Ele é diferente... Hoje é diferente...
Caralho… nunca fui de cuidar de criança, tá ligado? Mas esse pivete é diferente. Me olha como se tivesse vendo o Homem-Aranha na frente dele. Cada coisa que eu falo ou faço, ele fica tipo “uau”. Me segue pela casa igual filhote, ri de tudo. E o pior...acho que eu gosto dessa porra.
Foi aí que a porta bateu forte e os dois chegaram. Changbin com uma mochila preta nas costas e Hyunjin com o casaco meio aberto, rindo alto, suado.
☆°•Hyunjin•°☆
*Se joga no sofá e pega o controle.*
Eai, como foi a Princesa no batizado?
☆°•Lee Minho•°☆
*Pega uma cerveja na geladeira e joga outra pra Chan.*
Waguinho disse que o moleque mandou bem.
☆°•Lee Minho•°☆
Subiu nos prédio tudo, entregou direitinho, voltou com os pedidos certo.
☆°•Lee Minho•°☆
Não perguntou porra nenhuma, nem quis saber quem era quem, o que era o quê. Foi certinho.
☆°•Changbin•°☆
*Abre a latinha com um estalo.*
Muleque esperto.
☆°•Changbin•°☆
E o menorzinho? Aquele que tava aqui mais cedo? Quando eu saí ele tava largado no sofá no décimo sono.
☆°•Lee Minho•°☆
Irmão da Princesa.
☆°•Lee Minho•°☆
*olha pra almofada que o garoto tinha dormido.*
Muleque mó massa. Magrinho, mas tem o coração enorme. E parece gostar de mim, acredita?
☆°•Hyunjin•°☆
*Fala irônico, colocando os pés na mesa.*
Claro que acredita. Tu é tipo... O rei desse lugar.
☆°•Hyunjin•°☆
Se eu tivesse oito anos também ia achar que tu é tipo um super-herói do crime.
☆°•Lee Minho•°☆
*Ri anasalado.*
Cês são uns filhos da puta. Mas ó... tem alguma coisa naquele garoto, o Jisung. Ele é fraco, é. Mas não de coração. Ele só não tá acostumado com o peso das parada. E mesmo assim encarou o corre.
☆°•Changbin•°☆
*Passa a mão no queixo.*
Tu acha que ele aguenta mesmo? Porque se colocar ele nesse mundo, não tem volta.
☆°•Lee Minho•°☆
Eu não coloco ninguém em porra nenhuma.
*Falou sério.*
Mas se ele continuar vindo, ele vai aprender. E eu vou tá lá olhando.
A sala ficou em silêncio por uns segundos, só o som do ventilador girando e os grilos do lado de fora. Eu encostei na parede, cruzando os braços.
☆°•Lee Minho•°☆
O muleque é diferente. Não sei oque ainda... mas tem alguma coisa nele.
☆°•Hyunjin•°☆
*Rindo baixo.*
Isso é oque tu sempre fala antes de se apaixonar.
Minho jogou uma almofada na cabeça do amigo e virou a cara, mas deu pra ver um sorrisinho de canto.
No outro dia, acordei com o barulho da quebrada já fervendo. Passinho de moto na rua, a molecada correndo atrás de pipa e aquele funk estourado vindo de algum barraco lá de baixo. Peguei a camisa que tava jogada no chão, enfiei no corpo e saí de fininho pra não acordar o Jotinha.
O sol mal tinha subido e o ar já tava pesado, quente. Desci o beco pensando nas parada de ontem… no Magnata sentado no chão brincando com o meu irmão. Nunca imaginei ver aquilo. Esse cara é a cara da frieza, mas com o Jotinha parecia um vizinho de porta.
Cheguei na laje dele, bati duas vezes na porta de ferro. Quem abriu foi o Hyunjin, de short e sem camisa, rindo de alguma coisa que só ele sabia.
☆°•Hyunjin•°☆
Eai, Princesa. Achou que ia ter folga hoje?
☆°•Hyunjin•°☆
*Olha Han de cima a baixo.*
Entra aí.
Entrei. O Magnata tava encostado na janela, camisa regata preta, fumando devagar. Me olhou rápido, como se já soubesse que eu tava ali, e fez um sinal com a cabeça.
☆°•Lee Minho•°☆
*Apaga o cigarro no cinzeiro.*
Hoje vai ser diferente.
☆°•Lee Minho•°☆
Tu vai colar com o Bin e o Reizinho. Tem que aprender a lidar com o lado feio da coisa.
☆°•Han Jinsung•°☆
Mas feio que ontem?
O Magnata me olhou com uma sobrancelha arqueada.
Nunca me arrependi tão rápido.
☆°•Lee Minho•°☆
Tu vai ver.
Saímos. O Changbin tava no portão com uma mochila maior que ele, o Bangchan do lado, tranquilo demais pra quem carrega tanta responsa. Peguei carona na moto do Bin e descemos parte do morro.
A primeira parada foi no beco da escadaria — só que dessa vez não era briga. Era cobrança. Dois caras devendo grana, tremendo de medo, encostados na parede. O Bin foi direto no papo reto:
☆°•Changbin•°☆
Tá virando palhaçada, porra?
☆°•Changbin•°☆
*Joga a mochila pesada no chão.*
A gente não aceita atraso.
O clima ficou pesado, parecia que o ar ia rachar. Bangchan só ficou olhando, braços cruzados, e eu ali do lado tentando parecer que fazia parte daquilo.
Quando um dos caras gaguejou qualquer coisa, o Chan olhou pra mim.
☆°•Bangchan•°☆
Princesa, chega aqui.
☆°•Autor•°☆
Eu mudei a foto do Chan, na apresentação tá diferente.
☆°•Bangchan•°☆
Olha no olho dele.
Eu fui. O cara não conseguia nem me encarar. Tava suando frio.
☆°•Bangchan•°☆
Tá vendo? É isso que eu quero que tu aprenda.
☆°•Bangchan•°☆
Aqui, o medo fala antes da gente abrir a boca.
O Bin literalmente espacou os caras.
Eles ainda tem um mês pra pagar a dívida, mas até lá, ninguém pode vender nada pra eles.
Voltamos pro alto do morro quase no fim da tarde. A favela tava dourada pela luz do sol, bonita de um jeito triste. Antes de entrar no barraco do Magnata, parei um segundo olhando lá pra baixo, pro asfalto. Pensando se algum dia eu ia sair dali.
Mas a real? Talvez eu nem quisesse mais.
Entrei. O Magnata tava no sofá. Ele me olhou rápido, depois voltou os olhos pro moleque.
☆°•Lee Minho•°☆
*Com um meio sorriso no rosto.*
Eai, Princesa... sobreviveu?
☆°•Han Jinsung•°☆
*Se joga na poltrona.*
Sobrevive.
☆°•Han Jinsung•°☆
Mas sei lá... acho que tô começando a entender o jogo.
☆°•Lee Minho•°☆
*Dá um risada curta.*
Não é um jogo, muleque. É uma guerra.
☆°•Lee Minho•°☆
E na guerra...
☆°•Lee Minho•°☆
A gente não perde duas vezes.
Eu entendi na hora que ali não tinha mais volta.
☆°•Autor•°☆
vou mostrar o ig dos personagens.
Comments