Dois dias desde que Alvin saiu do quarto pela última vez.
Dois dias desde que ele fingiu que tava tudo normal... só que não tava.
A casa seguia em silêncio, mas agora era um silêncio diferente. Gelado. Duro. Um silêncio que carregava culpa, dor e um medo sufocante.
.....
Alvin não sabia quem tinha visto.
Só sabia que alguém tinha visto.
E isso era o suficiente pra ele se fechar.
Trancar a porta.
Trancar o peito.
Alvin
*Na frente do espelho*
Alvin
*se olhava — sem camisa.*
A maquiagem que usava pra esconder as cicatrizes já não estava ali.
Não havia pra quê esconder agora.
Alvin
Que idiota eu fui... — * murmurou, com a voz embargada.*
Ele se sentia exposto.
Vulnerável.
Fraco.
E Alvin odiava se sentir fraco.
---
Do lado de fora, Nathan andava de um lado pro outro no corredor.
Ele queria entrar.
Queria bater na porta, dizer alguma coisa... qualquer coisa.
Mas... ele sabia.
Se falasse agora, estragaria tudo.
Então... ele só agiu em silêncio.
Deixou um copo com achocolatado quente na porta.
Com um bilhete escrito de forma simples:
"Tá tudo certo. Só isso."
.....
Naquela noite.
Alvin
*abri a porta*
Alvin
*Vê o copo já frio*
Alvin
*Pega o bilhete*
Alvin
*Lê*
......
Alvin
*Fica olhando praquela caligrafia um tempão.*
E por algum motivo... se sentiu um pouco menos esmagado.Só que mesmo assim… não confiava.
Ainda doía.
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