Isabela estava perplexa com a cena que acabara de ver. O silêncio havia se instalado no local, os únicos sons que podiam ser ouvidos eram o da água caindo na banheira e uma música de fundo, baixa. O quarto era como os outros, exceto a suíte, uma cama box, uma mesa para refeições e uma mesa ao lado da banheira, na qual estavam duas garrafas abertas de champanhe e duas taças, o cheiro de champanhe espalhava-se pelo quarto.
Isabela abre um sorriso debochado e começa a bater palmas.
Isabela: Meus parabéns... Valentina mal disse sim e você já começou a traí-la, se é que já não traía antes... Está honrando o sangue podre de seu pai.
Ela diz, sentando-se em uma cadeira e pondo a bolsa sobre a mesa.
Rafael se sente humilhado ao ouvir aquilo vindo de sua própria mãe, já que seu pai abandonou eles e por conta disso sua infância foi marcada por pobreza e dificuldades financeiras.
Manuela: Hahahaha!!!
A gargalhada de Manuela quebra o silêncio.
Manuela: Acho que a senhora não deve ter se surpreendido tanto, só ficado decepcionada. Já que passou quatro anos aproximando seu filho da Valentina.
Isabela solta outra gargalhada, e a olha com desprezo.
Isabela: O mesmo vale para você, meu anjo. O que muda é o tempo e a sua cara de pau.
Rafael suava frio, seu corpo tremia, ele queria falar mas era como se sua voz estivesse presa na sua garganta.
Rafael: Mãe...
Sua voz sai, e Isabela olha para ele, ainda com nojo.
Rafael: Eu... Eu já namorava a Isabela antes mesmo da senhora saber da existência da Valentina. A Isabela sabia das nossas dificuldades financeiras e decidiu nós ajudar...
Isabela: Namorando a rica e a traindo com a pobretona... É pior do que pensei, patéticos.
Manuela: Aí que vem o golpe final, querida: Vamos tomar tudo da Valentina.
Isabela abre um sorriso malicioso.
A noite passa e o dia amanhece. Valentina acorda, alegre, com um leve sorriso no rosto, que se desfaz ao perceber que Rafael havia saído do quarto sem avisar a ela e deixado um bilhete:
"\*Amor, tive que sair para resolver um problema, nos vemos na empresa\*"
Valentina: Já são 08:30, tenho que ir para a empresa.
Valentina se levanta e vai tomar um banho de ducha, seu corpo relaxava à medida que as gotas d'água batiam nele. Ela se enrola em uma toalha e pega seu celular, sua irmã, Arlete, já tinha a ligado quatro vezes, e ela decide retornar.
Ligação on.
Arlete: Finalmente me retornou!
Valentina: Desculpa, mana, estava dormindo e acordei agora.
Arlete: Certo. Agora me diz, o que o traste queria com você ontem?
Valentina: Primeiro, ele não é traste, segundo, ele me levou pra um campo cheio de girassóis e me pediu em casamento... Foi lindo!
Arlete: Hahahaha!! "Lindo"? Lindo vai ser o golpe que ele vai te dar! Abre o olho, minha irmã!
Valentina: Arlete, sei que você diz isso para o meu bem, mas eu sinto que ele não vai me fazer mal, confia em mim. Eu deixo você e o Marlon namorarem em paz, mesmo que vocês não pertençam à mesma esfera social.
Arlete: Eu não tenho preconceito algum com pessoas com menos recursos, o que muda para o Rafael é que ele não me inspira confiança. Mas se você insiste.
Valentina: Vou desligar, daqui a pouco estou aí na empresa.
Ligação off.
Arlete: Queira Deus que eu esteja errada.
Ela fala, pondo sua mão sobre o peito.
Arlete havia acabado de sair do carro, uma mulher negra, de cabelos cacheados longos e vestida elegantemente, ela tinha 26 anos, mas sua aparência lhe fazia parecer ter 16.
