Naquela tarde, Julia estava sentada sozinha no café do campus, rodeada pelos cadernos de arquitetura e um copo de café fumegante. O barulho ao redor era constante, mas ela estava concentrada rabiscando linhas e medidas.
De repente, uma sombra se aproximou.
— Oi, Julia. — Era Henri, sorrindo meio sem jeito, uma das mãos no bolso da calça jeans.
Ela ergueu os olhos e sorriu de volta.
— Oi, Henri.
Ele respirou fundo, como se buscasse coragem.
— Você… tem algum plano para o fim de semana? — perguntou, ajustando os óculos no rosto.
Julia suspirou, largando a caneta.
— Só o projeto. Vou ficar aqui no campus até tarde, trabalhando.
Ele coçou a nuca, hesitante, mas arriscou:
— Bom, é que… eu pensei se você não gostaria de sair. A gente podia jantar, tem um restaurante novo na cidade.
Julia arqueou a sobrancelha, divertida.
— Restaurante? Só se antes a gente for ao bar do Antônio. Final do campeonato da NFL, eu não vou perder.
Henri arregalou os olhos.
— Você tá falando sério?
Ela riu e deu de ombros.
— Claro. Já tô até animada. Aliás… qual é o seu time?
Henri endireitou a postura, quase orgulhoso.
— Dallas Cowboys.
Julia abriu um sorriso largo.
— Coincidência. Eu também.
Por um segundo, ele ficou em silêncio, tentando disfarçar a surpresa. Nunca tinha imaginado que Julia, com aquele ar dedicado e estudioso, fosse tão apaixonada por futebol americano. Mas a descoberta fez seu peito se encher de entusiasmo.
— Então tá combinado — disse ele, com os olhos brilhando. — Te pego às seis.
Ele saiu do café com um sorriso nos lábios, sentindo o coração bater mais rápido. E pela primeira vez em muito tempo, pensou que talvez tivesse encontrado alguém que o surpreendia de verdade.
Henri estacionou o carro perto do dormitório e esperou. Quando Julia apareceu descendo os degraus, ele quase duvidou do que via.
Ela usava uma calça jeans surrada, tênis confortáveis, uma camiseta dos Dallas Cowboys e, para completar, um boné do time puxado com aba para trás. Era simples, mas ao mesmo tempo arrebatador.
Henri riu, balançando a cabeça.
— Eu não acredito nisso.
Julia abriu um sorriso maroto enquanto se aproximava.
— Ué, o que você queria? Lá em casa, dia de jogo é quase sagrado.
Ele abriu a porta do carro para ela, ainda rindo, mas por dentro estava impressionado. Não era apenas a roupa. Era a naturalidade dela.
No bar do Antônio, o clima era elétrico: mesas cheias, televisões ligadas em cada canto, bandeiras espalhadas pelas paredes. Julia mergulhou no ambiente como se fosse parte dele, pedindo cerveja, comentando as jogadas, vibrando a cada lance.
Henri, por outro lado, quase não prestava atenção na tela. O que o fascinava era vê-la ali, completamente entregue, torcendo com entusiasmo genuíno. O jeito que ela erguia o copo, ria alto, xingava o juiz como se estivesse no estádio… tudo parecia real demais, sem filtros.
As meninas que ele conhecia na faculdade, em sua maioria, preferiam restaurantes sofisticados, vinho caro e conversas calculadas. Julia, ao contrário, era uma contradição deliciosa: uma anomalia linda, inesperada, que parecia brilhar mais do que as luzes do bar.
E Henri não conseguiu evitar o pensamento: talvez estivesse começando a gostar dela muito mais do que deveria.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Júlia Caires
hummm já está apaixonadinho Henry?
2025-09-18
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Dulce Gama
está ótima e história 👍👍👍👍👍❤️❤️❤️❤️❤️🎁🎁🎁🎁🎁🌹🌹🌹🌹🌹
2025-09-17
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Fatima Gonçalves
EITA E PORQUÊ
2025-09-17
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