amiga não posso faltar, então você é que deve me acompanhar.

Devon: eu vou virar piada se algum dos meus amigos me verem nesse tipo de evento – ele protesta

Gleice: mas para que algum amigo te veja, ele mesmo tem que estar no evento, então os dois teriam que virar piada – ela argumenta

Devon: de certa forma – ele fala pensativo

Gleice: e além do mais acredito que nenhum amigo seu vá a esse tipo de evento, a não ser aqueles que queiram se casarem.

Devon: mas se eu for as mulheres podem ficarem correndo atrás de mim achando que eu quero me casar – ele fala com impaciência

Gleice: Devon acho que de fato você deve se casar, achar uma boa moça e com um dote alto para que assim você possa continuar com esse alto padrão de vida.

Devon: querida irmã, é mais fácil você se casar com um velho rico. – ele implica

Gleice: se arrume, daqui a pouco vamos sair.

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