CÓDIGO PROIBIDO (TodoBakuDeku) - Capítulo 4

A galeria estava vazia. As luzes já haviam sido apagadas, restando apenas a iluminação suave dos postes de luz do lado de fora atravessando os vidros altos.

Shoto permanecia ali, sozinho, parado diante da própria obra. Uma tela em preto e vermelho, pinceladas cruas, quase violentas.

𝙎𝙝𝙤𝙩𝙤 𝙏𝙤𝙙𝙤𝙧𝙤𝙠𝙞

💭“Eles estavam ali. Em carne e osso. E mesmo assim... parecia que eu estava vendo duas sombras.”💭

Passou os dedos pelas bordas da moldura, onde tinta seca formava pequenas rachaduras. Como ele.

Suspirou fundo. Pegou o celular, abriu a galeria de fotos — parou em uma imagem antiga. Os três, sujos de tinta, rindo de algo idiota em um ateliê improvisado no quintal da casa de Bakugou.

Ele bloqueou a tela. Apagou a imagem. E foi embora.

De volta ao apartamento, Izuku deixou o casaco cair no chão da sala. O lugar estava escuro, silencioso demais. Como ele gostava — ou dizia gostar.

Sentou-se à beira do sofá, encarando o nada. O copo d’água na mão tremia levemente.

𝙄𝙯𝙪𝙠𝙪 𝙈𝙞𝙙𝙤𝙧𝙞𝙮𝙖

💭“Não falei com eles... E ainda assim, estou exausto como se tivesse gritado a noite toda.”💭

Levantou, foi até a pequena estante onde guardava alguns cadernos. Abriu o mais antigo.

Rabiscos, frases soltas, esboços... Um em especial chamou sua atenção: três nomes, desenhados como um código. Um código que só eles entendiam.

𝙄𝙯𝙪𝙠𝙪 𝙈𝙞𝙙𝙤𝙧𝙞𝙮𝙖

(voz baixa) “Código proibido...”

Fechou o caderno rapidamente. Guardou de volta. Como se esconder o passado fosse suficiente para enterrá-lo.

A música alta do bar não era suficiente para calar a confusão na cabeça dele. Estava com os amigos do trabalho, mas não ouvia nada do que diziam.

O copo na mão, os olhos vidrados no gelo derretendo.

𝙍𝙚𝙣𝙖𝙣

— Bakugou? Tá tudo bem, cara?

Ele piscou, como se voltasse de longe.

𝙆𝙖𝙩𝙨𝙪𝙠𝙞 𝘽𝙖𝙠𝙪𝙜𝙤𝙪

— Tô. Só... cansado.

Mentira. Ele estava fervendo por dentro. Aquele encontro mexeu com ele mais do que queria admitir.

A arrogância de Shoto. O olhar quebrado de Izuku. O silêncio.

Eles tinham tanto a dizer. Mas nenhum disse. Nem ele.

𝙆𝙖𝙩𝙨𝙪𝙠𝙞 𝘽𝙖𝙠𝙪𝙜𝙤𝙪

💭“Talvez seja melhor assim.”💭

Virou o copo.

Mas a última coisa que queria era esquecer.

O reencontro havia deixado marcas. Nenhuma conversa aconteceu. Nenhum aceno, nenhuma mensagem.

Mas pela primeira vez em anos, os três pensaram nos mesmos nomes antes de dormir.

C͜͡o͜͡n͜͡t͜͡i͜͡n͜͡u͜͡a͜͡

Capítulo 4 – Ecos no Vazio