Entre Sombras e Promessas
cap 4- Leiloado Em Silêncio.
▸ depois que acordei da quele pesadelo.. não conseguia focar mais em nada.Pra onde eu olhava me dava dor de cabeça.O cansaço me dominou por completo.
▸ como se fosse alguma maldita maldição.
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
*se aproxima*
- Ren.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*deitado no sofá com um travesseiro no meu rosto*
- hm?.. *resmunga*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- coloquei as crianças pra dormi.
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
*se aproxima se sentando ao meu lado*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- tá tudo bem msm? depois que vc acordou daquele.. pesadelo, vc está estranho.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- hmm... uhum..
*com o travesseiro no rosto*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
*tira do meu rosto o travesseiro*
- anda, levanta.. eu to preocupado cara.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- hmm.. fala...
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- vc n escutou nadinha doq eu disse né?
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- Han?.. *lerdo*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- anda, vai tomar banho.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- hmm.. quero nn..
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*cubro o rosto*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- vai sim, n quero gente morto igual um zumbi dentro de casa não.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*dentro da banheira todo molhado emburrado*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- larga de manha.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*emburrado*
- hum.
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- ajeita esse rosto mlk!
*joga água do chuveirinho*
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*tiro o cabelo do rosto*
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- hm.. sei tomar banho sozinho tá...
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- clbc,e pega o shampoo ali no canto da banheira
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
*abre o shampoo mas olha pras costas do Ren*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- suas costas.. oq foi isso..?
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- vc sabe q eu sou seu amg.. des da infância.. des do Xungohi.
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- quero q saiba q estou aq pra oq for.
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- vc é como um irmão pra mim, nunca me perdoaria se algo Acontesse com vc.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- hm... tabom..
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*funga segurando as lágrimas*
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
*puxa seu queixo*
- anhwww, q fofo, vai chorar? ᰔ
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- eu?!.. não! jamais!
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- além disso, vc já terminou de me limpar?!
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- ainda não, se aquieta aí Pinscher
▸ um bom tempinho se passou.Eu e o Gab conversamos muito depois do banho, comemos e até assistimos TV.. mas, já estava já hora de ir.
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- tchau perturbado! se cuida, e vem amanhã ein!
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- tabom chatinho, até amanhã
Gab 𝐔𝐫𝐢𝐞𝐥
- NÃO ESQUECE DE TRAZER MAIS KIMCHI AMANHÃ!
▸ Finalmente, depois de algum tempo, eu chego em “casa”.
Mas bem… eu preferia ter ficado lá.
▸O cheiro vem antes da visão.
Fumaça pesada, amarga, quase sufocante.
▸ Quando abro a porta, a sala está mergulhada em penumbra,e ele está ali.
▸ Sentado na poltrona velha, com o braço jogado no encosto e um cigarro queimando entre os dedos, meu pai me encara com olhos vazios.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- Ah… voltou.
*ele diz, soltando a fumaça lentamente, como se eu fosse só mais um incômodo*
▸ O cinzeiro transborda bitucas. O ar está irrespirável e meu estômago revira.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*fecho a porta atrás de mim sem dizer uma palavra. *
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*da uma tragada longa no cigarro*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*olha pra mim*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- e então? Vai me olhar com essa cara de coitado por quanto tempo?
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- qr saber, fds
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- vá se arrumar q a gente vai em um lugar.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- larga de manha e vai logo.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- eu cansei desse lugar.. *sussurra*
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*vai até o banheiro e se troca*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*olha de cima pra baixo*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- prefeito.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*se levanta*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- um lugar.. especial rs
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*adormecido no banco de trás*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*dirigindo enquanto conversa com alguém no celular*
▸A chuva fina batia contra os vidros escurecidos do carro, acompanhando o som abafado do motor. As luzes dos postes cortavam a escuridão como lâminas, iluminando brevemente o rosto adormecido de Ren, deitado no banco de trás. Sua expressão era calma, inocente,mas não de paz, e sim de esgotamento. A respiração lenta denunciava o cansaço de dias de medo e lágrimas silenciosas.
▸Na frente, o pai de Ren,dirigia com uma mão no volante e a outra segurando o celular próximo ao ouvido. A voz dele era baixa, fria, desprovida de qualquer traço de emoção.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- Estamos a quinze minutos do local. O garoto está dormindo. Não fez perguntas. Está quebrado demais pra isso.
