capítulo 5 – de volta a rotina

Local: mansão da família kenji, 7h02 da manhã – segunda-feira
A cidade ainda acordava, mas dentro da mansão, o caos já reinava em temperatura morna. No segundo andar, Akira estava enrolado no lençol como uma panqueca humana, enquanto o despertador berrava há mais de 10 minutos com uma música eletrônica horrenda escolhida por Ryota de sacanagem.
Despertador: Ding-dong-dang! Levanta, pecador! É hora de começar a pagar pelos seus pecados!
Akira Orsini
Akira Orsini
*gemendinho* Eu vou jogar esse relógio na parede e enfiar no cu de quem programou essa música...
Do andar de baixo, a voz grossa de Alessandro ecoava como trovão com cafeína
Alessandro orsini
Alessandro orsini
AKIRA, SE VOCE NÃO LEVANTAR EM CINCO MINUTOS
Alessandro orsini
Alessandro orsini
EU JURO PELA HONRA DOS MEUS PECADOS QUE ENTRO AÍ COM UM BALDE DE ÁGUA FRIA!
Akira Orsini
Akira Orsini
*Suspirando* Deus me livre ser rico e ainda ter que ir pra aula. Que castigo...
Corte para cozinha – 7h17 da manhã
Alessandro estava de avental, fritando ovos com olhar concentrado de quem preparava munição para a guerra. A mesa já tinha pão, frutas, queijo, um suco de laranja que parecia importado da Grécia, e uma pilha de documentos ao lado do café.
Akira desceu com o cabelo espetado, camiseta amarrotada e mochila caída num ombro só.
Akira Orsini
Akira Orsini
Nossa, que banquete. Vai chegar visita ou tá tentando fazer as pazes com os fantasmas da noite passada?
Alessandro orsini
Alessandro orsini
Bom dia pra você também, parasita
Akira Orsini
Akira Orsini
eu sou seu filho, não um fungo
Alessandro orsini
Alessandro orsini
Fungos se espalham menos e não reclamam do suco fresco
Akira se senta e começa a montar um sanduíche com o apetite de quem não come dês a revolução francesa
Akira Orsini
Akira Orsini
Não achei que você ia acordar cedo. Achei que ia tá ocupado organizando sua próxima tentativa de flerte constrangedor com o Drake ou com o velho tarado do Kawasaki
Alessandro orsini
Alessandro orsini
*Revirando os olhos* eu ainda sou seu pai. E não flertei, eu "respondi à altura".
Alessandro orsini
Alessandro orsini
Se eu quisesse fazer striptease naquele reunião, teria cobrado ingresso
Akira Orsini
Akira Orsini
*Mordendo o pão* a diferença é que você fez de graça e traumatizou metade da sala. Inclusive eu
Alessandro orsini
Alessandro orsini
Trauma é herança de família. Agora como logo. A faculdade não vai esperar você terminar a sua sessão de stand-up
Akira Orsini
Akira Orsini
*sorriso* eu gosto quando você tenta ser engraçado. Quase da certo.
Alessandro orsini
Alessandro orsini
*Com uma cara de "não te aguento"*
Alessandro orsini
Alessandro orsini
Se eu tivesse três reais a cada vez que você me tirou do sério, já teria fugido pra Dubai com o Drake ou com o Kawasaki. Ou matado eles no avião, ainda tô decidindo
silêncio se instala por alguns segundos só quebrado pelo som do café sendo servido. alessandro encara Akira por um momento
Alessandro orsini
Alessandro orsini
*Mais calmo* vai devagar, tá? Sei que esse semestre vai ser pesado. E... Se der merda, me liga. Mesmo que eu esteja em reunião ou enterrando algum figurão corrupto no jardim
Akira Orsini
Akira Orsini
*com um sorriso sincero* Eu ligo. Se não atender, te mando um nude do Kawasaki pra traumatizar de volta
Alessandro orsini
Alessandro orsini
*batendo a mão na mesa* Desgraça de menino. Isso é ameaça psicológica!
Akira Orsini
Akira Orsini
Então me atende
os dois riem. por baixo da ironia, havia algo sólido: afeto torto, barulhento – esquisito mas afeto de verdade
Corte para o portão da mansão 7h45
o carro esperava Akira. ele colocou os fones, olhou para trás uma última vez e viu Alessandro na porta, de braços cruzados tentando parecer durão, mas com o olhar de pai coruja que fingiu odiar ser pai coruja
Akira Orsini
Akira Orsini
*gritando* eu volto só à noite! E não beba vinho com Kawasaki de novo!
Alessandro orsini
Alessandro orsini
*Respondendo* se ele vier aqui, eu atiro!
Akira Orsini
Akira Orsini
*já dentro do carro* atira, mas pergunta antes se ele trouxe sobremesa!
O carro arranca, e o dia começa pra Akira
...
>Vamos ver a rotina de Ryker agora<
...
