Lucas não perdeu tempo. Após o confronto com a mãe de SN, ele sabia que a situação precisava ser resolvida o mais rápido possível. A primeira coisa que fez foi ligar para o advogado de seu pai, explicando, com toda a seriedade, o que estava acontecendo com SN e como ela estava sendo tratada em sua própria casa.
O advogado, sempre atento aos detalhes, ouviu com calma enquanto Lucas falava sobre os abusos de Saehee e a negligência da mãe de SN. Lucas estava determinado e sabia que precisava agir de maneira legal para garantir que SN tivesse um futuro seguro, sem mais sofrimento.
Após a ligação, Lucas sentiu um peso em seu peito começar a se aliviar. Agora que tudo estava oficialmente sendo encaminhado, ele só precisava esperar o andamento das questões legais.
Mais tarde, Lucas se reuniu com seu pai para discutir a situação. Ele sabia que seu pai, embora ocupado com seus próprios negócios, se importava profundamente com ele e com o bem-estar das pessoas ao seu redor.
Quando chegou ao escritório de seu pai, a conversa foi direta e sem rodeios. O pai de Lucas, um homem de negócios experiente e impassível diante das adversidades, olhou atentamente para o filho, aguardando que ele explicasse tudo o que havia acontecido.
— Pai, a SN não está mais segura em casa. A Saehee a maltrata e a mãe delas também não está fazendo nada para impedir isso. Eu falei com o advogado e pedi para passar a guarda da SN para a minha mãe. — Lucas começou, sem tirar os olhos do pai, esperando por sua reação.
O pai de Lucas permaneceu em silêncio por alguns momentos, processando as palavras do filho. Sabia que Lucas não tomaria uma decisão como essa sem ter certeza de que era o melhor para a amiga.
— Você tem certeza disso, Lucas? Isso não é algo simples. A guarda é uma decisão legal séria. — O pai de Lucas disse com firmeza, sua expressão se suavizando enquanto ele olhava para o filho.
Lucas acenou com a cabeça, decidido.
— Sim, pai. A SN precisa disso. Não quero mais vê-la sendo maltratada, não vou permitir. Eu quero que ela tenha um futuro melhor, e minha mãe pode dar isso a ela. Estou fazendo o que é certo.
O pai de Lucas suspirou, olhando fixamente para o filho. Ele sabia que Lucas era uma pessoa de caráter, alguém que não tomaria essa decisão sem pensar profundamente sobre as consequências. Ele confiava no filho, e, no fundo, sabia que ajudar SN era o certo.
— Eu vou apoiar essa decisão, Lucas. Vou falar com o advogado e garantir que tudo esteja legalmente certo para que a guarda seja transferida. A SN merece ser feliz e ter a chance de viver uma vida sem esse abuso. — Ele respondeu, já se preparando para agir.
Lucas se sentiu aliviado. Ele sabia que, com o apoio de seu pai e do advogado, tudo estaria em ordem para que SN tivesse uma chance de recomeçar, longe da violência e do abuso que ela enfrentava todos os dias.
Agora, com os passos legais sendo tomados, Lucas e sua mãe estavam prontos para garantir que SN fosse tratada com a dignidade e respeito que ela merecia. A batalha estava apenas começando, mas Lucas não pensava em desistir.
O advogado de Lucas se encontrou com ele e com seu pai para discutir as opções legais sobre a guarda de SN. Após ouvir a situação com atenção, ele se recostou em sua cadeira e começou a explicar a Lucas e seu pai como o processo funcionaria.
— Bom, considerando que a SN tem apenas 16 anos, a situação legal é um pouco delicada. A mãe dela precisa assinar um documento oficial passando a guarda para a mãe do Lucas, já que a menina ainda é menor de idade e não pode tomar essa decisão sozinha. — O advogado disse de forma clara e objetiva, explicando os detalhes.
Lucas ouviu atentamente, sem tirar os olhos do advogado. Ele sabia que havia muitas etapas legais pela frente, mas isso não o faria desistir de ajudar SN.
— Mas como podemos garantir que isso realmente aconteça? — O pai de Lucas perguntou, preocupado com o procedimento.
