Capítulo 4

Capítulo 4 – O Lado Sombrio do Palácio

Natália Bragança

Acordei sobressaltada com um estrondo. Um barulho seco, forte, como se algo tivesse explodido do lado de fora da mansão. Levei alguns segundos para me situar. Estava escuro, mas havia uma luz alaranjada invadindo meu quarto pelas frestas da cortina. Meu coração disparou.

Joguei as cobertas para o lado e corri até a janela. Lá embaixo, no jardim, homens armados corriam em todas as direções. Um deles carregava uma metralhadora. Outro gritava ordens em italiano. Eu vi fogo. Vi fumaça.

Vi o caos.

— Meu Deus… — murmurei, dando um passo para trás.

Antes que eu conseguisse alcançar o celular, a porta do quarto foi aberta de forma violenta. Um homem que eu nunca tinha visto entrou. Ele não usava terno. Não era segurança. Era estranho, suado, com olhar faminto. E armado.

— Olá, boneca — disse ele, com um sorriso nojento. — A noiva do Lorenzi. Finalmente.

Meu corpo congelou.

Ele avançou. Eu tentei correr para o banheiro, mas ele foi mais rápido. Me agarrou pelo braço com força brutal e me jogou contra a parede. Bati o ombro com tudo. Senti a dor latejar.

— William vai aprender a não brincar com a Bratva. Você é o aviso.

A Bratva. Máfia russa. Eu já tinha ouvido esse nome nas conversas abafadas entre meu pai e seus associados. Eles eram cruéis. Selvagens.

O homem me puxou pelo cabelo e tentou me arrastar até a porta, mas eu gritei com todas as forças que tinha. Gritei desesperadamente. Gritei por socorro, por alguém. Por William.

E ele veio.

A porta foi aberta de supetão e, em segundos, três tiros rasgaram o ar.

O invasor caiu no chão com um gemido, sangue escorrendo pelo peito. William estava parado na entrada, com a arma ainda erguida. Os olhos dele não estavam calmos. Não estavam frios. Eles queimavam.

Ele largou a arma e correu até mim.

— Natália?! Você tá ferida?

Eu estava no chão, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Meus joelhos tremiam. Meu corpo estava em choque. A boca aberta, mas nenhuma palavra saía.

William me segurou pelo rosto, forçando meu olhar ao dele.

— Respira. Eu tô aqui. Tá tudo bem agora.

Tudo bem? Nada estava bem. Eu tinha quase sido sequestrada — ou morta — dentro do quarto que ele mesmo me enfiou.

— Ele entrou… — sussurrei, com a voz embargada. — Ele entrou aqui e tentou me levar.

William fechou os olhos por um segundo, engolindo a raiva. Quando abriu, a voz dele saiu sombria.

— Ele não vai tocar mais em ninguém. E se alguém tentar, vai terminar do mesmo jeito.

Dois seguranças surgiram e começaram a arrastar o corpo para fora. Eu assisti tudo paralisada. Estava coberta de suor, com os cabelos bagunçados, a camisola rasgada no ombro. Era como se eu estivesse vivendo em outro mundo, um onde a vida e a morte se cruzavam numa sala decorada com obras de arte.

William voltou a me encarar. Estava com a respiração pesada, as mãos ainda trêmulas.

— A partir de agora, você não vai mais dormir sozinha. E vai ter dois homens armados na porta do seu quarto. — Ele fez uma pausa. — Isso não vai acontecer de novo.

Eu não sabia se sentia medo dele... ou medo de mim mesma por ter me sentido protegida por um homem como ele.

Um assassino. Um mafioso.

Mas, naquela noite, ele salvou minha vida.

E por mais que eu não quisesse admitir... uma parte de mim se sentiu segura nos braços de William Lorenzi...

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