Vizinhos: Eu Sempre Te Amei!
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Mandei uma mensagem rápida para a vivi, dizendo que a esperaria na saída do shopping. Caminhei para fora, o sol da manhã me atingindo, e me dirigi à Praça de alimentação. O barulho das pessoas e o cheiro de comida pai tavam no ar, mas minha mente estava em outro lugar. Tirei um cigarro do bolso, acendi-o com um isqueiro que guardava, e sentei em um banco vazio. Fiquei ali, a fumaça subindo em espirais, ponderando se deveria abrir a sacola que vinícius me deu ou simplesmente deixava ela ali.
A curiosidade, essa velha amiga traiçoeira, acabou vencendo. Peguei a sacola e, com as mãos um pouco trêmulas, tirei de dentro uma caixinha de jóias. Ao abri-la, um brilho prateado me chamou a atenção. Era um colar, com um pingenu de lua azul, delicado e brilhante.
Ele era idêntico ao que vinícius havia me dado quando tínhamos uns doze anos, em um dia que parecia tão distante agora. Um sorriso genuíno, surgiu em meus lábios. Era uma lembrança doce em meio a tanta confusão.
𝑽𝒊𝒏𝒊́𝒄𝒊𝒖𝒔
Adoro te ver sorrindo assim
Uma voz família quebrou o silêncio.
Levantei os olhos, surpreso. Vinícius estava parado bem na minha frente, com duas casquinhas de sorvete nas mãos. Ele me estendeu uma delas, um sorriso melancólico no rosto.
𝑽𝒊𝒏𝒊́𝒄𝒊𝒖𝒔
Comprei seu preferido
Ele disse, e eu sabia que ele estava falando do sorvete de flocos.
Ele sentou ao meu lado, e instintivamente, joguei meu cigarro no chão, pisando nele com força.
𝑽𝒊𝒏𝒊́𝒄𝒊𝒖𝒔
Desde quando você fuma? Como seus pais permitiram isso?
Ele perguntou, o tom de voz carregando de uma preocupação que eu não sabia se era sincera.
𝒀𝒆𝒐𝒏𝒈-𝒉𝒐
Meu pai não sabe, e não é como se ele se importasse
Respondi, a voz um pouco mais dura do que eu pretendia.
As palavras saíram antes que eu pudesse Contê-las, um nó se formando em minha garganta. A sinceridade crua, sem filtros.
Ele ficou em silêncio por um momento, o choque evidente em seu rosto.
𝑽𝒊𝒏𝒊́𝒄𝒊𝒖𝒔
Eu... Eu não sabia. Sinto muito
𝒀𝒆𝒐𝒏𝒈-𝒉𝒐
Claro que não sabia
Retruquei, a mágoa vindo à tona.
𝒀𝒆𝒐𝒏𝒈-𝒉𝒐
Você deixou de saber da minha vida há muito tempo
Eu preparei-me para levantar, para fugir daquela conversa dolorosa, mas ele segurou meu braço com firmeza.
𝑽𝒊𝒏𝒊́𝒄𝒊𝒖𝒔
Espera, dá para a gente conversar um pouco? Por favor...?
Ele suplicou, o desespero em sua voz.
Com um movimento rápido, soltei meu braço do aperto dele.
𝒀𝒆𝒐𝒏𝒈-𝒉𝒐
Não temos nada para conversar
Eu disse, minha voz firme, e me afastei, voltando para dentro do shopping, deixando-o para trás.
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