O início
As chamas dançavam no céu noturno, pintando de laranja o que antes era silêncio
O cheiro de madeira queimada e plástico derretido se espalhava pelas ruas estreitas do bairro pobre, onde as sirenes ecoavam como gritos metálicos
A casa ardia com violência, estalando como se algo dentro dela resistisse ao fim
Os vizinhos, chocados, assistiam de longe, enquanto os bombeiros rompiam a fumaça espessa e os policiais isolavam a área com fitas amarelas
No meio da multidão, um garoto coberto de fuligem assistia em silêncio
Os olhos arregalados, fixos nas chamas
A pele manchada de cinza, os punhos cerrados
Atrás dele, o céu começava a clarear com o amanhecer, mas a casa...
A tarde na cidade parecia comum,céu acinzentado,buzinas impacientes, vendedores gritando em meio às barracas improvisadas
Min-jun andava devagar entre a multidão apressada do centro de Seul, as mãos no bolso, o capuz cobrindo parte do rosto
O corpo relaxado por fora, mas por dentro... tensão
Ele sabia que não podia baixar a guarda por muito tempo
Esses dias calmos eram apenas o silêncio antes da próxima tempestade
E, hoje, algo no ar pesava
Os instintos que salvaram sua vida tantas vezes estavam gritando de novo
Min-jun
💭Droga,eles estão aqui de novo💭
Ele cruzou a rua, fingindo não notar
Viu o reflexo num vidro rachado de uma loja fechada: dois homens atrás dele, andando no mesmo ritmo, com roupas discretas demais
A mesma postura rígida junto do olhar assassino
Virou uma esquina e pegou um beco largo entre dois prédios abandonados, onde a multidão desaparecia e o silêncio engolia os sons da cidade
Ele sabia o que estava fazendo
Estava escolhendo o campo de batalha
Min-jun
Três... quatro... cinco?
Min-jun
A situação ficou complicada
Os olhos dele varrearam as sombras
Os passos atrás dele ficaram mais rápidos
Confirmado que a hora de correr
Os gritos vieram logo em seguida
“Pega ele!” “Não deixa escapar!”
Min-jun disparou pelas vielas como um animal selvagem, saltando sobre caixotes, escorregando por entre vãos estreitos, os músculos movendo-se com precisão
Os perseguidores eram persistentes e treinados,porém previsíveis
Quando Min-jun virou bruscamente em uma rua sem saída, já sabia o que faria
Parou no fim do beco, girou o corpo e esperou
O primeiro homem veio correndo e pagou por isso
Min-jun se moveu como um raio, agarrando o braço dele e o usando como escudo
Dois tiros erraram por centímetros
Um giro, uma chave no pescoço, e o corpo caiu sem vida
O segundo tentou lutar corpo a corpo
Um soco no estômago, um golpe no joelho, e logo estava no chão, cuspindo sangue
O terceiro conseguiu encostar a lâmina no braço de Min-jun
Mas isso bastou para a fúria surgir,com os olhos cravados nos do inimigo, Min-jun avançou com violência silenciosa
Bloqueou o próximo ataque, desarmou-o e fincou a faca no pescoço do homem num movimento limpo e seco
Ele respirava fundo, o sangue escorrendo do ferimento no braço, mas os olhos ainda frios
Min-jun
Eles realmente não param
Min-jun
Sempre mandam mais
Mais dois vinham pela entrada do beco
Min-jun não esperou,correu por uma lateral estreita entre os prédios, subindo por caixas empilhadas até alcançar a sacada de ferro de um apartamento vazio
Escalou como quem fazia isso desde sempre, sumindo pelas sombras dos andares superiores
Atrás dele, gritos, confusão, mas nenhum deles conseguiu seguir
Min-jun já estava nos telhados, correndo sobre o concreto como um espectro da cidade
Quando parou, já estava a vários quarteirões de distância, escondido sob a estrutura de um antigo galpão
Ele sentou-se, respirando com calma
O corte ardia, mas era leve
O olhar, porém, seguia distante
Min-jun
Eles ainda estão atrás de mim...
？？？
Deve ser porque não pagou o que devia
Min-jun se assustou,se virando,dando de cara com...
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