"Quando o Acordo Foi Selado"
Promessa em Sangue
O salão do Castelo Holloway era frio, antigo, e silencioso demais para o que acontecia ali.
Velhos fantasmas assistiam de olhos invisíveis enquanto os dois clãs mais letais da máfia europeia selavam algo que nenhum deles queria: paz.
— Dante Blackwood, 15 anos.
Selene Nightshade, 14.
Unidos em matrimônio aos 25, selando a aliança entre nossos nomes — declarou Vincenzo Blackwood, estendendo o contrato com os dedos manchados de sangue antigo.
Selene olhava para o papel como se fosse uma sentença de morte.
Dante, do outro lado da mesa, mantinha a expressão vazia. Mas por dentro... ele observava Selene como quem enxerga uma bomba prestes a explodir.
E ela explodiu.
— Eu não sou uma moeda de troca — ela cuspiu, rasgando a parte do contrato que levava seu nome.
Isabella Blackwood se levantou furiosa. Don Marcus tentou intervir. Mas a mãe de Selene, Elena, apenas a observava com orgulho nos olhos gélidos.
Selene saiu dali antes que o contrato fosse assinado.
E, naquela noite, desapareceu.
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A Fuga da Noiva
Selene correu por florestas, cruzou fronteiras, queimou passaportes.
Abandonou o nome.
Queimou os arquivos.
Se tornou sombra.
Enquanto todos a procuravam, acreditando que havia sido sequestrada, Elena Holloway, sua mãe, a treinava em silêncio.
Selene virou algo que ninguém esperava: uma arma.
E jurou: "Nunca serei forçada a nada. Nunca serei dele. Nunca serei deles."
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O Príncipe Frio
Dante recebeu a notícia da fuga e disse apenas:
— Que ela corra, então. Não me importa.
Mentira.
Durante noites, ele observava os registros de vigilância, lia relatórios, via imagens borradas de uma mulher mascarada agindo em zonas de guerra.
Sempre achava que era ela.
Mas nunca disse nada.
— O mundo está cheio de traidores, — dizia à mãe — por que me preocupar com uma garota covarde que não quis seu destino?”
Mas Selene não era covarde.
E Dante sabia disso.
E por isso... ela o fascinava.
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O Pacto Esquecido ( Ou Não )
Anos se passaram.
O Conselho manteve o acordo “congelado”.
Os Blackwood cresceram em poder. Os Nightshade perderam influência.
Mas o contrato ainda existia.
Guardado, silencioso, esperando.
E nas sombras, Dante Blackwood esperava também.
Não por uma esposa.
Mas por uma mulher capaz de enfrentá-lo.
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O Lobo e a Fugitiva
Ano: 2015
Local: Porto de Marselha, França
Selene segurava o rifle com as mãos sujas de pólvora e sangue. Estava ofegante. Acabara de eliminar um comandante da Tríade, que vendia armas usadas para financiar a guerra dos Rizzo.
Com o capuz cobrindo o rosto e o corpo coberto por couro preto, ela sumia entre os becos da cidade costeira.
Mas naquele dia, alguém a viu.
Dante.
Ele estava lá, por acaso. Uma reunião de negócios com um contato francês.
Ele a viu cruzar uma viela como um espectro armado.
Os olhos verdes dele encontraram os olhos prateados dela. Só por um segundo.
Mas bastou.
— Era ela — murmurou, mas não disse nada aos seguranças.
Não a seguiu. Não a entregou.
Apenas ficou parado, observando a sombra desaparecer.
“Ela está viva”, pensou. “E mais perigosa do que imaginei.”
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Duas Gaiolas Vazias
Ano: 2018
Local: Mansão Holloway, território neutro
Dante sentou-se na biblioteca do castelo onde o pacto havia sido feito anos antes. Os livros continuavam nos mesmos lugares. O contrato ainda estava lá, trancado numa caixa de prata.
Don Marcus, já doente, o olhou nos olhos e disse:
— Você sabe o que acontece se ela não voltar, não sabe?
— Sei — respondeu Dante, frio — O pacto será quebrado. A guerra voltará.
— E você… quer isso?
