Poucos sabem, mas por trás dos saltos altos, das capas de revista e do título de CEO, existe outra versão minha. Uma que não brilha sob os holofotes, mas que sua no tatame, que sangra nos treinos e que respira luta.
Desde criança, eu sempre fui fascinada pela ideia de ser capaz de me defender. Não porque eu tivesse medo, mas porque eu queria provar — primeiro a mim mesma — que força não está no tamanho ou no gênero. Então, aos nove anos, entrei no meu primeiro treino de boxe. Logo depois, mergulhei de cabeça no jiu-jítsu e, mais tarde, na defesa pessoal. Hoje, aos 21, posso dizer com orgulho: sou uma das melhores.
Meu corpo aprendeu a linguagem da luta como se fosse uma extensão da minha alma.
E é exatamente por isso que, todas as manhãs, antes mesmo de assinar contratos ou dar entrevistas, eu visto meu uniforme e vou para o ginásio.
— Vamos, Isa! — grita Valentina, minha melhor amiga desde a infância. Morena de cabelos cacheados, olhos castanhos intensos, e uma energia que parece nunca acabar. Ela é como uma irmã para mim, e a única que tem coragem de me enfrentar sem medo.
Ao lado dela estão meus dois parceiros de treino: Lorenzo, alto, musculoso, sempre com um sorriso debochado no rosto, e Enzo, mais discreto, mas com uma técnica impecável que me desafia todos os dias.
— Hoje eu não vou pegar leve — aviso, colocando minhas luvas de boxe e encarando os três.
Eles riem, mas sabem que não estou brincando.
No ringue, não existe a CEO bilionária, nem a modelo internacional. Existe apenas Isabella Salvatore, a lutadora.
O primeiro round começa com Valentina. Seus golpes são rápidos, certeiros, mas eu conheço cada movimento dela. Esquivo, contra-ataco, giro o quadril e acerto um direto no abdômen. Ela perde o ar por um segundo, mas se recupera com um sorriso desafiador.
— Você nunca muda — ela ri, ofegante. — Sempre um passo à frente.
Depois é a vez de Lorenzo. A força dele é bruta, como um touro descontrolado, mas eu aprendi a usar isso contra ele. Deslizo, desvio, e aplico uma chave de braço que o faz bater no tatame.
— Droga, Isa! — ele resmunga, rindo e massageando o ombro. — Você vai me matar ainda.
Por último, Enzo. Ele é o mais difícil. Não porque seja mais forte, mas porque é frio, calculista, assim como eu. Nossos treinos são como uma dança de estratégia. Ele quase consegue me prender no chão, mas uso minha flexibilidade para inverter a posição e finalizar a luta.
Quando o treino termina, estamos todos suados, rindo e sem fôlego. Eu me deito no tatame, olhando para o teto, e sinto aquela sensação única de vitória. Não contra eles, mas contra mim mesma.
— Um dia, Isa, você vai usar isso de verdade, não apenas no tatame — diz Enzo, sério, enquanto bebe água.
Sei que ele tem razão. No fundo, sinto que minha vida está prestes a entrar em um jogo muito maior do que qualquer campeonato de luta. Um jogo onde não haverá árbitros, regras ou tapinhas de rendição.
Mas por agora, deixo a adrenalina fluir e aproveito o momento.
Eu sou Isabella Salvatore. CEO, modelo, lutadora.
E ninguém jamais poderá dizer que eu não sei lutar pelo que é meu.
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Atualizado até capítulo 40
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Marta Monteiro
/Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry/
2025-08-24
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