༺𓆩𓆪༻Ep:𝟎𝟒༺𓆪𓆪༻
◥❦⃟✦◤𝕮𝖔𝖒𝖊𝖈̧𝖆𝖓𝖉𝖔 𝖆 𝖓𝖆𝖗𝖗𝖆𝖙𝖎𝖛𝖆◥❦⃟✦◤
༺ღ༒𝕰𝖘𝖙𝖎𝖌𝖒𝖆 𝖉𝖔 𝕻𝖊𝖈𝖆𝖉𝖔༒ღ༻
O ar do pátio era cortante, carregado pelo vento noturno que trazia o perfume distante de terra molhada e sangue. As tochas iluminavam o caminho de pedra por onde os primordiais arrastavam Amélia, seus passos pesados e impiedosos ecoando no silêncio gélido da madrugada.
Foi então que, entre as sombras ao pé de uma das colunas, um par de olhos dourados brilhou. Um garoto lobisomem, não mais que doze anos, observava a cena com o peito arfando. Seus cabelos platinados desgrenhados caíam sobre a testa, e as mãos pequenas estavam cerradas em punhos.
Ele não entendia o que estava acontecendo mas seus instintos gritavam. Algo estava errado. Muito errado. E a figura ferida, arrastada por aqueles vampiros, era a rainha. Sua rainha.
Um rosnado baixo escapou de sua garganta.
Edric Malrik
~Esses sanguessuga tão aprontando algo eu sinto isso, preciso impedi-los!.
murmurou, mais para si, como se ganhasse coragem com as próprias palavras.
Quando o cheiro do sangue de Amélia bateu em suas narinas, foi como se uma chama se acendesse dentro dele. Sem pensar, sem medir forças, ele disparou para frente. As garras começaram a se formar, os músculos se tensionaram em um salto quase animal.
Os primordiais sentiram o deslocamento de ar e se viraram, mas o garoto já estava sobre um deles, cravando as unhas no rosto pálido e soltando um rugido que ecoou como trovão no pátio.
Edric Malrik
GRRRR SOLTEM A RAINHA SEUS MALDITOS 💢
gritou com a voz quebrada pela fúria, mesmo sabendo que talvez estivesse sozinho.
O ataque foi selvagem, mas a diferença de poder era brutal. Ainda assim, naquele instante, o pequeno lobisomem parecia disposto a enfrentar todos os primordiais se fosse preciso.
O rugido de Edric cortou a noite como um trovão primal. Não foi apenas um som foi um chamado.
Nas matas, nos telhados, nos becos sombrios, lobisomens de todas as idades sentiram a vibração percorrer seus ossos. Era a sinergia da alcateia, o elo invisível que unia suas almas selvagens.
Corações aceleraram, patas e pés começaram a correr. De todas as direções, eles avançavam rumo à fonte daquele grito, instintivamente sabendo que algo sagrado estava em perigo.
No pátio, os primordiais também ouviram. Um deles, um vampiro de olhos carmesim e presas afiadas, soltou um rosnado irritado e, com um movimento veloz como um relâmpago, agarrou Edric pelo pescoço.
Raphael Seravyn
Cão insolente
sibilou antes de arremessá-lo.
O garoto foi lançado contra a muralha de pedra com tanta força que o impacto ressoou como um trovão surdo. A parede rachou em teias de fraturas, e o som seco do corpo dele batendo ecoou por todo o pátio. Um jorro de sangue escapou de sua boca, manchando o chão.
Por um instante, parecia que ele não se levantaria. Mas Edric apoiou as mãos no chão, os joelhos tremendo, e ergueu o rosto ensanguentado.
Edric Malrik
Eu não… vou recuar…
Rosnou, cuspindo o gosto metálico da própria dor.
Os olhos dourados dele queimavam com a fúria indomável que só os jovens guerreiros tinham aquela teimosia que nem a morte consegue apagar.
E, ao longe, o som crescente de patas e uivos começava a encher o ar. A noite estava prestes a ser tomada pelo coro da alcateia.
O sangue ainda escorria do canto da boca de Edric quando os olhos de Amélia se encontraram com os dele. A dor física que sentia era esmagada por outra dor a de vê-lo ali, enfrentando monstros que nem guerreiros experientes ousariam encarar.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Edric você não pode vencê-lo!
sua voz cortou o ar como um comando e uma súplica ao mesmo tempo.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Fuji daqui! Agora!
