O sol atravessava os galhos altos da floresta, banhando a terra com luz dourada. O vento era leve, e o som dos pássaros criava uma sinfonia tranquila. Para Kael, aquela era mais uma manhã comum no seu refúgio. Um lugar longe da civilização, onde podia ser ele mesmo livre, selvagem, solitário.
Ele caminhava descalço entre as folhas secas até encontrar um pequeno rio cristalino. Ajoelhou-se com tranquilidade, mergulhou as mãos na água gelada e bebeu com gosto. Os seus olhos azuis, profundos como o céu limpo, refletiam a luz do dia. O seu cabelo laranja levemente bagunçado balançava com o vento.
kael
Que dia mais lindo
Disse, suspirando
kael
Tudo é sempre tão calmo. Como eu amo ser solitário.
Seu corpo atlético e bronzeado contrastava com a pureza ao redor. Ele era um ômega raro bonito demais, calmo demais. Uma tentação viva para qualquer alfa que cruzasse o seu caminho.
E ela cruzou.
Entre as sombras, observando cada movimento com fome nos olhos, Ashina surgiu. Os seus olhos vermelhos brilharam ao sentir o cheiro de Kael no ar. Um arrepio percorreu a sua espinha não de medo, mas de desejo bruto, selvagem, ancestral.
Ela estava acima de tudo e todos. Era uma (alfa) nata. Líder, caçadora, dominante. E agora... estava excitada.
Ashina se aproximou silenciosa, como uma fera à espreita. Não queria assustá-lo. Ainda não. Queria vê-lo no estado mais puro: distraído, vulnerável, natural.
Ashina (pensando)
Ashina
Veja o que temos aqui...
Ela sorriu, sentindo o aroma suave e inebriante do ômega tocar suas narinas como um convite proibido. Não estava a metros dele, mas parecia que podia senti-lo com as garras.
Ashina (murmurando para si)
Ashina
Que ômega lindo... Eu vou adorar marcar ele. Ficar com ele ao meu lado... Haha... Que belo ômega.
Sua cauda longa balançava levemente enquanto o instinto falava mais alto. Ela não era apenas uma loba alfa. Era a loba alfa. E Kael... seria dela.
Ainda sem perceber a presença da alfa, Kael lavava o rosto calmamente, apreciando o frio da água e a brisa tocando sua pele quente. Sentia-se em paz.
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