▸Do outro lado da linha, uma voz masculina grave respondeu com a mesma ausência de calor: o 𝐩𝐚𝐢 𝐝𝐞 𝐃𝐚𝐦𝐢𝐚𝐧
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
📱⧎ 𝙲𝚎𝚛𝚝𝚒𝚏𝚒𝚚𝚞𝚎-𝚜𝚎 𝚍𝚎 𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚕𝚎 𝚗𝚊̃𝚘 𝚜𝚊𝚒𝚋𝚊 𝚍𝚎 𝚗𝚊𝚍𝚊 𝚊𝚝𝚎́ 𝚎𝚞 𝚊𝚟𝚊𝚕𝚒𝚊́-𝚕𝚘. 𝚂𝚎 𝚎𝚕𝚎 𝚛𝚎𝚊𝚐𝚒𝚛 𝚖𝚊𝚕, 𝚜𝚎𝚛𝚊́ 𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚍𝚒𝚏𝚒́𝚌𝚒𝚕 𝚍𝚘𝚖𝚎𝚜𝚝𝚒𝚌𝚊́-𝚕𝚘 𝚍𝚎𝚙𝚘𝚒𝚜.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*suspira irritado*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- Você disse que queria um ômega jovem, bonito e obediente. Ele é exatamente isso. Não reclame agora.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- E mantenha sua parte do acordo. Depois disso, não quero mais nenhum contato.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
📱⧎𝚅𝚘𝚌𝚎̂ 𝚟𝚊𝚒 𝚛𝚎𝚌𝚎𝚋𝚎𝚛.𝙼𝚊𝚜 𝚚𝚞𝚎𝚛𝚘
𝚘𝚜 𝚍𝚘𝚌𝚞𝚖𝚎𝚗𝚝𝚘𝚜 𝚍𝚎𝚕𝚎 𝚕𝚒𝚖𝚙𝚘𝚜. 𝙽𝚘𝚖𝚎, 𝚛𝚎𝚐𝚒𝚜𝚝𝚛𝚘𝚜 𝚖𝚎́𝚍𝚒𝚌𝚘𝚜... 𝚝𝚞𝚍𝚘. 𝚅𝚊𝚒 𝚜𝚎𝚛 𝚌𝚘𝚖𝚘 𝚜𝚎 𝚎𝚕𝚎 𝚗𝚞𝚗𝚌𝚊 𝚝𝚒𝚟𝚎𝚜𝚜𝚎 𝚎𝚡𝚒𝚜𝚝𝚒𝚍𝚘 𝚏𝚘𝚛𝚊 𝚍𝚊 𝚖𝚒𝚗𝚑𝚊 𝚌𝚊𝚜𝚊.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*responde com amargura*
-Pra mim, ele já não existe.
▸O carro avançava em meio ao nevoeiro, o limpador de para-brisa lutando contra a água que insistia em borrar o mundo lá fora. A conversa cessou. Lucien jogou o celular no banco do passageiro, sem nem olhar para trás.
▸Ren se remexeu levemente em seu sono, um vinco surgindo entre suas sobrancelhas como se captasse, mesmo inconsciente, o peso daquela viagem. Seus lábios se moveram quase imperceptivelmente.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*sussurro deitado*
▸Lucien olhou pelo retrovisor por um breve segundo, mas não respondeu. Apenas desviou os olhos, pisando mais fundo no acelerador.
/– Estacionamento Privado /
▸O carro preto parou diante de um imenso portão de ferro fundido, decorado com arabescos dourados. Além dele, uma estrada cercada por árvores levava até uma mansão que mais parecia um castelo moderno isolado, luxuoso, imponente. As luzes externas iluminavam apenas o suficiente para revelar a presença de seguranças armados e discretamente posicionados.
▸Lucien desligou o motor. Virou-se para olhar brevemente para o banco de trás.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*Ren ainda dormia, enrolado na própria jaqueta fina, com a testa levemente suada, os cílios longos tremendo levemente como se estivesse tendo um pesadelo silencioso.*
▸Lucien abriu a porta do carro, o cascalho rangendo sob seus sapatos. Em poucos segundos, um homem mais velho surgiu do outro lado, escoltado por dois seguranças. Alto, de postura impecável, o Alfa Héctor Valmont usava um sobretudo de lã cinza escuro por cima do terno, e segurava uma bengala mais por estética do que por necessidade.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*seus olhos âmbar pousaram no carro com desdém, antes de fitar Lucien.*
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Espero que você não tenha me feito perder meu tempo.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*respira fundo, como se precisasse se lembrar de que estava ali por uma razão.*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- Ele está aí. Sedado, parcialmente. Não vai fazer cena.
