Juntos: entre Risos e Confissões
Linha tênue
Era sexta-feira a chuva caia fina sobre os telhados, e a casa de Haru parecia mais silenciosa que o normal
Takumi estava lá de novo, como tantas outras vezes, só os dois, sem pais, que haviam saído para uma viajem de fim de semana uma noite qualquer—só que não
Haru estava deitado no futon, mechendo no celular, os cabelos úmidos da chuva colado na testa. Takumi sentado no chão, observava em silêncio
Haru
vai ficar me olhando até quando *perguntou, sem tirar o olho da tela*
Takumi
até você parar de fingir que tá normal *respondeu,calmo*
Haru engoliu seco, aquela voz...tinha um peso diferente
Takumi
não tá *levantou e sentou ao lado dele, ainda olhando* desde o dia que agente falou sobre "descobrir coisas", você mudou
Haru
E você...também mudou
A respiração dos dois parecia mais alta do que deveria, Haru desviou o olhar, mas Takumi não, e quando Haru voltou os olhos Takumi ainda estava ali, firme, olhando dentro dele como se pudesse enxergar o que ele não dizia
Haru
o que você quer Takumi *perguntou, com a voz mais fraca do que queria*
Takumi
Quero que você pare de fugir *respondeu*
então num movimento lento, levou a mão até o rosto de Haru e tirou uma mecha molhada que caia sobre seus olhos. O toque foi leve, mas firme e Haru estremeceu
Haru
tá me deixando nervoso assim *mormurou, tentando rir*
Takumi
Eu sei *respondeu, ainda mais perto*
então com se não houvesse mais dúvida, ele se aproximou devagar, sem pressa, olhando a boca de Haru, não foi um beijo apressado, foi firme, quente, decidido
Haru respondeu, hesitante no início, depois se entregando à sensação que ele hevitava há semanas
Quando Takumi afastou os lábios, ainda próximo, falou com a voz baixa, carregada
Takumi
Isso não é brincadeira, eu não sou como os outros que você ficou, se agente cruzar essa linha...não tem volta
Haru o encarou, respirava rápido, os olhos brilhavam
Haru
então vem, me mostra o que tem do outro lado
Takumi sorriu de leve. E voltou a beijá-lo, agora mais fundo
O quarto ficou pequeno, os sons da chuva do lado de fora pareciam distantes. Ali, naquele instante, a amizade já não era mais só amizade, era desejo, tensão, e uma nova intimidade que se abria aos poucos, entre suspiros contidos e mãos que finalmente podiam trocá-lo sem culpa
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