capítulo 5: o mal-entendido

A celebração na praia estava cheia de risos, música e a brisa suave do mar. Paola estava animada, cumprimentando amigos e conhecidos, quando avistou uma jovem moça que se parecia muito com ela. A moça estava cercada por um rapaz, trocando carinhos e sorrisos. Sem perceber que Carlos Daniel estava observando tudo de longe, Paola se aproximou de um grupo de amigos para conversar.

Carlos Daniel, por outro lado, não viu a diferença. Ao ver a jovem parecida com Paola aos beijos e abraços com o rapaz, seu coração disparou. A insegurança tomou conta dele, e ele se sentiu como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. Sem pensar duas vezes, virou-se e começou a correr em direção à saída da praia, desesperado e confuso.

Paola notou a mudança no comportamento de Carlos Daniel e se virou para ver o que estava acontecendo. Ao perceber que ele estava saindo correndo, seu coração acelerou. Ela imediatamente entendeu que havia ocorrido um mal-entendido.

“Carlos! Espera!” ela gritou, mas ele já havia se afastado demais. Irritada com a situação e sem paciência para lidar com essa confusão boba, Paola decidiu ir atrás dele.

Ela o encontrou em um canto isolado, encostado em uma árvore, chorando e tremendo de tristeza. O olhar dele estava perdido no horizonte, como se estivesse fugindo da dor que sentia.

“Carlos!” Paola chamou novamente, agora mais suavemente. Ele virou o rosto para ela, os olhos cheios de lágrimas. “O que aconteceu? Por que você saiu assim?”

“Eu pensei... eu vi você com aquele cara... achei que tinha me traído,” ele respondeu entre soluços, a voz trêmula.

Paola sentiu uma onda de frustração misturada com tristeza. “Carlos, eu estava cumprimentando uma amiga! Era apenas uma coincidência! Você não pode me deixar assim sem perguntar!”

Ele olhou para ela, claramente confuso e ainda inseguro. “Desculpe... eu só... não sabia o que pensar.”

Sem mais palavras, Paola se aproximou dele e o puxou gentilmente pelo braço. “Vamos para o quarto,” ela disse firmemente. “Precisamos conversar.”

Carlos Daniel hesitou por um momento, mas então deixou-se levar por ela. Ao chegarem ao quarto, Paola fechou a porta atrás deles e virou-se para encará-lo.

“Olha,” começou ela com um tom sério mas gentil. “Eu nunca te trairia. Você é importante demais para mim. Eu não sei como você pôde pensar isso.”

Ele secou as lágrimas com as costas da mão e olhou nos olhos dela. “É difícil não sentir insegurança às vezes,” ele admitiu.

“Eu entendo,” Paola respondeu suavemente. “Mas precisamos ser honestos um com o outro sobre nossos sentimentos. Não podemos deixar mal-entendidos nos separar.”

Carlos Daniel assentiu lentamente. “Você está certa... eu deixei a insegurança falar mais alto.”

Paola se aproximou dele novamente e segurou seu rosto entre as mãos. “Prometa que vai falar comigo quando estiver inseguro ou confuso assim.”

“Eu prometo,” ele disse sinceramente, sentindo-se aliviado pela compreensão dela.

Com um sorriso suave nos lábios, Paola deu um passo à frente e envolveu os braços ao redor dele em um abraço apertado. Carlos Daniel a abraçou de volta com força, sentindo toda a tensão dissipar-se entre eles.

Naquele momento, ambos sabiam que podiam enfrentar qualquer desafio juntos — desde mal-entendidos até inseguranças — desde que mantivessem a comunicação aberta e honesta.