Local: mansão da família kenji – 6h58 da manhã
O quarto de Ryker tinha vista para o centro da cidade, paredes de vidro e um aquário com peixes exóticos que custavam mais que o semestre inteiro de Ryker na universidade. O som de um despertador tocava jazz eletrônico – algo que só alguém como Kawasaki escolheria.
Despertador (vos masculina): "bom dia, Ryker. Levante seu traseiro divinamente moldado e domine o mundo. Seu pai está tomando vinho as sete horas."
Ryker kenji
Ryker kenji
*Enterrado no travesseiro* A inteligência artificial dessa casa é uma extensão do ego do meu pai, né?
Do andar de baixo, a voz grave e perfeitamente debochada de Kawasaki ecoava
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
Isso é recalque, Ryker! E não é vinho, é suco de uva... Fermentado... Em barrir francês... De 1982...
Ryker se arrasta pra fora da cama com a expressão de um herdeiro amaldiçoado. Cueca boxer preta, cabelo bagunçado, expressão de "quero morrer mas tenho skincare as 10h"
Corte para a cozinha –7h14 da manhã
Kawasaki está em uma camisa de seda aberta, comendo morangos cobertos de chocolate meio-amargo, enquanto lê um jornal como se fosse 1964. Um robe preto desliza por seu corpo como se eles fosse o vilão charmoso de uma novela venezuelana
Ryker entra com um moletom básico, óculos escuros e uma cara que poderia matar
Ryker kenji
Ryker kenji
Acordar com jazz eletrônico, voz de inteligência artificial narcisista e cheiro de insenso de canela. Que tipo de seita você lidera?
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
*sem desviar os olhos do Jornal* Uma onde eu sou o profeta, o Deus e o sacrifício voluntário. Quer cereal?
Ryker kenji
Ryker kenji
Cereal não. Eu quero uma vida sem escândalos envolvendo você flertando com pais alheios em jantares diplomáticos
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
Ah, meu filho, acordar cedo e já ser moralista? De onde veio essa vontade repentina de ser padre?
Ryker kenji
Ryker kenji
*pegando um iogurte "deverás" caro* Não é moralista, é trauma. boca literalmente dançou salsa com o pai do Akira enquanto discutiam o contrato de casamento
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
*sorriso de canto* Aquilo foi uma demonstração de fluidez cultural.
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
Se ele ficasse mais dois segundos, eu tirava a gravata dele com os dentes
Ryker kenji
Ryker kenji
*Engasgando* Eu...não...precisava...ouvir isso
Kawasaki enfim dobra o jornal, pega a xícara de café e encara Ryker com um olhar mais direto
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
*sério de repente* eu sei que exagero. Mas... É meu jeito de resistir. Viver no meio desse clã é como dormir numa cama de lâminas. Se eu não dramatizo, eu surto
Ryker kenji
Ryker kenji
*Surpreso com a sinceridade* Eu também. só que ao invés de dramatizar, eu viro gelo. Me afasto. Me isolo. Faço pose.
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
E faz bem. Essa sua pose de estoico sexy é uma armadura linda. Mas não pode esquecer que você pode desarmar ela comigo, às vezes
Ryker abaixa os olhos por um segundo. um gesto quase imperceptível de ternura
Ryker kenji
Ryker kenji
você sabe que é um péssimo exemplo de figura paterna, né?
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
*Sorrindo com deboche* Eu sou o melhor anti-herói parental que já existiu. Tenho até trilha sonora e reputação duvidosa
Ryker kenji
Ryker kenji
Se você aparecer na minha universidade com essa camisa aberta de novo, eu peço emancipação
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
Tá bom, bonitão. Vai logo ser o orgulho acadêmico da casa. Mas se alguém flertar contigo, lembra: a genética é minha
Corte para o portão da mansão – 7h45
Ryker pega sua mochila, desce pelas escadas e dá de cara com o motorista. Antes de entrar, volta o olhar pra cima (seu pai estáva no segundo andar) e vê seu pai acenando da sacada, uma taça de... "suco de uva fermentado" na mão
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
*Gritando* ARRASA, MEU FILHO! MAS SE DER RUIM, LIGA! EU CHEGO ARMADO DE CHARME!
Ryker kenji
Ryker kenji
*de dentro do carro* Isso não é reconfortante, pai!
Kawasaki kenji
Kawasaki kenji
