E SE EU TIVESSE TE CONTADO?
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♪Um Nome Novo, Uma Quebra Lenta♪
A segunda-feira amanheceu mais fria que o normal. Felix ajeitou o cachecol no pescoço e esperou Hyunjin no portão da escola, como sempre fazia. Era um ritual quase sagrado: esperá-lo, andar lado a lado, dividir fones de ouvido, escutar as mesmas músicas.
Mas naquela manhã, Hyunjin apareceu conversando com alguém.
Chamou, sorrindo, já de longe.
Hwang Hyunjin
— Esse aqui é o Jeongin. Ele acabou de se mudar de Busan. Vai estudar com a gente!
O tal Jeongin sorriu tímido. Tinha o cabelo castanho macio caindo nos olhos e um jeito quieto que lembrava um pouco o do próprio Felix — só que com um brilho nos olhos de quem ainda não tinha se perdido nos vazios da cidade grande.
Jeongin respondeu, abaixando ligeiramente a cabeça em cumprimento.
Hwang Hyunjin
— Ele se perdeu procurando a sala e eu achei no corredor do segundo andar
Hwang Hyunjin
— Todo mundo novo se perde aqui, né?
Felix soltou uma risada fraca.
Lee Felix
— É... acontece.
Hyunjin passou o braço pelos ombros do Jeongin com naturalidade, como fazia com qualquer amigo. Mas ali, para Felix, aquilo pareceu barulho demais dentro do silêncio confortável que costumava existir entre eles.
Durante o almoço, Jeongin ficou com eles. Hyunjin fazia piadas, ria alto, e parecia encantado com os jeitos engraçados do garoto novo. Jeongin era educado, falava pouco, mas sorria fácil — e isso parecia bastar para cativar Hyunjin.
Felix, por outro lado, se sentia estranho. Como se estivesse do lado de fora de um círculo onde antes sempre esteve no centro.
Yang Jeongin
Você sempre come isso?
Jeongin perguntou, olhando para o lanche de Felix.
Yang Jeongin
— E nunca enjoa?
Lee Felix
— Eu gosto do que é constante.
Yang Jeongin
— Isso foi profundo.
Hyunjin riu também, mais alto do que Felix gostaria.
Nos dias seguintes, a presença de Jeongin foi ficando cada vez mais comum. Hyunjin o puxava para tudo. Dividia o lanche, os fones de ouvido, até o banco do pátio.
E Felix… observava. Sempre observava.
Num momento, Jeongin e Hyunjin estavam lado a lado, rindo de algo em um vídeo no celular. Felix sentou ao lado, mas nenhum dos dois pareceu notar.
Naquela noite, ao chegar em casa, ele digitou uma mensagem para Hyunjin.
Lee Felix
✉️Oi… senti saudade hoje.
A resposta veio só uma hora depois.
Hwang Hyunjin
✉️Sim! Estava ajudando o Jeongin a revisar uns conteúdos de química kkk
Felix largou o celular na cama e se deitou de lado, o peito apertando como se estivesse sendo espremido de dentro pra fora.
Não era ciúme — ainda não. Era só a dor confusa de quem vê seu mundo mudando, mesmo sem querer.
Ele fechou os olhos e se perguntou:
"Será que ele percebe? Será que ele sente? Será que eu… ainda sou o favorito dele?"
Na manhã seguinte, Felix não foi esperar Hyunjin no portão.
Entrou direto. Sentou no fundo da sala. Fingiu estar cansado. Mas a verdade era: ele estava com medo.
Medo de ver Hyunjin chegar ao lado de Jeongin de novo.
Medo de confirmar o que já estava começando a doer: a promessa silenciosa deles estava se rompendo — e ninguém parecia notar.
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