Narração para melhorar a leitura
** : ação ou movimento
[...]: mensagem
{... }: ligação
(...): pensar
~..~ : murmurar
💢💢: raiva
Era seu primeiro dia de folga em semanas.
Nathan precisava respirar. Sair da esquadra de polícia, esquecer os recados escritos com sangue e o vulto misterioso de brincos dourados.
Vestiu uma camiseta básica, tênis e calça calças de ganga. Nada de distintivo, nada de arma. Queria apenas andar, ouvir o barulho de pessoas vivas — não mortos — e talvez tomar um café.
O “shopping” parecia perfeito para isso.
Mas, como sempre, o universo não deixava as coisas simples para Nathan.
Ele estava parado na fila de uma cafetaria quando viu.
De relance, passando pelo corredor oposto.
Izumi
Sem dúvida.
Cabelo preso num coque. Camiseta clara, calças calças de ganga e… os brincos dourados.
Ela sorria enquanto segurava a mão de uma garotinha que pulava animada ao lado dela.
Luna
Tiaaa, nós vai pegar o maior sorvete do mundo?
*a menininha perguntou, empolgada.*
izumi
*Izumi respondeu como rindo*
Se você prometer não virar adulta de novo hoje.
Luna
*A menina colocou as mãos na cintura com seriedade teatral.*
Eu tenho 5 anos e sou uma adulta independente!
izumi
Ah, não... lá vem a adulta de novo
*Izumi fingiu exaustão, segurando o riso.*
*Nathan não conseguiu conter um pequeno sorriso. A cena era... encantadora.*
Ele caminhou devagar, mantendo distância. Não queria parecer suspeito. Só… observar.
Ela se abaixou para limpar a boca de Luna, que tinha manchado a bochecha com chocolate. A pequena riu, tentando escapar da toalhinha.
izumi
Você parece uma criança!
*disse Izumi, rindo.*
Luna
Adultos podem comer dois sorvetes. E ficar acordados até meia-noite!
izumi
Isso é golpe
*disse Izumi, puxando a sobrinha pela mão até a sorveteria.*
Nathan, parado, observava de longe. O sorriso no seu rosto logo sumiu.
Era ela. A mesma mulher do nome no relatório. A tia Izumi.
Mesma silhueta. Mesmo cabelo. Mesmos brincos.
Nathan
(E se ela realmente fosse Kazumi?)
Nathan
(Mas... ela parecia tão… normal.)
Nathan
(Tão gentil. Tão viva.)
Luna
Eu sou uma adulta!
Nathan
Nathan apoiou-se na mureta ao lado, tentando processar.
Aquela mulher, que brincava e limpava a sobrinha com tanto carinho… poderia ser a mesma pessoa que escrevia recados em sangue?
> — Não pode ser.
E então, por um segundo, Izumi olhou em sua direção.
Mas suficiente para que Nathan sentisse o estômago apertar.
Ou só notou que estava sendo observada?
Izumi sorriu. Um sorriso doce, sem culpa, como o de qualquer mulher vivendo.
Ela pegou Luna no colo, deu um último beijo na bochecha da menina, e seguiu caminhando calmamente para fora da sorveteria.
Nathan
Kazumi ou melhor, Izumi
*estava a dizer silenciosamente:*
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