capítulo 5

ANTHONY- Bom dia a todos.

ALBA- Bom dia vossa graça.- Disse dando a mão para o homem beijar.

ISABEL - Não imaginava que teríamos a sua maravilhosa presença.- Disse fazendo o mesmo gesto que a irmã.

ANTHONY - Vim ver o meu amigo.

CARLOS- Bom dia irmã.- Disse e deu um beijo singelo em Teresa.

TERESA - Bom dia.

ANTHONY - Dormiu bem?- Perguntou pegando a mão da jovem e ignorando as demais.

TERESA - Não muito, no meio da noite, Sofia foi até o meu quarto, ela não conseguia dormir, então contei algumas histórias na intenção dela adormecer, mais não funcionou.

ALEJANDRO - Esta em condições de ir?

TERESA Sim.

CARLOS- Amanhã poderíamos cavalgar, a cigana sente a sua falta.

TERESA - Você cuidou bem dela?

CARLOS - Com certeza.

ALBA- Vocês são dois bobos, que graça tem montar em cima de um animal imundo, se temos carruagens de luxo, não acha idiotice vossa graça.

ANTHONY - Eu adoro andar a cavalo.- Disse fazendo Alba mudar a expressão, ja que a suas palavras indiretamente ofenderiam o jovem Conde.

TERESA - Eu tambem adoro Alba, é uma liberdade, esta andando em cima de um cavalo, livre no campo.

ANTHONY - Concordo com a Teresa.

MARTINA - O senhor poderia ensinar a Alba, vossa graça, quem sabe ela não mudasse de ideia.

CARLOS- Mãe, a senhora pode parar de tentar arrumar pretestos, para o Anthony ficar sozinho com a Alba e a Isabel, ele não tem interesse nelas.

MARTINA - Olha como fala comigo, eu ainda sou a sua mãe.

ALEJANDRO - Faço das palavras dele as minhas, pare com isso.- Disse com um tom sério.

MARTINA - Estou pensando no futuro de nossas filhas.- Disse se justificando.

ANTHONY - Com todo respeito, dona Martina, a Isabel e a Alba, não tem chances, eu ja me decidi com quem quero me casar, e não são elas.

CARLOS- Satisfeitas?

TERESA - Podemos tomar o desejum em paz?- Disse passando a mão no rosto, por relembrar variados discussões de familia.

ANTHONY - Claro, perdão o transtorno.- Disse se sentando ao lado de Teresa, que conversava com o pai.

Diferente das irmãs, Teresa sempre teve mais a influência de seu pai, o que a tornou uma jovem inteligente e determinada, era fácil manter uma boa conversa com ela. Eles terminaram o café da manhã, depois Alejandro virou para a filha e de maneira gentil disse.

ALEJANDRO - Minha filha, vá se arrumar para irmos logo, e por favor, ajude a Sofia a se arrumar.

TERESA - Claro papai.- Disse se levantando e indo para o interior da casa.

ANTHONY - Aonde pretendem ir, Dom Alejandro? Se eu puder perguntar.

ALEJANDRO - Vamos a amostra de arte do Duque de Montavo.

ALBA- É hoje, eu também vou me vestir.- Disse se levantando, mais sendo impedida pelo pai.

ALEJANDRO - Senta ai.- Disse de forma firme.- Nenhuma das duas irá nos acompanhar.

MARTINA - Alejandro...

ALEJANDRO - Não ouse falar uma palavra, ja não bastou a cena que vocês fizeram eu passar ontem, vocês ficaram de castigo hoje, e se continuarem da maneira que estão, não irão a mais nenhum baile da temporada, estamos entendidos?

ISABEL E ALBA- Sim papai.

ALEJANDRO - Vai se arrumar Martina.

MARTINA - Vossa graça poderia fazer companhia as duas.- Tentou uma última vez.

ANTHONY - Infelizmente não poderei, tambem irei a amostra com minha irmã, ela esta debutando esse ano.- Disse se levantando.- Agradeço a hospitalidade, agora me retiro, até mais tarde Carlos, Dom Alejandro.- Disse e foi embora de maneira apressada.

Alejandro e a família se arrumaram e em seguida seguiram para a casa Montavo, era uma propriedade magnífica, mais um pouco afastada da cidade, os três irmãos foram brincando durante todo o caminho, Sofia amava os seus irmãos, Carlos e Teresa sempre foram muito carinhosos com ela.

Logo. eles chegaram no Palácio dos Montavos, Vladimir Montavo, era o décimo duque de sua linhagem, ele se casou obrigado com a filha de um marquês, ele não a amava, mais a respeitou até o seu falecimento, ele nunca amou nenhuma mulher, mais pode ser que isso mudasse, em um futuro não muito distante.

Alejandro saiu primeiro e cruzou o braço com a esposa, Carlos saiu em sequência e fez a mesma coisa com o braço de Teresa, que segurou a mão de Sofia, depois eles entraram.

Dentro estavam sendo exibidas diversos quadros e esculturas, o Duque estava apresentando as obras, para o público, a maioria eram senhoritas da alta sociedade, que só estavam preocupadas em chamar a atenção do Duque.

VLADIMIR- Essas obras eu adquiri, quando estive na Grécia, la é um lugar muito bonito, a cultura grega é rica e diversificada, com raízes profundas na antiguidade e uma influência significativa na cultura ocidental. Destacam-se a filosofia, a democracia, a mitologia, as artes: literatura, teatro, música, escultura, arquitetura e os Jogos Olímpicos. A Grécia é considerada o berço da civilização ocidental, com contribuições notáveis para a história, filosofia, política e artes, dentre tantas obras, eu ressalto, essas daqui.- Disse após um quadro de um homem e uma mulher.

SOFIA- Quem é esse moço bonito da pintura?

VLADIMIR- Esse ao lado da deusa Afrodite é Eros, filho dela pequena.

TERESA - Não é não.- Disse com firmeza, após olhar bem para a tela de artes a sua frente.

MARTINA- Teresa.- Repreendeu.- Desculpe a minha filha.

VLADIMIR- Não, ela disse com tanta firmeza, se a senhorita acha que estou errado, por favor, diga-me quem é?

TERESA- Esse rapaz na pintura, é Adônis.- Disse continuando a olhsr a pintura, mostrando a sua completa falta de interesse pelo homem.- Na mitologia grega, ele era um jovem de grande beleza que nasceu das relações incestuosas que o rei Cíniras de Chipre manteve com a sua filha Mirra. Adónis desde cedo, despertou o interesse de varias mulheres da época, não demorou muito para ele despertar o amor de Perséfone, rainha do submundo e Afrodite, a deusa do amor. Mais tarde as duas deusas passaram a disputar a companhia do menino, e tiveram que submeter-se à sentença de Zeus. Este estipulou que ele passaria um terço do ano com cada uma delas, Adónis, que preferia Afrodite, e passava a época restante de seu ano ao lado da deusa, até a sua morte, ele passou a ser considerado um símbolo de beleza, diversas representações foram feitas, inclusive essa.

VLADIMIR- Você é inteligente.

TERESA- Eu gosto muito ler, essa é a minha maior riqueza, o conhecimento, e também ja estive na Grécia, senhor.

VLADIMIR- Seja bem vinda a minha casa, é bom ver que alguem se interessa por arte, além de mim, fique a vontade.

TERESA- Agradeço.

SOFIA- Teresa, me conta mais histórias.

TERESA - Claro.- Disse segurando a mão da menina e indo ver as outras pinturas.

O restante da tarde passou de maneira rápida e agradável para a jovem Teresa, que gostava daquele ambiente, mais para as suas irmãs, foi um dia longo.

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