Capítulo 5: Desastre Floral, Confissão Inesperada e o Robô Indiferente
A vida de Aurora se transformou em uma sitcom de humor negro. Cada dia era um novo desafio para evitar o contato físico e, consequentemente, mais um pretendente bizarro. A paranoia atingiu níveis estratosféricos: Aurora passou a usar um traje de astronauta improvisado, com direito a capacete e luvas grossas, para ir ao supermercado. Resultado: foi confundida com uma ativista ambiental radical e expulsa do estabelecimento.
O ápice da vergonha aconteceu durante um festival de flores. Aurora, tentando desesperadamente se esconder dos admiradores, esbarrou em sua melhor amiga, Sofia, uma designer de interiores extrovertida e apaixonada por astrologia. No susto, um abraço rápido e desajeitado. Aurora congelou. "Não, não, não!", gritou em pensamento.
Sofia, que sempre foi um poço de autoestima e independência, começou a ter crises existenciais. Abandonou o trabalho, passou a usar roupas floridas (ironicamente), a compor poemas melancólicos e a questionar a validade de todos os seus relacionamentos passados. "Sempre te amei, Aurora!", confessou em meio a lágrimas e soluços. "Você é a minha alma gêmea, meu sol, minha lua, meu ascendente em Libra!"
Aurora, horrorizada, tentou explicar o feitiço, mas Sofia interpretou tudo como uma declaração de amor velada. A situação ficou ainda mais constrangedora quando Sofia começou a competir com os outros pretendentes, declarando guerra a qualquer um que se aproximasse de Aurora. A floricultura se transformou em um campo de batalha campal, com buquês de flores sendo usados como armas e serenatas desafinadas como gritos de guerra.
Em meio a esse caos amoroso, Aurora finalmente conseguiu o contato do tal cientista especialista em robótica. Seu nome era Matias, e ele trabalhava em um laboratório isolado na periferia da cidade. Marcou um encontro, desesperada para encontrar a cura para sua maldição.
Ao chegar no laboratório, Aurora se deparou com um cenário digno de filme de ficção científica: robôs de todos os tamanhos e formatos, fios e cabos por toda parte, luzes piscando e um cheiro forte de metal e óleo. Matias, com seus óculos de aro grosso, jaleco branco e expressão absorta, mal notou sua presença.
"Senhor Matias?", perguntou Aurora, tentando chamar sua atenção.
Matias, sem sequer levantar os olhos, respondeu: "Estou ocupado. Tentando ensinar um robô a sentir emoções. Uma tarefa, devo dizer, infinitamente mais complexa do que entender o comportamento humano."
Aurora suspirou. Aquele era o seu príncipe imune? Um robô indiferente que não conseguia nem sequer notar sua existência? A comédia, definitivamente, havia se tornado trágica. Mal sabia ela que o "príncipe robótico", o homem imune ao seu abraço, era, na verdade, seu melhor amigo de infância, Lucas, um nerd apaixonado por tecnologia que sempre esteve ao seu lado, mas que ela nunca enxergou com outros olhos. E, por enquanto, nem ia enxergar. O destino, afinal, adora pregar peças.
O Abraço Proibido de Aurora (Capítulo 6 - Lucas, o Escudeiro Desastrado e a Epidemia de Confusões Amorosas)
Capítulo 6: Traje Anti-Paixão, Confusões Florais e um Amigo de Infância Inacreditavelmente Ignorado
Lucas, o amigo nerd de infância de Aurora, sempre foi o tipo de cara que passava despercebido. Óculos de grau fundo de garrafa, camisetas de Star Wars e uma habilidade impressionante para resolver problemas de computador, mas zero para lidar com dramas amorosos. No entanto, ao ver sua amiga desesperada, Lucas sentiu um impulso heróico (e uma pontada de ciúmes, que ele prontamente ignorou) e se ofereceu para ajudar.
"Eu vou ser seu escudeiro anti-paixão!", declarou Lucas, com a determinação de um Jedi enfrentando Darth Vader. Aurora, cética, mas sem opções melhores, aceitou a ajuda. Mal sabia ela que Lucas era a chave para resolver seu problema, mas a miopia amorosa de Aurora era mais forte que qualquer feitiço.
A primeira medida de Lucas foi criar um "traje anti-paixão" para Aurora. A ideia era boa, a execução, desastrosa. O traje consistia em uma armadura de papelão improvisada, repleta de alarmes sonoros e repelentes de pretendentes (alho, pimenta e spray de citronela). O resultado: Aurora parecia um Transformer rejeitado e atraía mais olhares curiosos do que apaixonados.
Durante um evento beneficente, Aurora, vestida com seu traje bizarro, tentava desesperadamente evitar contato físico com os convidados. Lucas, responsável por acionar os alarmes e borrifar o repelente, se atrapalhou com os botões e acabou atingindo o prefeito da cidade com um jato de spray de citronela. O prefeito, alérgico à substância, começou a espirrar descontroladamente, causando um efeito dominó de espirros em toda a plateia. O evento se transformou em um caos alérgico, com direito a ambulâncias e manchetes sensacionalistas nos jornais.
Para piorar a situação, Sofia, a amiga apaixonada, não dava trégua. Seguia Aurora e Lucas por toda parte, lançando olhares fulminantes e sabotando suas tentativas de encontrar uma solução para o feitiço. Em uma cena digna de novela mexicana, Sofia invadiu a floricultura vestida de noiva, declarando seu amor eterno por Aurora e desafiando Lucas para um duelo de flores.
No meio de toda essa confusão, Lucas e Aurora se esbarravam, se trombavam, quase se abraçavam, mas, por um milagre (ou por pura teimosia do destino), nunca se tocavam de verdade. A tensão entre eles era palpável, mas ambos estavam tão focados em resolver o problema do feitiço que não percebiam a faísca que começava a surgir.
Em uma noite chuvosa, Lucas, exausto e frustrado, desabafou com Aurora: "Eu não sei mais o que fazer! Parece que tudo o que eu tento só piora a situação."
Aurora, comovida com o esforço do amigo, colocou a mão em seu ombro (sem perceber, é claro, que estava prestes a cometer um erro gravíssimo). "Você está sendo incrível, Lucas", disse ela, com um sorriso sincero. "Eu não sei o que faria sem você."
Lucas, ao ouvir aquelas palavras, sentiu um calor percorrer seu corpo. Pela primeira vez em anos, ele enxergou Aurora com outros olhos. Mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, o alarme do traje anti-paixão disparou, interrompendo o momento. Aurora, assustada, se afastou bruscamente, sem notar o olhar apaixonado que Lucas lhe lançou.
O destino, mais uma vez, havia pregado uma peça. O príncipe imune estava ali, ao seu lado, mas Aurora, cega pelo feitiço e pela confusão amorosa, continuava a procurá-lo em lugares errados. E a comédia, longe de terminar, estava apenas começando.
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Atualizado até capítulo 40
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