-capitulo 3-

🌜capítulo contendo apenas narração 🌛
–O mar se estendia em todas as direções, vasto e vazio, como uma promessa esquecida. Dias haviam se passado desde que haviam avistado terra firme, e o entusiasmo da partida já parecia uma lembrança distante, engolida pelo cansaço e pela fome.–
–O vento soprava fraco, quase preguiçoso, arrastando o Viúva do Norte em um ritmo moroso. As velas pendiam pesadas, como os corpos dos marinheiros espalhados pelo convés. Os olhos fundos e as bocas ressecadas diziam mais que qualquer grito de revolta: a fome estava corroendo tudo. A força. A paciência. A sanidade.–
–Os barris de comida, que antes pareciam abundantes, agora eram túmulos de migalhas. Restavam algumas cascas secas de frutas, um punhado de farinha empedrada, talvez uma ou duas garrafas d’água diluída até perder o gosto. Mas não havia mais sustento. Apenas a rotina silenciosa de mastigar o nada e fingir que bastava.–
–Ronan caminhava entre os homens como uma sombra mais firme. O rosto endurecido não deixava transparecer o mesmo esgotamento que marcava os demais, mas a verdade era que até ele sentia os joelhos fracos. O gosto metálico da própria saliva. A irritação surda nas têmporas. A vontade de morder qualquer coisa, nem que fosse madeira.–
–As conversas sumiram. Os jogos, as cantorias, os resmungos. Agora, havia apenas o som do casco rangendo e das ondas se quebrando como um lamento constante. O sol, cruel e fixo no céu, castigava a pele e os ânimos. As nuvens não traziam sombra. E a linha do horizonte seguia vazia. Nada. Nenhuma ilha. Nenhum porto. Nenhuma salvação.–
–E ainda assim, navegavam.–
–Porque era isso que se fazia no mar: persistia-se, mesmo que os ossos doessem, mesmo que a barriga gritasse. –
–Mesmo que o único combustível fosse a esperança de que, logo ali adiante, talvez algo mudasse.–
–Mesmo que o mar não prometesse nada.–
–Três dias se arrastaram como séculos sobre o Viúva do Norte. O calor se tornara mais cruel, o vento mais rarefeito, e o silêncio... quase sepulcral. As vozes se apagaram de vez. Os olhos, antes vigilantes, agora apenas miravam o nada — secos, opacos, desbotados como velas velhas. A água havia acabado no segundo dia. A comida, muito antes disso. No terceiro, o corpo de Tomas — o mais jovem da tripulação — foi encontrado encolhido junto ao mastro, os braços magros abraçando o estômago vazio. Seus olhos estavam abertos, fitando o céu, mas não viam mais nada. Um filete de sangue seco marcava os lábios rachados. Ninguém chorou. Não porque não doía. Mas porque já não havia forças nem lágrimas. Ronan permaneceu de pé diante do corpo por longos minutos, o sol queimando sua pele e a morte pesando sobre seus ombros como uma âncora. Ele sabia que Tomas não seria o último, se o mar continuasse a se negar. O céu permanecia limpo. Azul. Infinito. E o mar... indiferente.–
...
???
???
amor...as crianças dormiram...
*o olho*
???
???
podemos ter um momento?
sim..
Estou sentindo falta...sua
???
???
*se aproxima*
???
???
*beija a minha testa*
???
???
Minha linda...
*o olho e sorrio*

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