▸Héctor deu um leve aceno com a cabeça para um dos seus homens, que se aproximou e abriu a porta de trás do carro com cautela. A luz interna acendeu, revelando Ren dormindo, o rosto virado para a janela, um corte antigo visível em sua sobrancelha. Héctor se aproximou e o analisou com o olhar de quem observa uma mercadoria rara em leilão.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Jovem. Corpo frágil, porém atraente. Sangue puro, certo?
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- Totalmente. Nunca acoplou com nenhum Alfa. Tem um histórico médico limpo... embora emocionalmente instável, às vezes. Coisa de ômega.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*sorri frio*
- Eles são moldáveis. Instabilidade é apenas... matéria-prima bruta.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*Héctor ergueu o queixo, olhando diretamente nos olhos de Lucien.*
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- O valor foi transferido esta manhã. Com juros pelo incômodo. A partir deste momento... ele não é mais seu.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*assentiu, sem emoção.*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- Ótimo. Só mantenha o nome da minha família fora disso.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*dando meia volta*
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- A reputação de ambos depende disso, monsieur D’Argent.
▸Ele fez um leve gesto com a mão. Dois seguranças se aproximaram e, com cuidado quase clínico, retiraram Ren do carro, carregando-o como um objeto precioso mas sem alma. Ren murmurou algo em meio ao sono, sem abrir os olhos.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*sussurro*
— …pai…?
▸Lucien congelou por meio segundo. Mas logo desviou o olhar, acendendo um cigarro com dedos trêmulos.
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
*baixo, sem emoção*
Lucien 𝐃'𝐀𝐫𝐠𝐞𝐧𝐭
- Não mais.
▸Enquanto o carro de Lucien dava ré e sumia na estrada, as luzes da mansão de Valmont engoliam Ren, que agora entrava em um novo tipo de prisão,uma mais luxuosa, mas ainda assim cruel.
▸As cortinas pesadas deixavam entrar apenas feixes suaves da luz do entardecer. Damian Valmont, em pé diante da lareira, girava lentamente uma taça de vinho entre os dedos. Estava tenso. Seu pai o havia chamado para conhecer uma “aquisição especial”. Ele já sabia o que aquilo significava.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*baixo*
- Mais um ômega comprado como se fosse mercadoria...
▸A porta se abriu com um rangido elegante. Dois funcionários entraram, puxando alguém entre eles. Descalço, trêmulo, de cabeça baixa,Ren. Usava roupas claras de algodão, a gola larga revelando parte dos ossos do ombro. Estava pálido e perdido, como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*vira o rosto e o tempo parou*
▸Seus olhos encontraram os de Ren, que foram lentamente erguidos pela força do instinto.
▸Um par de olhos intensos, doloridos, profundamente vivos.
Um rosto jovem, delicado, mas marcado. Não era só beleza, era presença, fragilidade e resistência no mesmo corpo.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*surpreso baixo*
- …quem é ele?
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*na escrivaninha de seu escritório*
- Seu presente. Seu futuro laço. O ômega foi adquirido esta semana. Nome: Ren Elouan D’Argent.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*pisca*
- D’Argent…? Ele tem sobrenome. Então ele não é um... órfão.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*calmo e firme*
- Ele é agora propriedade da família Valmont. O pai dele o vendeu. Documentação limpa. Está à sua disposição, assim que o vínculo for estabelecido.
▸Ren franziu o cenho ao ouvir aquilo. Seus olhos encheram de lágrimas que não caíam, um orgulho quebrado, mas ainda lutando. Ele encarava Damian com algo entredesafio e de desespero.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*passos lentos em direção à Ren*
- Você sabe quem eu sou?
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*voz trêmula mas firme*
- Não. E não me importo.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*sorri de canto*
- Gosto dele. Vai te dar trabalho. Ótimo para fortalecer o domínio.
▸Damian parou a poucos passos de Ren.
A diferença de altura era notável.
Mas os olhos deles estavam na mesma altura emocional: dois mundos colidindo em silêncio.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*calmo olhando para o pai*
- Ele tem nome. Voz. Vontade.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Não mais. Ele pertence a você. Basta marcar.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*me afasto*
- Eu não pertenço a ninguém.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*olhando para os dois*
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- Eu fui vendido! Como um objeto! E vocês acham que isso significa que podem me possuir?
▸Damian deu um passo à frente e os guardas se aproximaram.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*sério e firme*
- Saiam.