*Sussurrando, sorrindo* Mas é verdade
Logo o carro arranca, mas Ryker tem outro plano antes de ir para a universidade...
...
Agora vamos ver a rotina "querida" do Ryota com seu papai Drake
...
Local: cobertura da mansão da família Drake, 6h47 da manhã
O sol ainda lutava pra atravessar as cortinas blackout de 3 mil fios egípcios da cobertura. No quarto de Ryota, o silêncio reinava... até que um barulho alto sintetizador misturado com gritos de robôs em japonês estorou dos altos-falantes escondidos nas paredes
Inteligência artificial da casa(voz feminina): " Bom dia, Ryotinha. Seu pai já tá flertando com o porteiro, tomando café pelado e perguntando se hoje é feriado sexual. Levanta-se ou perca seu lugar na história."
Ryota taro
Ryota taro
*Jogando o travesseiro na parede* EU VOU REPROGRAMAÇÃO ESSA AI PRA ELA TOMAR NO C–
Drake taro
Drake taro
*Gritando do andar de baixo* EU OUVI, HEIN! ELA FOI PROGRAMADA PRA TE ACORDAR COM CARINHO. VOCE QUE É UM INGRATO!
Ryota se joga da cama. Cabelo bagunçado, moletom velho com estampa de "direitos humanos", e o cansaço no rosto de quem vive com a maior criança de 30+ do pais
corte pra cozinha – 7h12 da manhã
A mesa está um verdadeiro festival de energia caótica: waffles em formas de armas, omeletes que parecem ter saído de um concurso de arte abstrata e um copo de leite rosa (misturado com nesquik e, supostamente, colágeno). Drake está usando uma cueca samba-canção com desenhos de unicórnios e uma camiseta escrita "#HotDad2025".
Ryota taro
Ryota taro
*encarando* Isso é um café da manhã ou um pedido de internação?
Drake taro
Drake taro
*Dando um piscadinha* É amor. Amor nutritivo. E talvez um leve colapso emocional com cobertura de morango.
Ryota taro
Ryota taro
*sentando-se na cadeira, sem expressão* Eu só quero comer, tomar café e fingir que você não mostrou seu mamilo pro pai do Akira semana passada.
Drake taro
Drake taro
*levantando o copo com o nesquik* saúde au trauma coletivo!
Ryota revira os olhos, mas dá uma mordida no waffle em forma de arma. Fica bom de mais pra admitir em voz alta
Ryota taro
Ryota taro
Isso tá bom. Mas se você me perguntar se o formato foi intencional, eu levanto e saio
Drake taro
Drake taro
*com a boca cheia* Eu ia dizer que é inspirado no nosso relacionamento: complicado, doce e altamente perigoso
Ryota taro
Ryota taro
você precisa de um psicólogo
Drake taro
Drake taro
já tive. Ele me largou pra virar mendingo
Depois de alguns minutos em silêncio, Ryota termina o café e olha para o pai com uma expressão mais neutra
Ryota taro
Ryota taro
Por que você age assim? Como se fosse um show ambulante o tempo todo?
Drake taro
Drake taro
*mais serio* Porque se eu parar... Eu encaro. Tudo. Minhas escolhas, meus erros. Você. Eu. O tempo que perdi.
Ryota taro
Ryota taro
*Deixando a xícara encima da mesa* E agora?
Drake taro
Drake taro
Agora eu tento ser o idiota mais presente da sua vida. Mesmo que você queira me matar às 7h da manhã
Ryota taro
Ryota taro
Eu não quero te matar. Só... Regular sua dosagem
Ambos sorriem. Um momento raro de lar na quela cobertura cheia de vozes altas, decorações exageradas e corações tentando se entender
Corte para a garagem – 7h50 da manhã
Ryota. Caminha até o carro com a mochila no ombro. Drake corre atrás com um pedaço de papel
Drake taro
Drake taro
*gritando* SUA CARTEIRA ESTUDANTIL! TAVA EMBAIXO DO MEU PRATO DE WAFFLE!
Ryota taro
Ryota taro
*Pegando, irritado* Por que diabos estava aí?!
Drake taro
Drake taro
*Dando de ombros* Eu achei que fosse um porta-copi moderno!
Ryota taro
Ryota taro
A sanidade fugiu dessa casa
Drake taro
Drake taro
A sanidade nunca Morou aqui, meu amor!
Enfim Ryota entra no carro, vai para sou encontro antes da universidade
...
e fim desse capítulo
até o próximo 💜
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Comments

❤{sapinhos leitores}❤

❤{sapinhos leitores}❤

suco fresco e caro né, para se importado, deve custar mais que a minha casa

2025-07-24

0

❤{sapinhos leitores}❤

❤{sapinhos leitores}❤

essas rotinas são pacíficas até demais

2025-07-24

0

❤{sapinhos leitores}❤

❤{sapinhos leitores}❤

pelo menos faz pose

2025-07-24

0

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