Capítulo 4 – A Primeira Chama

No dia seguinte

Laura acordou com um calor confortável envolvendo seu corpo. Levou alguns segundos para se situar, piscando devagar enquanto sentia o peito forte e firme de Enzo sob sua cabeça.

Um suspiro escapou dos seus lábios. Ali, nos braços dele, o mundo parecia menos cruel.

Quando se moveu para se levantar, Enzo abriu os olhos. Seus olhares se encontraram, e Laura sentiu o estômago se revirar.

— Bom dia, princesa — ele murmurou, a voz rouca, ainda carregada de sono.

Laura corou violentamente.

— Me desculpa... eu não queria incomodar — disse, tentando se afastar.

Mas Enzo segurou sua mão.

— Você nunca incomoda — afirmou, seus olhos castanhos brilhando de uma maneira que deixava claro o que ele não dizia.

Ela mordeu o lábio inferior, um gesto que Enzo seguiu com os olhos, como se fosse a coisa mais linda que já vira.

— Enzo... — ela sussurrou, a respiração acelerada.

O nome dele saindo assim, carregado de emoção, quase foi a ruína do homem. Seus dedos subiram até o rosto dela, traçando a linha do maxilar delicadamente.

— Você merece ser amada... da maneira certa — murmurou, com uma intensidade que fez Laura tremer.

Mas, antes que qualquer coisa acontecesse, o som insistente da campainha invadiu o ambiente.

Eles se afastaram às pressas, os corações disparados.

Enzo se levantou e foi atender. Quando abriu a porta, Pietro entrou apressado, o rosto tenso, os olhos procurando por Laura.

Ao vê-la sentada no sofá, Pietro respirou fundo.

— Laura... a gente precisa conversar.

Laura se levantou lentamente, a cabeça girando de emoções conflitantes.

Enzo permaneceu parado atrás de Pietro, os olhos duros, o maxilar travado.

Pietro caminhou até Laura, tentando pegar suas mãos, mas ela recuou.

— Eu vi você com a Camila — disse, a voz firme apesar da dor.

— Não é o que você pensa! — ele exclamou rapidamente. — Foi um erro, Laura! Eu estava bêbado, ela me beijou, eu tentei afastá-la!

Laura cruzou os braços, sentindo as palavras dele baterem contra seu peito como pedras.

— E por que você sorriu para ela? Por que deixou?

Pietro parecia cada vez mais nervoso.

— Eu não sabia o que estava fazendo! Você sabe o quanto eu te amo!

As lágrimas ameaçaram cair dos olhos dela, mas Laura se obrigou a permanecer forte.

— Se você me amasse, Pietro... — sua voz falhou por um segundo, mas ela recuperou a força. — Você não teria permitido.

O silêncio que se instalou foi cortante.

Pietro olhou para o pai como se pedisse ajuda, mas Enzo apenas cruzou os braços, sério.

— Por favor, Laura, me dá outra chance — implorou Pietro, a voz embargada.

Antes que ela pudesse responder, Enzo falou, sua voz grave e imponente:

— Ela precisa de alguém que não a decepcione, Pietro.

O filho se virou para ele, olhos arregalados de incredulidade.

— E você vai me dar lição de moral agora? — cuspiu, raivoso.

Laura fechou os olhos, sentindo o peito apertar. Aquela situação era um pesadelo.

— Vá embora, Pietro — ela disse, sem abrir os olhos. — Eu preciso de tempo.

O silêncio caiu novamente.

Pietro hesitou, olhou para ela mais uma vez e, vendo que não havia volta, saiu batendo a porta atrás de si.

**

Laura desabou no sofá, cobrindo o rosto com as mãos.

Enzo se aproximou lentamente, ajoelhando-se diante dela.

— Eu estou aqui, princesa. Sempre estarei — sua voz era um sussurro quente, uma promessa.

Ela ergueu os olhos para ele, tão cheios de dor e confusão que o peito de Enzo doeu.

Sem pensar, Laura se jogou nos braços dele, abraçando-o forte.

E, dessa vez, Enzo não resistiu.

Seus lábios encontraram os dela com uma fome contida há tempo demais.

O beijo foi um choque elétrico que percorreu o corpo dos dois. Laura gemeu baixinho contra a boca dele, sentindo-se viva de novo.

Enzo a puxou para seu colo, acomodando-a em seus quadris com facilidade. Suas mãos grandes passeavam pela cintura dela, explorando com reverência.

Laura agarrou os cabelos dele, aprofundando o beijo, sentindo o desejo crescer num ritmo desenfreado.

Quando precisaram de ar, separaram-se apenas o suficiente para se olharem.

— Você tem certeza? — murmurou Enzo, a testa encostada na dela.

— Tenho — Laura respondeu, sem hesitar. — Pela primeira vez na vida, eu tenho certeza.

Um sorriso lento e devastador surgiu nos lábios dele.

— Então eu vou cuidar de você... de todas as formas possíveis.

Ele se levantou com ela nos braços, carregando-a como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

**

No quarto, Enzo depositou Laura com delicadeza sobre a cama, como se ela fosse feita de vidro.

Tirou a blusa devagar, deixando à mostra o tórax definido, os músculos tensos. Os olhos de Laura se perderam nele, o corpo inteiro formigando de antecipação.

Ele se inclinou sobre ela, beijando sua testa, seus olhos, suas bochechas, o queixo... cada parte de seu rosto era venerada.

— Você é perfeita — sussurrou contra sua pele.

Laura gemeu baixinho, arqueando o corpo para ele.

As mãos de Enzo desceram para a blusa dela, deslizando-a lentamente para cima, expondo a pele macia.

Ele a despiu com paciência, como quem desembrulha um presente precioso.

Laura, com as bochechas coradas, o ajudou a se livrar das próprias roupas. Em breve, estavam nus um diante do outro, vulneráveis, expostos, conectados.

Enzo percorreu o corpo dela com beijos lentos e quentes, marcando-a de maneira que nenhum outro homem jamais ousara.

Quando finalmente a tomou, foi com um cuidado e paixão tão profundos que Laura sentiu as lágrimas brotarem novamente — dessa vez de pura felicidade.

Moviam-se juntos num ritmo perfeito, os corpos se buscando, se fundindo, até que a explosão de prazer os consumiu completamente, arrancando gemidos entrelaçados.

**

Depois, deitados, Enzo puxou Laura para seu peito.

— Agora você é minha — disse contra o cabelo dela, com uma possessividade que aqueceu a alma da garota.

Laura sorriu, os olhos se fechando com a sensação de pertencimento.

Pela primeira vez, ela se sentia amada.

De verdade.

E sabia que, dali em diante, não haveria mais dúvidas sobre quem ela realmente queria ao seu lado.

**

Enquanto acariciava as costas dela em círculos preguiçosos, Enzo fechou os olhos e pensou: "Essa mulher é minha. Para sempre."

Nem mesmo Pietro seria capaz de separá-los.

E a guerra mal havia começado.

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