O advogado deu um pequeno sorriso, reconhecendo que essa era uma preocupação legítima.
— Primeiro, precisamos verificar se a mãe da SN está disposta a assinar esse documento. Caso ela se recuse, podemos iniciar um processo judicial. Mas, dado o que aconteceu até agora, acredito que uma conversa com ela possa resolver a situação de forma mais rápida e eficiente. Se a mãe da SN concordar, a guarda pode ser transferida legalmente para a mãe do Lucas.
Lucas olhou para o pai, que pareceu refletir sobre o que o advogado havia dito. Ele sabia que a mãe de SN tinha se mostrado negligente até aquele ponto, mas talvez ela não tivesse ideia da gravidade da situação. E, mesmo que estivesse cega para o sofrimento de sua filha, uma conversa poderia ajudar a entender a necessidade de dar uma chance à SN.
— Então, basicamente, precisamos que ela assine os papéis, e a guarda será transferida? — Lucas perguntou, tentando entender melhor os detalhes.
— Sim, exatamente. — O advogado confirmou. — Isso é o mais simples. Se ela se recusar a assinar ou se houver resistência, aí será necessário entrar com um pedido de custódia formal, mas creio que podemos evitar isso com uma conversa cuidadosa.
O pai de Lucas se levantou e colocou a mão no ombro de Lucas, visivelmente satisfeito com a explicação.
— Eu vou falar com a mãe de SN. Ela precisa entender que a prioridade é o bem-estar da filha. Não podemos permitir que a SN continue vivendo dessa forma. — Ele disse com firmeza.
Lucas acenou com a cabeça, aliviado de saber que tudo estava sendo tratado de forma profissional. Agora, ele e sua família poderiam agir rapidamente, desde que a mãe de SN estivesse disposta a colaborar.
O advogado, então, pegou um formulário e explicou que precisaria da assinatura da mãe de SN o quanto antes. Ele também sugeriu que o processo fosse feito com urgência para garantir que a guarda fosse transferida legalmente o mais rápido possível, protegendo assim SN de qualquer possível perigo.
Com todos os documentos prontos, a mãe de Lucas, acompanhada por ele e o advogado, foi até a casa de SN. O clima era tenso, e Lucas não sabia o que esperar da reação da mãe de SN.
Quando chegaram à casa de SN, a mãe de Lucas foi direto ao ponto:
— Precisamos conversar sobre a guarda da sua filha. — Ela falou com firmeza, enquanto segurava os papéis prontos para serem assinados.
A mãe de SN, ainda em estado de negação sobre a gravidade da situação, olhou para ela com uma expressão confusa.
— O que está acontecendo? Por que a guarda de minha filha está sendo discutida assim? — Ela perguntou, sentindo que as coisas estavam fora de seu controle.
O advogado de Lucas, calmamente, explicou.
— Dado os últimos acontecimentos e o fato de que a SN está sendo maltratada em casa, acredito que é melhor para ela se a guarda for transferida para a mãe do Lucas. A SN tem 16 anos, e ela precisa de um ambiente seguro para viver.
Lucas, ao lado de sua mãe, apenas observava. Ele sabia que era um momento crucial, e que qualquer coisa poderia acontecer.
A mãe de SN, sem saber como reagir, olhou para os papéis e, depois, para a filha, que estava em silêncio atrás dela.
— Você... você quer fazer isso, SN? — A mãe de SN perguntou, sem conseguir esconder a tristeza em sua voz.
SN, com os olhos cheios de lágrimas, olhou para a mãe. A dor era visível em seu rosto. Ela sabia que essa era sua única chance de ser livre da crueldade de sua irmã e do descaso da mãe.
Com a voz trêmula, SN respondeu.
— Sim, mãe. Eu preciso disso... eu não aguento mais.
A mãe de SN, com os olhos marejados, olhou para os papéis e, finalmente, assentiu. Ela não queria admitir, mas sabia que estava fazendo o que era melhor para a filha.
— Eu... eu assino. — Ela disse com a voz baixa, assinando os documentos.
A transferência de guarda estava quase finalizada, e, com isso, a vida de SN começaria a mudar para sempre.
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Atualizado até capítulo 87
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