O sol da manhã entrava pelas enormes janelas da mansão Vasconcelos, iluminando o quarto luxuoso onde Luna se encontrava. A noite anterior ainda pulsava em suas memórias: cada toque, cada olhar de Dante parecia gravado na pele. Ela sabia que aquilo ia além de qualquer contrato.
Mas, apesar do desejo, uma sensação estranha crescia no fundo do estômago. Um mal-estar que começou como uma leve náusea na noite anterior agora se transformava em algo mais intenso. Luna respirou fundo e tentou ignorar, mas cada som, cada movimento, parecia amplificar a sensação.
— Clara sempre disse que não se deve ignorar os sinais do corpo — murmurou para si mesma, lembrando da amiga que, como sempre, estava presente até quando não podia.
Ainda assim, Luna resistiu a ir até o médico de imediato. Havia algo mais importante que precisava ser feito primeiro: lidar com o turbilhão de emoções que Dante despertava nela.
Enquanto isso, Dante desceu para o café da manhã, impecável como sempre. A presença dele preenchia a mansão inteira, como se o mundo girasse em torno de seu poder.
— Bom dia, Luna — disse ele, aproximando-se com a bandeja de café que parecia ter sido feita especialmente para ela.
Ela forçou um sorriso, tentando parecer calma.
— Bom dia. Obrigada.
Ele se sentou, observando cada gesto dela, cada movimento, como se decifrasse cada pensamento.
— Dormiu bem? — perguntou, casualmente, mas com aquele olhar intenso que Luna conhecia tão bem.
— Sim… — ela respondeu, tentando disfarçar o aperto no estômago. — Só… um pouco cansada.
Dante ergueu uma sobrancelha, desconfiado, mas não comentou. Sempre tão atento, ele percebeu algo que ela não queria revelar.
O dia passou lentamente, entre reuniões de Dante e tentativas de Luna de se ocupar para não pensar demais. Mas a sensação persistia, insistente. Quando a noite caiu, Luna finalmente decidiu confrontar o que sentia.
Pegou o teste de gravidez que mantinha guardado no bolso desde cedo e foi até o banheiro. O coração batia tão rápido que parecia querer escapar do peito. Com mãos trêmulas, seguiu as instruções.
Os minutos que se seguiram pareceram uma eternidade. Cada segundo aumentava o pânico dentro dela. Quando o resultado finalmente apareceu… Luna sentiu o chão faltar.
Era positivo.
Ela apoiou-se na pia, respirando com dificuldade. A notícia a paralisava, mas ao mesmo tempo despertava uma onda de emoções conflitantes: medo, dúvida, ansiedade e, estranhamente, uma pontada de esperança.
— Meu Deus… — murmurou, as lágrimas ameaçando cair. — O que eu faço agora?
Antes que pudesse pensar em qualquer plano, Dante apareceu na porta do banheiro. Havia algo na expressão dele que a fez tremer: não era raiva, nem desaprovação, apenas… curiosidade.
— Luna? — perguntou, a voz baixa e firme. — Está tudo bem?
Ela olhou para ele, incapaz de responder. A verdade batia à sua porta com força, e ela sabia que não poderia escondê-la por muito tempo.
— Eu… — começou, a voz falhando. — Eu preciso te contar algo.
Dante se aproximou, os olhos fixos nos dela, atento a cada sinal, cada hesitação.
— O que houve? — sua voz carregava uma mistura de calma e intensidade que fazia Luna tremer.
Ela respirou fundo e, finalmente, disse:
— Estou… estou grávida.
O silêncio tomou conta da sala. O mundo pareceu parar. Dante piscou algumas vezes, processando a informação, enquanto Luna sentia o coração disparar, temendo a reação dele.
Então, finalmente, Dante deu um passo adiante e colocou a mão sobre a dela. Um gesto simples, mas carregado de significado.
— Então… isso muda tudo.
Luna sentiu um frio percorrer a espinha. Mudaria tudo mesmo. O contrato que deveria ser apenas papel agora tinha consequências reais, profundas, e a vida de ambos seria completamente diferente.
— Dante… — ela sussurrou, incapaz de conter a ansiedade. — Eu não sei como…
Ele inclinou-se levemente, aproximando o rosto do dela, o olhar intenso e profundo.
— Não se preocupe. Vamos lidar com isso juntos. Mas… — ele fez uma pausa, e o tom se tornou mais firme — isso também significa que nada mais será como antes.
Luna engoliu em seco, sentindo o peso da responsabilidade, mas também uma estranha sensação de alívio. Apesar do medo, havia uma promessa implícita no olhar dele: ele não iria abandoná-la.
Mas ainda assim, o futuro permanecia incerto. Uma gravidez inesperada, um contrato de conveniência, e a possibilidade de sentimentos que nenhum dos dois conseguia controlar.
✨ O destino os uniu de forma inesperada, e o que deveria ser apenas um acordo frio começa a criar laços profundos, perigosos e transformadores para os dois.
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Atualizado até capítulo 60
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