Mas Edric, com o rosto marcado por sangue e poeira, rosnou em resposta, o som baixo e carregado de desafio.
Edric Malrik
Eu não vou… te deixar, Majestade.
Amélia sentiu o nó no peito apertar. Ela conhecia aquele olhar teimoso, indomável, o mesmo que tantas vezes a fez rir e suspirar em dias mais calmos. Eles eram próximos demais, quase como família, e ele jamais recuaria.
Amélia Rekshai lux Ramiel
💭Criança teimosa você não vai conseguir me resgatar deveria ao menos fugir para salvar a própria vida💭
Foi nesse instante que a noite explodiu em um coro selvagem. Dos quatro cantos do pátio, lobisomens irromperam em saltos e corridas, seus corpos se transformando em pleno ar, ossos e músculos se expandindo, presas e garras reluzindo sob a lua.
Ao verem Edric ferido e os primordiais agarrando Amélia, a fúria tomou conta da alcateia. Não houve hesitação o ataque foi imediato, um maremoto de garras e presas lançado contra as sombras vampíricas.
???
Lobisomem:
Grrr 💢 protejam a rainha e salvem o Edric
Raphael Seravyn
Ótimo mais cães imundos se juntando como vermes, criaturas nojentas e inferiores como ousam rosnar para mim!!
O pátio virou um caos. O ar se encheu com o som de ossos quebrando, rosnados, gritos e o estalar de carne sendo rasgada. Lobisomens derrubavam primordiais, mas eram lançados contra paredes ou decapitados em contra golpes rápidos demais para olhos humanos acompanharem.
O chão se cobria de sangue quente e frio, misturado, formando poças que refletiam a lua. Cada uivo de dor de um lobisomem caído parecia incendiar ainda mais a fúria dos que restavam… mas a verdade era cruel: os primordiais eram fortes demais. Ainda assim, ninguém recuava.
Entre o som da carnificina, Amélia lutava para se soltar, gritando para que parassem, sabendo que cada segundo custava vidas preciosas. Mas a batalha já havia ultrapassado o ponto de retorno.
Amélia Rekshai lux Ramiel
N-não lutem por mim... fujam... por favor vocês tem que sobreviver
O combate se espalhava como um incêndio descontrolado, mas no centro do pátio, uma figura se destacava pela brutalidade. Tharion um dos primordiais mais antigos, alto como uma torre e com músculos como blocos de pedra movia-se entre os lobisomens como um ceifador de almas.
Um jovem da alcateia saltou sobre ele, garras prontas para cravar no pescoço. Tharion o agarrou pelo tronco no ar, a força esmagando costelas em um estalo seco, e, com um movimento rápido e cruel, segurou-lhe a cabeça.
Tharion Velriel
vocês são só parasitas peludos com dentes nem bestas, nem homens, só um erro que respira.
rosnou com desprezo, os olhos como carvões acesos.
Tharion Velriel
Não passam de vermes que fingem ser predadores.
Com um puxão brutal, arrancou a cabeça do lobisomem como se fosse nada, o som horrível ecoando no pátio.
O corpo sem vida caiu pesadamente no chão, enquanto Tharion jogava a cabeça de lado com um gesto de nojo, como quem descarta lixo.
Tharion Velriel
Suas existências são uma ferida aberta na natureza
Sua voz carregava repúdio, cada palavra um golpe tão cruel quanto seus punhos.
O ato fez outros lobisomens hesitarem por um instante, mas também acendeu um ódio fervente nos olhos de Edric, que se preparava para avançar novamente, mesmo ferido, mesmo sangrando.
Amélia, vendo a cena, sentiu a raiva e a dor se misturarem em algo quase insuportável cada morte era mais um peso preso à sua alma, e o ódio de Tharion apenas incendiava sua fúria impotente.
༺⫷𝕴𝖒𝖆𝖌𝖊𝖒 𝖇𝖔̂𝖓𝖚𝖘⫸༻
𝐴𝑣𝑎𝑟𝑖𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑘𝑠ℎ𝑎𝑖 𝑉𝑖𝑜𝑠
Comments