▸Os guardas hesitaram, mas obedeceram.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*ergue uma sombrancelha*
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Eu não vou marcar ninguém à força. Nem usar alguém quebrado como “presente”.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*frio*
- Sentimentalismo barato. Você precisa de um vínculo, Damian. Alfas fortes têm ômegas sob controle. É a ordem natural.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*olha Ren de novo*
- Talvez eu não queira fazer parte da sua “ordem natural”.
Héctor 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*estreita os olhos e fala com um tom frio*
- Cuidado, filho. Corações moles morrem cedo.
▸Damian ignorou. Ele estendeu a mão para Ren, não para obrigar, mas para oferecer.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*fala baixo com um tom de sussurro*
- Você quer ficar aqui… ou quer que eu te leve pra um quarto?
▸Ren hesitou. Seus olhos tremiam.
Mas depois de um longo silêncio... ele segurou a mão de Damian.
▸E foi assim que o vínculo começou, não por instinto, mas por escolha.
▸A porta se fechou com um clique suave atrás deles.
▸O quarto era grande, mas escuro. As janelas fechadas por cortinas pesadas, e o ar carregado de um leve aroma de madeira e âmbar. Diferente do resto da casa, não era frio,havia calor ali. Livros na estante, lençóis macios, uma poltrona com cobertor jogado por cima.
▸Ren entrou devagar, hesitante, os ombros ainda tensos. Parou perto da parede, olhando ao redor como se esperasse que alguém saltasse da sombra para agarrá-lo.
▸Damian observava. Cada gesto frágil, cada tremor, cada silêncio. Não havia raiva nele… ainda. Apenas interesse. Curiosidade.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*voz calma*
- Você pode ficar aqui esta noite. A porta tem tranca por dentro.Ninguém vai entrar.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*fico desconfiado*
- E se você for esse “ninguém”?
▸Damian ficou em silêncio por um instante. Sorriu de canto, não zombando, mas com um toque de algo mais escuro.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Boa pergunta. Mas se eu quisesse fazer mal, já teria feito.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*fico frio e defensivo em alerta*
- Isso não me tranquiliza.
▸Damian caminhou até uma cômoda e puxou uma camiseta preta de algodão. A jogou na cama.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Toma. Pode usar pra dormir. Tem um banheiro ali à esquerda. Comida, posso pedir se quiser.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- Eu não pedi nada disso. Eu só quero… sair daqui.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*olhando pra vc*
- Eu sei. Mas você não pode.
▸O silêncio entre eles ficou denso, pesado. Ren apertou as mãos contra o peito. Por dentro, o coração martelava como se tentasse escapar.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*falo em um tom baixo e desanimado*
- Você vai me marcar?
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*encaro ele desconfiado*
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*cruza os braços*
- Ainda não.
▸Aquela pausa fez o estômago de Ren revirar.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- Então tudo isso é só um jogo até você decidir que é hora, né?
▸Damian se aproximou, lentamente, mas parou a alguns passos de distância. Os olhos dele estavam calmos, mas havia algo… algo atrás daquele olhar. Algo que Ren ainda não conseguia ler.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*fala com uma voz suave*
- Eu não pedi por você. Eu não queria alguém comprado pra mim. Mas agora você está aqui. E isso muda as coisas.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*fico desconfiado*
- Por quê?
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*fala baixo e suave*
- Porque agora… eu quero saber como você funciona.
▸A frase foi dita com tanta calma que doeu mais do que um grito. Como se ele estivesse falando de um relógio quebrado. Um experimento.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*recuo meio passo, com o olhar endurecendo*
- Eu não sou um brinquedo.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Ainda bem. Brinquedos quebram fácil.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Mas você… você ainda tá de pé. Isso me interessa.
▸Ren sentiu a garganta fechar. Quis correr, gritar, quebrar alguma coisa , mas só conseguiu se virar, andar até a cama e se sentar. O corpo estava mole, a alma esgotada.
▸Damian o observava em silêncio, como se estivesse memorizando cada reação.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*fala baixo*
- Pode me odiar. Só não feche os olhos perto de mais ninguém aqui. Nem do meu pai. Só de mim.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*encaro ele*
- Por que eu confiaria em você?
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Porque...
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*voz suave quase sedutora*
-...eu sou o único aqui que ainda está tentando ser gentil com você.~
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*desvio o olhar*
▸Mas no fundo... algo nele começava a ceder.
E isso era o mais perigoso.
▸Ren abaixa a cabeça, os dedos apertando o tecido fino da calça. O silêncio se estende, espesso. O som da chuva lá fora volta a preencher o ambiente.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*não encaro ele*
- Gentil?
