O salão do hotel estava impecável. Luzes suaves, champanhe sendo servido em taças de cristal e uma trilha instrumental elegante preenchendo o ambiente. Era o coquetel de noivado de Elisa e Leonardo — um evento privado, para convidados seletos, mas que já movimentava colunas sociais e páginas de revistas.
Elisa, vestida em um longo vermelho de cetim com detalhes discretos em pedraria, parecia ter nascido para aquele lugar. Cada passo seu chamava atenção. Não era apenas bela. Era poderosa.
Ao lado de Leonardo, ela cumprimentava empresários, jornalistas e figuras públicas com simpatia calculada. Mas seus olhos estavam alertas, esperando por aquilo que já sabia que aconteceria.
E não tardou.
No canto do salão, a família Ferraz observava com expressões entre confusas e indignadas. Haviam sido convidados formalmente — por Leonardo. Uma jogada fria e estratégica, que Elisa apoiou com um sorriso.
Isadora usava um vestido branco curto e justo demais para a ocasião. Daniel, ao seu lado, parecia dividido entre o constrangimento e a raiva. Seu Antônio mantinha o queixo erguido, como se fosse ele o anfitrião. Dona Helena, envergonhada, evitava os olhares.
Elisa os viu. E foi até eles.
Leonardo a seguiu de perto, observando tudo em silêncio.
— Que bom que vieram — disse Elisa, com um sorriso frio, segurando uma taça de champanhe.
— Você nos colocou nessa posição de propósito — disparou Isadora. — Queria nos humilhar.
— Não. Eu queria que vissem. Que vissem quem eu realmente sou. E o que vocês perderam quando escolheram me ignorar.
Daniel tentou interromper:
— Elisa, por favor... podemos conversar em particular?
Ela riu, mas o olhar permaneceu afiado como lâmina.
— Em particular, Daniel? Como vocês estavam quando me traíram? Ou preferem que eu mostre os vídeos? Tenho tudo aqui. — Ela levantou o celular. — Cada gemido, cada risada. Cada mentira que você me disse enquanto dormia com a minha irmã.
Isadora empalideceu.
— Isso não é hora, nem lugar — disse seu Antônio, tentando manter a postura.
— Para mim, é o momento perfeito — rebateu Elisa. — Porque pela primeira vez vocês são obrigados a me ouvir.
Ela olhou para a mãe.
— Quantas vezes você me mandou calar? Quantas vezes fingiu que eu era exagerada, dramática? Que Isadora era só... "mais carismática"? Não era carisma. Era manipulação. E você sabia.
Dona Helena não respondeu. Baixou os olhos.
— Eu esperei anos por um "me desculpa", um "eu te vejo", um "você é suficiente". Mas nunca veio. Então, agora, não esperem mais nada de mim.
Elisa respirou fundo e olhou para Leonardo, que apenas a observava, com uma pontada de orgulho escondida atrás da frieza.
— Estou começando minha vida nova. E vocês não fazem parte dela.
Ela deu um passo atrás, ainda de cabeça erguida.
— Aproveitem a festa. Vocês gostam de festas, não é?
Elisa deu as costas, pronta para voltar à festa. Mas mal deu dois passos quando a voz de seu pai ecoou alto, cortando o burburinho do salão:
— Insolente! Você acha que pode nos expor dessa forma e sair ilesa?
Ela parou. O salão silenciou de imediato. Todos os olhos agora estavam voltados para o centro do escândalo.
Seu Antônio avançou em passos firmes, o rosto vermelho, o punho cerrado.
— Eu devia ter te colocado no lugar quando era tempo! Sempre foi ingrata, mal-agradecida! — ele gritou, o tom furioso. — Agora aparece aí... se vendendo para um ricaço, como se fosse melhor do que a própria família!
Dona Helena tentou segurá-lo pelo braço, mas ele a empurrou com brutalidade.
Elisa permaneceu parada, com o queixo erguido, o olhar calmo. Mas o tremor em sua mão era quase imperceptível — quase.
Quando seu pai levantou a mão, prestes a agredi-la, um movimento rápido interrompeu tudo.
Leonardo.
Como uma sombra veloz, ele agarrou o braço de seu Antônio antes que o golpe se completasse. A força contida no aperto o fez estremecer.
— Toque nela... e será a última coisa que fará em público sem consequências — disse Leonardo, baixo, porém audível o suficiente para todos ao redor.
O olhar dele era gelado. Implacável.
— Você pode ser o pai dela, mas comigo agora é diferente. — Ele soltou o braço com força. — Ela tem um nome, um anel, e um homem que não vai permitir que ela seja humilhada mais uma vez.
Seu Antônio recuou um passo, engolindo seco.
— Isso não vai ficar assim...
— Vai sim. — Elisa interrompeu. — Vai ficar exatamente assim. Vocês vão embora. Agora.
Isadora estava imóvel, os olhos arregalados. Daniel sequer respirava.
Do outro lado do salão, os seguranças já se aproximavam discretamente, mas Leonardo levantou a mão, sinalizando que ele mesmo resolveria.
— A festa continua para quem tem nome limpo e consciência leve — disse ele, encarando a família Ferraz. — Os demais... podem se retirar.
Constrangidos, murmurando, sendo observados por dezenas de convidados, os Ferraz deixaram o salão. Um a um, apagados pela própria arrogância.
Leonardo então se virou para Elisa. Ela estava séria, mas firme. Havia uma dor silenciosa em seus olhos, mas também... uma liberdade nova.
— Está tudo bem? — ele perguntou, mais baixo, apenas para ela.
Ela assentiu.
— Agora está.
E quando ele estendeu o braço para ela, Elisa aceitou. E os dois caminharam juntos de volta para o centro da festa — como dois reis que acabavam de vencer uma guerra.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Severa Romana
pra humilhação ficar melhor , teria colocado os vídeos deles pra todos verem hahaha
2025-05-09
7
Lucianna
Que nojo dessa família dela , se é que pode ser chamar de família
2025-05-13
1