Ela estava em frente à empresa, chamada AD– Automóveis Diniz– era um prédio enorme, de 25 andares, nele, estavam os trabalhadores responsáveis pela ideia de novos modelos de carro, contadores, supervisores e tudo mais. Arlete era a vice-presidente da empresa, mesmo não tendo ações nela, pois quando sua mãe faleceu, ela lhe deixou todas as fazendas e as empresas para Valentina, de modo que ambas ficassem igualmente herdeiras.
Arlete entra no prédio e depois no elevador, ela aperta no número 25 e começa a mexer em seu celular, enquanto o elevador sobe.
Marlon a liga neste momento, e Arlete atende.
Ligação on.
Arlete: O que foi, meu amor?
Marlon: Bom dia. Eu queria te fazer uma surpresa hoje à noite, às sete. Pode ser?
Arlete: É que eu tenho um compromisso... Mas vou sim.
Marlon: Ok. Mais tarde eu passo na sua casa e te pego.
Arlete: Tá bom. Tchau, eu te amo.
Marlon: Tchau, também te amo.
Ligação off.
Arlete havia acabado de chegar no seu andar e sai do elevador, indo logo em seguida para o seu escritório e senta-se na mesa para revisar alguns documentos e pastas.
"*Toc toc*"
Arlete: Entre, por gentileza.
Manuela abre a porta e entra.
Arlete: Ah, é você, se eu soubesse teria mandado ficar fora mesmo.
Manuela: Simpática como sempre, né, Arlete?
Manuela fala, seu tom de voz era arrogante.
Arlete: Abaixe o tom de voz para mim. Aqui sou sua chefe, não irmã da sua amiga. Agora fala o que quer aqui.
O sorriso falso de Manuela some, sua expressão de arrogância vira uma careta de raiva.
Manuela: A dona Isabela está aqui, ela quer falar com você.
Arlete a olha com uma expressão de seriedade vira um pequeno sorriso.
Arlete: Ainda não aprendeu? Aqui você deve me chamar de SENHORA. E é com a voz aveludada. Mande ela entrar.
Manuela: Como quiser, senhora.
Minutos depois Isabela entra com um sorriso no rosto de orelha a orelha.
Isabela: Como é bom te ver de novo.
Ela fala, sentando-se à mesa do escritório. Arlete sorri de volta.
Arlete: Gostaria de poder dizer o mesmo, mas aí eu estaria mentindo, tal como você.
O sorriso de Isabela cai.
*No escritório de Rafael*...
Rafael pega o telefone e liga para Manuela, a mandando ir para lá.
Enquanto ela vem, ele retira sua gravata e desabotoa alguns botões da camisa, alguns segundos depois, Manuela entra e fecha a porta atrás de si e depois as janelas do escritório.
Manuela: O que o senhor deseja que eu faça?
Ela pergunta com um sorriso malicioso.
Valentina estava no elevador, que chega ao andar no qual Rafael trabalha e sai dele.
Valentina: Sra. Susan, o Rafael está aqui?
Susan: Sim.
Valentina: E há mais alguém com ele?
Susan: Sim, a Manuela está lá.
Valentina fica um pouco surpresa, agradece Susan e vai até o escritório dele.
Valentina: As janelas estão... Fechadas? Por quê?
O coração dela dispara, suas mãos tremem e seu rosto passa a suar.
Ela se aproxima lentamente da porta e ao girar a maçaneta, empurra a porta...
Continua no próximo capítulo.
Nota do autor: Será que a Valentina vai descobrir? O que achou deste capítulo?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 26
Comments
Severa Romana
espero que esse livro seja diferente..cansei de mocinhas traída, humilhadas e perdoando o traste é felizes no final
2025-06-17
1
Beatriz
a irmã já tá avisando, meu Deus
2025-07-23
1
Beatriz
Que ela tenha descoberto!!!
2025-07-23
1