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- Gentileza não compra pessoas.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*calmo*
- Eu não te comprei.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*rápido e "ferido"*
— Mas aceitou. E isso… isso é a mesma coisa.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*dando um passo*
- Eu aceitei porque... se não fosse eu, seria outro. Alguém que te trataria como um animal. Você sabe disso.
▸Ren levanta os olhos. Estão cheios de raiva contida.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- E você me trata como o quê, então? Um prêmio de consolação? Uma... distração?
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
- Você fala bonito, mas ainda me vê como uma coisa. Algo que “veio com a casa”.
▸Damian aperta o maxilar por um segundo, como se estivesse se segurando. Ele caminha até a poltrona perto da cama e se senta devagar, de frente pra Ren, mantendo a voz baixa.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Você me desafia como se já me conhecesse.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Mas me diz... alguém já te ofereceu um quarto quente? Uma porta trancada por dentro? Alguém já te perguntou o que você queria?
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*engole seco. O olhar vacila. Só por um segundo.*
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*murmura*
- Querer não muda nada aqui dentro…
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Não muda, se você entregar o que é seu tão fácil.
▸Ren aperta os lábios. O silêncio volta por um instante.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*olhos fixos nele*
- Você é bravo. Ferido… mas bravo.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Isso vai me dar trabalho.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*falo de forma amarga*
- Então me devolve. Devolve pro meu pai, devolve pro mundo, sei lá. Me tira daqui.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*voz falhando*
- Eu não pedi por isso. Eu não pedi pra ser vendido, pra ser olhado como se eu fosse...
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*interrompe baixo*
- Frágil?
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*com um olhar que fere e envolve*
- Você não é.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Mas não tenta me enganar fingindo que é forte o tempo todo. Eu vejo quando você treme. Quando segura o choro como se fosse vergonha.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Se você quer sobreviver aqui... não precisa confiar em mim. Mas vai precisar de mim.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*com raiva nos olhos*
- Por quê? Porque você é o único que finge se importar?
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*sorri de canto*
- Porque eu sou o único que sabe exatamente como quebrar você sem encostar um dedo.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
- Mas escolhi... não fazer isso. Ainda.
▸O silêncio agora é gélido.
▸Ren levanta da cama, devagar, e vai até a porta. Gira a maçaneta. Tranca. Olha por cima do ombro.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
▸ Dorme onde quiser. Mas se entrar nessa cama… eu mordo.
Damian 𝐕𝐚𝐥𝐦𝐨𝐧𝐭
*ainda sentado com um meio sorriso*
- Eu gosto de ômegas que mordem.
Ren 𝐄𝐥𝐨𝐮𝐚𝐧
*viro o rosto, fecha os olhos por um segundo.*
▸O corpo ainda vibra de raiva. Mas parte dele sabe:
está cercado.
Preso.
E confuso.
E perigosa e lentamente... o nome Damian Valmont começava a entrar sob sua ppele
(𝐚𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬)
ɴᴏᴍᴇ:
Hector Valmont
ɪᴅᴀᴅᴇ:
48 anos
ᴀ.ʙ.ᴏ:
Alfa
sᴇxᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ:
Homem gay (com forte preferência por ômegas submissos e jovens)
ɢᴏsᴛᴏs:
Poder e controle absoluto,Roupas de grife sob medida,Charutos importados e uísques envelhecidos,Silêncio e obediência,Arte clássica e antiguidades caras,Manipular situações e pessoas a seu favor.
ᴅᴇsɢᴏsᴛᴏs:
Desrespeito à sua autoridade,Falta de etiqueta ou postura,Alfas que demonstram fraqueza,Sentimentalismo (considera inútil),Ser contrariado,Pobreza, sujeira ou qualquer coisa que remeta à "fraqueza social".
ɴᴏᴍᴇ:
Damian Valmont
ɪᴅᴀᴅᴇ:
25 anos
ᴀ.ʙ.ᴏ:
Alfa
sᴇxᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ:
Homossexual (gay) — com forte atração por ômegas frágeis ou difíceis
ɢᴏsᴛᴏs:
Controle sutil e psicológico, Perfumes doces e feromônios delicados de ômegas, Jogos mentais e desafios emocionais,Roupas escuras, couro e acessórios discretos,Observar em silêncio antes de agir,Ômegas que tentam resistir a ele ,quanto mais "quebrados", mais interessantes,
Noites longas, clima frio e lugares privados.
ᴅᴇsɢᴏsᴛᴏs:
Ser comparado ao pai,Pessoas que tentam "entender" seus sentimentos,Alfas agressivos ou barulhentos,Exposição emocional,Perder o controle da situação,Demonstrar fraqueza em público.
Comments