2° capítulo

Menos de quinze dias depois a Amanda passou muito mal e teve que ser internada, essa foi a primeira internação longa dela.
Eu me desesperei e larguei tudo para ficar no hospital com ela, a floricultura estava por conta dos funcionários e do Miguel que estava trabalhando de casa. Ele tinha um escritório.
Isadora voltou só para casa depois de 7 dias de internação, porém estava em repouso absoluto. E ainda tinha risco de contrair uma infecção, aliás foi por esse motivo que foi liberada do hospital pois definitivamente ela não estava com condições de ir para casa.
Enfim... Estávamos isolados, por ela. Eu e Fernando usávamos máscaras e muito álcool 70 em gel, a imunidade dela estava baixíssima, qualquer vírus que contra isso poderia ser fatal.
Mesmo com tudo isso, uma semana depois dela voltar para casa eu e ela nos casamos.
Os únicos presentes além de nós, foram apenas com Miguel e alguns funcionários da floricultura, todos devidamente higienizados e mascarados.
Miguel conseguiu que um juiz de paz fosse até a nossa casa fazer nosso casamento.
Um tempo depois, já casados, na consulta com obstetra conseguimos ver o sexo do bebê e eu quase tive um treco de tanto que fiquei feliz ao saber que era um garoto, Miguel e Isa não foram diferentes.
Estávamos gravando e fotografando tudo para deixar para o nosso bebê, Isa estava escrevendo de próprio punho um diário de gravidez, nos dias em que ela estava um pouco debilitada eu escrevi enquanto ela ditava.
Mudei minhas coisas para o quarto da Isa e passei a dormir com ela, até para estar presente sempre quando ela precisasse à noite, sei que não atrapalho, pois a cama dela é gigante e nem nos esbarramos enquanto dormimos.
Meu antigo quarto comecei a pintar para deixar para o bebê, comecei também a comprar o enxovalzinho dela pela internet e Amanda me ajudava e opinar vem tudo, achei foda ela querer participar de tudo e não se sentir mal com isso.
Quando a gestação fez cinco meses a Amanda foi internada de novo, nesse caso o desespero foi maior, pois o risco de perder nosso bebê era imenso.
Ela foi proibida até de se levantar da cama, qualquer coisinha de nada poderia causar um aborto, foram nossos piores momentos depois da descoberta da doença da gravidez isso não poderia acontecer NUNCA.
Chegou a seis meses de gestação e o médico optou por fazer uma cesariana, nosso filho nasceu pesando 750 g e foi direto para incubadora, era um serzinho que mal cabia na palma da mão e me despertou um cuidado, uma quentura, um amor imensurável que não sei escrever, ficava olhando por horas aquele bebê que até as fraldinhas próprias para prematuro ficavam enormes nele e achava um bebê mais lindo do mundo, apesar do Miguel dizer que ele mais parecia um filhotinho de gato sem pelos. Registramos ele e ele passou a se chamar Benício Duarte Rodrigues, o Rodriges é da Isadora e o Duarte meu.
Quanto a Isadora, os médicos correram contra o tempo e iniciaram a quimioterapia nela, ela Faria seis sessões para depois fazer a cirurgia para retirada do tumor, mais quatro meses depois ela se foi, e parece que ali a minha ficha caiu, eu sabia que minha amiga e esposa estava muito doente mas eu não tinha perdido a esperança, era algo absurdo acreditar que ela não estaria aqui para ver nosso filho crescer
Depois do enterro dela eu, Miguel e Benício voltamos para casa e ficamos no sofá por muito tempo tentando absorver a perda da Isadora, ela se foi e deixou um buraco imenso em nosso coração, até o Bení pareceu estar sentido que algo muito triste aconteceu pois está quietinho no meu colo parecendo estar pensativo enquanto chupa sua chupeta.
Passaram-se dois meses e um dia Miguel entra de olhos regalados em nossa casa, eu que estou na mesa terminando de dar o jantar a Bení me assusto, não darei conta de mais uma notícia ruim.
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
—Encontrei ele.
Ele diz e eu limpo a boquinha de Benício e me levanto.
Lysandre Duarte
Lysandre Duarte
— Encontrou quem?
Entrego uma chuquinha com água para o Benício e presto atenção em Miguel.
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
— O outro pai do Bení. Eu o encontrei.
Mas a cara dele não é nada boa, aliás ele me parece bem assustado.
Lysandre Duarte
Lysandre Duarte
— Como? Agente revirou essa cidade inteira e nada.
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
— Você e a Isadora estavam tão envolvidos com tudo que estava acontecendo e meio que pararam de procurar, mas eu continuei. Lembra que eu pedi para um amigo meu da polícia fazer um retrato falado?
Eu franzo a sobrancelha.
Lysandre Duarte
Lysandre Duarte
— Lembro. Está no diário de gravidez da Isa.
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
— Meu amigo fez duas cópias e ficou com uma para me ajudar a procurar, e hoje ele me ligou e disse que com aquele retrato, conseguiu descobrir que o tal está na lista de um dos caras mais procurados aqui do Rio.
Arregalo os olhos e estarrecido. Como assim procurado?
Lysandre Duarte
Lysandre Duarte
— Procurado por quem? Por quê?
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
— Pela polícia. O cara é um traficante, dono do morro do fuligem ele é um puta bandidão.
Estou literalmente de boca aberta olhando para ele que abre uma pasta que instala em sua mão e eu nem tinha reparado nela.
Lysandre Duarte
Lysandre Duarte
😯
Ele retira a foto do retrato falado que eu e a Isadora fizemos e o retrato impresso do cara, nitidamente a mesma pessoa e claro o nome é o mesmo: Douglas Ferreira, mais conhecido como Caveira O dono do morro do fuligem.
Olho para Miguel e a expressão dele é muito mais assustada que a minha. Não sei porquê, mas essa notícia me deu uma certa esperança.
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Ryner

Ryner

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2025-08-30

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