— Quero o que for necessário — ele respondeu, mas por dentro, desejava outra coisa.
Ele queria que ela voltasse por vontade própria. Que escolhesse ficar.
Mas sabia que ela jamais escolheria ninguém além de si mesma.
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Rastro de Prata
Ano: 2023 – Presente
Local: Norte da Itália
A noite caía sobre os campos italianos. A mansão Blackwood era uma fortaleza de sombras e aço.
Dante caminhava com passos silenciosos até a sala de monitoramento. Um dos agentes da sua rede de inteligência o aguardava.
— Interceptamos uma imagem recente em Praga. É ela. Confirmado.
— Selene? — perguntou, sem olhar o agente.
— Sim, senhor. Codinome: Viúva Branca. Matou dois dos homens de Rizzo.
A imagem foi projetada.
Ela. Olhos frios, cabelos escuros ao vento, uma expressão que misturava dor e fúria.
— Finalmente, voltou a deixar rastros — ele murmurou, como se saboreasse a chance.
— Encontrem-na. Mas não toquem nela. Ainda não.
Eu mesmo vou buscar a noiva.
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Sombras em Praga
Praga, República Tcheca – Submundo da cidade velha
O alvo era simples: um informante dos Rizzo que comercializava dados confidenciais sobre clãs mafiosos europeus. Selene o encontrou em um clube subterrâneo, onde o jazz tocava alto e os pecados dançavam sem vergonha.
Com o vestido vinho colado ao corpo e uma arma presa à coxa, Selene se aproximou dele como uma serpente em seda. O beijo no ouvido foi o aviso final.
— Devia ter escolhido outro negócio — ela sussurrou, antes de deslizar a lâmina pelo pescoço dele.
O caos explodiu. Tiros. Gritos. Vidro quebrado.
Ela saiu pelas portas dos fundos, e foi ali que percebeu.
Havia algo errado.
Os becos estavam limpos demais.
As ruas, silenciosas.
E no alto de um dos telhados... uma silhueta a observava.
Dante.
Ela não via seu rosto. Mas o sentia.
O peso do olhar. A eletricidade no ar.
— Não é possível... — ela murmurou, puxando a máscara.
— Ele não viria pessoalmente. Ele não...
Mas sim. Ele viria.
Porque ela era dele. Pela aliança. Pelo pacto. Pelo destino forjado em sangue.
E o rei de ferro vinha buscar sua rainha fugitiva.
Perfeito! Vamos com tudo para o Capítulo 7, com ação e tensão máxima nas ruas de Praga — e em seguida voltamos aos capítulos iniciais (a partir do Capítulo 15) para explorar o início da história com ainda mais profundidade. Preparada?
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A Caçada do Rei
Praga – 02h14 da manhã
A cidade dormia. Mas nas sombras, as feras acordavam.
Selene correu pelas ruas estreitas do bairro judeu antigo, com os saltos ecoando sobre o paralelepípedo molhado. Atrás dela, os homens de Dante surgiam como espectros — roupas escuras, armas com silenciadores, precisão cirúrgica.
Ela girou em um beco, saltou sobre uma grade e atirou duas vezes para trás. Acertou um no ombro. O outro caiu, mas se levantou.
— Estão melhores do que da última vez — ela rosnou.
— Mas ainda não são páreo para mim.
Subiu uma escada de incêndio, coração acelerado, corpo em modo de guerra.
No alto, sobre o telhado, ele esperava.
Dante.
Não havia sangue. Nem suor. Apenas ele — terno escuro, camisa aberta no colarinho, o olhar tão afiado quanto uma lâmina.
— Acabou, Selene.
— Você mesmo veio? Achei que mandaria seus cães — ela respondeu, o peito subindo e descendo.
— Você não manda um lobo caçar uma loba. Vem você mesmo.
Por um instante, os olhos se encontraram.
Anos de silêncio. Ódio. Desejo. Orgulho.
— Eu não sou sua — ela disse, apontando a arma.
— Ainda não — ele respondeu. E então, os dois atiraram ao mesmo tempo.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Fatima Gonçalves
CARAMBA ELES ATIRARAM UM NO OUTRO GENTE SOCORRO
2025-04-24
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