Ecos da Vitória

Alvorada chegou tingida de dourado, como se o próprio céu comemorasse a vitória dos Guardiões. Mas, mesmo com o inimigo derrotado, a clareira parecia guardar ecos da batalha: vestígios de magia pairavam no ar como poeira cintilante, e a terra ainda carregava as cicatrizes da luta.

Aurora foi a primeira a se levantar, os joelhos trêmulos, mas o olhar firme. Ela estendeu a mão para Jonathas, que sorriu - um sorriso cansado, mas verdadeiro - e se ergueu ao seu lado. Um a um, todos se puseram de pé.

- Conseguimos - sussurrou Stella, a voz embargada pela emoção.

Jake puxou-a para um abraço apertado, sem dizer nada. Às vezes, as palavras eram desnecessárias.

Thainá e Gustavo se entreolharam. O grimório ainda flutuava próximo a Thainá, suas páginas agora em repouso, como se a própria magia descansasse. Gustavo fechou a mão em torno do amuleto em seu peito, sentindo-o pulsar suavemente - um lembrete de que, mesmo com a batalha vencida, o mundo ainda precisava deles.

Foi então que a clareira se iluminou novamente, não com magia, mas com a chegada de algo novo: as Sentinelas, antigas protetoras do equilíbrio, surgiram entre as árvores. Eram figuras vestidas de branco e prata, olhos brilhando com sabedoria antiga.

A líder delas, uma mulher de cabelos prateados e olhos como lagos profundos, deu um passo à frente.

- Vocês foram testados - disse ela, sua voz ecoando na mente de todos - e provaram ser dignos.

Aurora, ainda ofegante, encarou a Sentinela com coragem.

- Quem são vocês?

- Somos aquelas que vigiam entre as eras - respondeu a mulher. - Agora que Varkos foi vencido, algo mais antigo e mais profundo desperta. O selo que vocês criaram foi poderoso... mas rachou os alicerces do Véu entre os mundos.

Thainá franziu o cenho.

- Você está dizendo que nossa vitória... abriu portas?

A Sentinela assentiu, grave.

- Portas que não deveriam ser abertas.

Um silêncio pesado caiu sobre o grupo. Eles haviam salvado o mundo - mas, sem saber, haviam também chamado algo ainda maior.

Jake apertou a mão de Stella. Gustavo cruzou um olhar sério com Thainá. Aurora respirou fundo, sentindo Jonathas se aproximar ao seu lado, um pilar firme.

Eles tinham vencido uma guerra. Mas outra jornada - talvez mais perigosa - estava apenas começando.

- O que precisamos fazer? - perguntou Aurora, a voz firme.

A Sentinela sorriu, e o sorriso dela era ao mesmo tempo um desafio e uma promessa.

- Vocês devem se tornar mais do que Guardiões. Devem se tornar Forjadores do Novo Amanhecer.

E assim, enquanto o sol surgia sobre o mundo renovado, os seis jovens, agora heróis, se preparavam para encarar um destino ainda maior.

O verdadeiro caminho deles... apenas começava.

(Continua...)

Ainda falta caracteres então pula essa parte