DOMINA-ME •︎●─⟡×⟡─⟆ Chapter 03 ⟆─⟡×⟡─●•

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•| Boa leitura 📚

> Anteriormente, em: "DOMINA-ME"...

[...]

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

E aí? Assim tá digno de um campeão, ou ainda pareço um amador?

𝘑𝘶𝘭𝘪𝘢𝘯 𝘊𝘳𝘰𝘴𝘴

*sorri, aquele sorriso quase sedutor* Agora sim tá começando a parecer alguém que sabe o que tá fazendo.

E foi aí que o problema começou.

Aquele sorriso. A porra daquele sorriso.

Charlie congelou por um segundo. Não era só um sorriso educado. Era um convite. Um desafio. Uma armadilha, talvez? Aquele tipo de olhar que te deixa com a respiração travada e a mente fodida por horas depois.

[...]

> Quinta-feira – 19:15.

Charlie passou o cartão no saguão do hotel e entrou direto no elevador. Estava com o moletom encharcado de suor seco, os fones no pescoço e uma garrafa de água quase vazia pendurada nos dedos.

O espelho do elevador devolveu seu reflexo cansado: barba por fazer, olheiras leves e os ombros largos caindo pra frente.

Nova York era a casa dele. Mas aquele hotel cinco estrelas cheirava a coisa estéril, limpa demais. Ele sentia falta da própria cama. Do colchão meio afundado, da pia quebrada da cozinha, do som do vizinho transando alto às terças.

Charlie era bruto até no descanso. E aquele luxo artificial começava a irritar.

O celular vibrou no bolso. Duas mensagens. Gregory.

𝘎𝘳𝘦𝘨𝘰𝘳𝘺 𝘋𝘰𝘯𝘰𝘷𝘢𝘯

📱: Amanhã, 20h. Entrevista ao vivo com a ViperTV. Não me faz passar vergonha.

𝘎𝘳𝘦𝘨𝘰𝘳𝘺 𝘋𝘰𝘯𝘰𝘷𝘢𝘯

📱: E tenta não transar com ninguém da produção, porra.

Charlie bufou e digitou de volta com o polegar:

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

📱: Só se tiver microfone no cu.

A porta do elevador abriu no 23º andar. Charlie saiu sem olhar pros lados. Passou direto por um casal que o reconheceu e cochichou. O quarto dele ficava no final do corredor — suíte executiva com vista pra merda nenhuma, mas com cama king size.

Abriu a porta e soltou tudo no chão: mochila, garrafa, boné. Deitou na cama de braços abertos, ainda suado, sem tirar os tênis.

O celular vibrou de novo. Dessa vez, era Julian.

𝘑𝘶𝘭𝘪𝘢𝘯 𝘊𝘳𝘰𝘴𝘴

📱: Treino marcado pra amanhã, 15h. Te encontro lá. E dorme. Você tá andando torto.

Charlie olhou pra tela, depois jogou o celular no travesseiro e soltou um suspiro.

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

Maldito assistente... maldito sorriso...

Ele virou pro lado. Os olhos meio fechados, a respiração desacelerando.

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

💭: Como ele arrumou meu número?

Provavelmente Gregory. Filho da puta.

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

*fecha os olhos, rindo de canto* Eu ainda te pego, Gregory...

Não no bom sentido.

A luta estava chegando. Mas havia algo mais crescendo no ar. Algo que nem soco resolve.

E isso deixava Charlie mais excitado do que deveria.

[...]

> Sexta-feira – 06:27 da manhã.

Charlie acordou sozinho.

O lençol ainda tinha cheiro de sexo das noites anteriores, mas a cama estava fria do outro lado. Ele passou a mão pelo rosto, levantou sem muito drama, vestiu uma camiseta amassada e uma calça de moletom. Precisava andar. Precisava esquecer o nome de quem quer que tenha lambido suas costas ontem.

Pegou o celular, leu o horário e suspirou. Gregory ainda não tinha mandado mensagem. Milagre.

Desceu pelo elevador, ignorando o espelho. O saguão estava quase vazio — só o concierge com cara de sono e uma mulher com laptop. O frio da manhã nova-iorquina atravessava as portas de vidro do hotel.

Charlie já ia sair quando ouviu a voz atrás:

𝘕𝘪𝘤𝘰𝘭𝘢𝘴 𝘎𝘳𝘢𝘺𝘴𝘰𝘯

Vai sair pra correr sem me dar bom dia?

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

*trava o passo*

Nicolas.

Terno escuro, cabelo impecável, pasta de couro pendurada no ombro. Elegante demais pra alguém que tinha gemido contra a parede do quarto dele dois dias atrás.

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

Pensei que estivesse na cama de outro hoje. *responde, sem se virar*

𝘕𝘪𝘤𝘰𝘭𝘢𝘴 𝘎𝘳𝘢𝘺𝘴𝘰𝘯

Achei que podia te encontrar aqui antes de subir. Gregory pediu pra confirmar com você sobre a entrevista de hoje à noite. Vão te microfonar às sete. Ao vivo às oito.

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

*vira só um pouco, encarando Nicolas por cima do ombro* Você já terminou seu trabalho comigo, Grayson. Agora vai fazer o real.

𝘕𝘪𝘤𝘰𝘭𝘢𝘴 𝘎𝘳𝘢𝘺𝘴𝘰𝘯

Então é isso?

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

Isso o quê? *ergue uma sobrancelha, quase rindo* Você achou que ia ganhar beijo na testa depois de mamar meu pau?

𝘕𝘪𝘤𝘰𝘭𝘢𝘴 𝘎𝘳𝘢𝘺𝘴𝘰𝘯

*hesita. Mordendo a parte interna da bochecha, mas mantendo a pose* Você é um babaca, Charlie.

𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘦 𝘔𝘢𝘥𝘥𝘰𝘹

E você é só mais um na lista. Sai da frente.

Charlie passou por ele sem encostar. Empurrou a porta do hotel e deixou o vento gelado bater no rosto. Começou a caminhar pelas calçadas ainda molhadas da madrugada, mãos no bolso, olhar fixo em lugar nenhum.

A cidade era sua arena. O ringue era o único lugar onde alguém podia tocá-lo de verdade.

E por enquanto, ninguém estava à altura.

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𝘛𝘪𝘰 𝘎.

Não massacre meu neném, ele vai mudar, eu juro... 😔

Continua...