A Felicidade Mora ao Lado
Capítulo 𝟎𝟒 — Sem título
As aulas passaram rápido hoje, talvez porque minha mente estivesse em outro lugar. Quando o sinal tocou, guardamos nossas coisas e comecei a sair com Amber e Rafael. Mas, de repente, lembrei do Seo-jun. Pedi para eles irem na frente; eu iria atrás.
Perguntei, ele assentiu e saímos da sala juntos.
Perto do portão, avistei meus amigos esperando por mim, acompanhados por uma garota de óculos que eu já havia visto algumas vezes com Seo-jun.
𝑌𝑢-𝑛𝑎
Eu já estou indo. Quando você terminar o trabalho, vai na minha casa, por favooorzinho?
Ela perguntou à Seo-jun com um tom brincalhão.
Seo-jun sorriu pequeno antes de responder:
A menina abriu um sorriso largo e depositou um beijo na bochecha dele.
𝑌𝑢-𝑛𝑎
Já estou indo, tchau
Ela se despediu, caminhando em direção de um carro do outro lado da rua.
Amber olhou para Seo-jun com uma expressão triste e perguntou:
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Não, Yu-na é minha amiga
Ele continuava olhando para o carro onde sua amiga havia entrado.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Eu e Seo-jun vamos para a minha casa e não quero nenhum de vocês lá, entenderam? Tchau!
Peguei no pulso dele e puxei até minha moto estacionada um pouco longe da escola.
Subi na moto, liguei o motor, e logo em seguida ele subiu atrás de mim. Partimos em direção à minha casa.
Quando chegamos em casa, estacionei minha moto em frente ao portão da garagem. Descemos da moto e entramos; a casa estava um completo silêncio.
Subimos as escadas rumo ao meu quarto. Abri a porta e dei espaço para Seo-jun entrar. No meu quarto, há uma mesa de estudos, onde nos sentamos. Tiramos os materiais das mochilas e começamos a organizar tudo para o trabalho.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Eu vou dar uma olhada no livro, e você pode pesquisar algumas coisas no notebook, tudo bem?
Perguntei e ele acenou em concordância.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Você não é de falar muito, não é?
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Eu só não tenho intimidade com você
Respondeu Seo-jun, e eu soltei uma risada fraca.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Vem cá, você mora sozinho? Eu nunca vi outra pessoa além de você sair daquela casa
Perguntei. Seo-jun olhou para mim por um instante e voltou o olhar para a tela do notebook.
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Não, eu moro com a minha mãe. E você?
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Eu tecnicamente moro sozinho. Meu pai é médico e quase não o vejo
Respondi. Seo-jun sussurrou um " Entendi"
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Tudo bem, vamos fazer esse trabalho logo; quanto mais cedo fizermos, mais rápido terminamos
Falei, e Seo-jun assentiu.
Eram por volta das 6 horas da tarde quando finalmente havíamos terminado o trabalho. Meu pai ainda não chegava em casa, e eu já estava morto de fome. Não queria cozinhar, então decidi que ia em algum restaurante simples ou pedir comida.
Falei, me encostando na cadeira.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Conheço um restaurante japonês aqui perto. Quer ir comigo?
Ele concordou. Começamos a organizar nossas coisas, e, logo que terminamos, saímos de casa a pé. O restaurante não era tão longe assim.
Eu e meus amigos sempre íamos lá depois da escola, ficando até altas horas. Só saindo quando não tinha mais nenhum cliente no lugar.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Vem, vamos sentar ali
Falei, apontando para uma mesa mais ao fundo. Caminhamos até lá e nos sentamos um de frente para o outro. Em cada mesa havia um cardápio e um sininho para chamar o garçom.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Pode pedir e o que quiser e o quanto quiser, é por minha conta
Falei sorrindo. Seo-jun tirou os olhos do cardápio para me olhar.
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Vai se arrepender de ter dito isso
Ele respondeu com um sorriso discreto.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Por quê? Você come demais?
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Quando é a outra pessoa que está pagando, então sim, eu como muito
Respondeu Seo-jun. Eu rir, não porque achei engraçado, mas de nervoso. Eu ia à falência!
𝐆𝐀𝐑𝐂̧𝐎𝐍𝐄𝐓𝐄: 𝐶𝑜𝑚 𝑙𝑖𝑐𝑒𝑛𝑐̧𝑎, 𝑚𝑒𝑛𝑖𝑛𝑜𝑠, 𝑗𝑎́ 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑒𝑟𝑎𝑚 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑎̃𝑜 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑟?
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Sim. Eu vou querer um yakisoba e um nigiri
Respondi. Ela anotou em seu bloquinho e virou-se para Seo-jun.
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Eu vou querer um guioza, um sunomono e uma sopa de missô
Disse ele. Ela anotou tudo e disse que nossos pedidos chegariam em cerca de 20 minutos.
Enquanto esperávamos a comida chegar, tentei puxar conversa com Seo-jun. Ele respondi, mas suas respostas eram curtas, quase mecânicas. De repente, seu celular começou a vibrar com várias notificações e logo depois tocou insistentemente. Sem hesitar, Seo-jun pegou o aparelho e saiu do restaurante.
Nesse instante, a mesma garçonete trouxe nossos pedidas. Agradeci com um sorriso e ela se afastou. O silêncio voltou a dominar a mesa enquanto eu observava pele porta onde Seo-jun havia saído.
Alguns minutos depois, ele voltou e sentou-se no seu lugar.
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Claro, por que não estaria?
Respondeu com um tom seco, começando a comer. Sua irritação era evidente.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Quer ir à uma pizzaria comigo depois daqui?
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Deixa para outro dia
Respondeu Seo-jun, fazendo com que eu concordasse silenciosamente.
Comemos em silêncio por um tempo até que seu celular tocou novamente. Desta vez, ele desligou a ligação é desligou o aparelho.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Se quiser, pode ir para casa
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
A pessoa que estar te mandando várias mensagens e te ligando, parece precisar de você
Seo-jun olhou-me por um instante antes de voltar a comer.
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Não, ela não precisa
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Você... Eu... Posso dormir na sua casa
Perguntou pausadamente, evitando meu olhar.
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Minha mãe não vai voltar hoje para casa e... Meu tio vai ficar lá em casa. Eu não quero ficar sozinho com ele
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Claro, sem problemas. Termina logo para a gente ir para casa
Depois de terminarmos de comer, paguei pelos lanches e voltamos para minha casa. Meu pai ainda não tinha voltando; duvidava que passaria a noite lá.
Emprestei uma roupa minha para Seo-jun tomar um banho. Ele planejava voltar para pegar suas roupas em casa, mas quando vou o carro do tio dele estacionado do lado de fora ficou assustado. Por isso ofereci uma das minhas roupas emprestada.
Fui até o quarto do meu pai para tomar banho também. Quando voltei ao meu quarto, encontrei Seo-jun sentado na cama secando os cabelos.
Assim que terminou de se secar, disse que ele podia deita-se. Ele parecia mais relaxado agora. Olhei no relógio: 19:50.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Estarei no quarto ao lado se precisar de alguma coisa pode me chamar
Avisei. Ele assentiu em silêncio.
𝑆𝑒𝑜-𝑗𝑢𝑛
Boa noite e obrigado por me deixar ficar aqui
Disse Seo-jun antes de fechar os olhos.
𝑀𝑖𝑛-ℎ𝑜
Não precisa agradecer. Boa noite
Respondi enquanto saía do quarto e indo para o do meu pai.
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