Amor que Resiste ao Tempo
A Manhã Antes da Chuva
A luz suave da manhã atravessava a cortina fina, tingindo o quarto com tons cinzentos. O ar estava úmido, e o cheiro das nuvens pesadas se misturava com o da roupa dormida e do chão de madeira. Lá fora, os primeiros sinais de chuva se anunciavam em um trovão distante, ainda fraco.
Min-ji piscou algumas vezes antes de abrir os olhos de verdade.
Demorou para entender onde estava. Sentia o colchão sob o corpo, o cobertor fino sobre as pernas. Quando se virou, notou os rostos conhecidos ao redor — Choi Soo-min, Kang Dae-hyun, Matheus Han e Yoo Na-ri, todos espalhados pelo quarto como peças de dominó. Dae-hyun estava jogado no tapete com uma almofada abraçada. Na-ri dormia com o braço caído pra fora do futon. Soo-min estava encolhida num canto, roncando baixinho. E Matheus, meio torto contra a parede, com o moletom sobre o rosto.
E então ela se virou um pouco mais.
Sofia estava ali. Do lado dela. Dormindo. Na mesma cama.
Min-ji congelou.
Os cabelos de Sofia estavam um pouco bagunçados, o rosto calmo. Dormia de lado, virada para ela, com a mão solta sobre o colchão.
Elas estavam dividindo o mesmo espaço. O mesmo cobertor. Sozinhas naquela cama.
Min-ji pulou para trás como se tivesse levado um choque.
O movimento foi tão repentino que o colchão afundou de um lado, sacudindo Sofia, que acordou assustada.
Choi Soo-min
Que foi isso...?" — murmurou coçando os olhos.
Mateus Han
Tá pegando fogo?" — disse sonolento, tentando se sentar.
Min-ji cobriu o rosto com as mãos, completamente envergonhada.
min-ji
"Desculpa! Eu só… eu não percebi que... a gente dormiu na mesma cama..."
Sofia olhou ao redor, bocejando.
Sofia
Nossa... é mesmo. Nem reparei... a cama era tão grande… e eu tava tão cansada..."
Um silêncio meio constrangido caiu sobre o grupo. E então Kang Dae-hyun riu.
Kang Dae-hyun
Relaxem. Vocês estavam dormindo, não roubando um banco."
Yoo Na-ri jogou um travesseiro nele, rindo de leve.
Min-ji, ainda corada, deitou de novo e cobriu metade do rosto com o cobertor.
Sofia deu um sorriso de canto, ainda deitada
Sofia
Tá tudo bem. Foi só uma noite."
A chuva ainda não tinha começado… mas algo estava no ar.
O sol brilhava forte, filtrado pelas árvores ao redor da quadra da escola. O barulho da bola quicando no chão e os gritos dos alunos enchiam o ar.
Matheus Han, Sofia e Kang Dae-hyun estavam no meio de uma partida improvisada de basquete, rindo e se desafiando. Sofia tentava acompanhar os movimentos ágeis dos meninos, driblando com esforço.
De repente, Ji-hoon apareceu na quadra.
Park Ji-hoon
Posso jogar também? — perguntou, com um sorriso confiante.
Kang Dae-hyun
Claro, entra aí! — respondeu , passando a bola para ele.
Ji-hoon entrou no jogo, mas logo mostrou ser muito competitivo. Em um lance rápido, ele tentou pegar a bola de Sofia, que driblava perto da cesta.
Sem perceber, ele esbarrou forte nela, fazendo Sofia perder o equilíbrio e cair no chão com um baque.
Sofia
Ei! — exclamou , segurando o braço que bateu no chão.
Ji-hoon parou e olhou para ela, surpreso.
Sem querer, ele deu um passo para frente e acabou esbarrando no corpo dela, fazendo os dois baterem de frente.
Mateus Han
Deixa ela em paz! — gritou , tentando segurar Ji-hoon.
Min-ji, que estava próxima, percebeu a confusão e correu até eles.
min-ji
— O que está acontecendo aqui? — perguntou, olhando de Sofia para Ji-hoon.
Kang Dae-hyun
Ele derrubou a Sofia e ainda quase bateu nela! — disse indignado.
Park Ji-hoon
Eu não fiz por mal, ela tava no caminho! — respondeu , com o rosto vermelho de raiva.
min-ji
Não importa! Ela se machucou — falou firme, pegando Sofia pelo braço e ajudando-a a levantar.
min-ji
Vem, vou levar você para a enfermaria — disse , já puxando Sofia para longe.
Ji-hoon ficou parado, olhando para as duas saírem, sentindo-se frustrado.
A enfermaria da escola estava vazia, iluminada apenas pela luz suave que entrava pelas janelas altas. O som abafado da quadra ainda podia ser ouvido ao longe, misturado aos passos apressados de alunos nos corredores.
Min-ji empurrou a porta com o ombro, segurando Sofia com cuidado pelo braço.
min-ji
Senta aqui — disse ela, puxando uma cadeira junto à maca.
min-ji
Sofia obedeceu, fazendo uma careta de dor ao se apoiar no braço machucado.
Min-ji pegou uma pomada e algumas gazes no armário, com movimentos rápidos, mas o rosto sério.
Sofia
Eu tô bem, de verdade — murmurou , tentando sorrir.
min-ji
Não tá, não — respondeu, ajoelhando-se à frente dela. — Você caiu com tudo. E ele foi um idiota.
Sofia
Ele só... ficou exaltado. Acho que não esperava que eu fosse segurar a bola.
min-ji
Isso não é desculpa pra empurrar alguém — disse , limpando com delicadeza o machucado no braço de Sofia.
Sofia observava em silêncio. A proximidade das duas era tranquila, mas havia algo ali — uma tensão sutil no ar.
Sofia
Obrigada por ter vindo me ajudar — disse ela, quase num sussurro.
Min-ji parou por um instante. Seus olhos encontraram os de Sofia.
min-ji
Claro que eu viria.
Sofia
Desvia o olhar, tentando disfarçar o rubor nas bochechas.
Sofia
Isso aqui vai ficar roxo, né? — brincou, apontando para o braço.
min-ji
Provavelmente. Vai ser seu troféu de estreia no basquete coreano — respondeu , com um leve sorriso.
As duas riram brevemente. O riso que quebra a dor, que alivia o peso no peito.
Depois de um momento, Min-ji se levantou, mas hesitou antes de dar um passo para trás.
min-ji
Me avisa se ele mexer com você de novo. Qualquer coisa.
Sofia
Tá bom — respondeu Sofia, olhando para ela com sinceridade. — Mas eu também sei me defender, sabe?
Min-ji sorriu, agora com os olhos mais leves.
min-ji
Eu sei. Mas você não precisa fazer isso sozinha.
Comments
paulina
Que talento incrível você tem, mal posso esperar para ler mais obras suas.
2025-06-07
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