!GRITO!
*Ação*
~Sussurro~
Gemido~
(///) vergonha
°Voz de choro°
💭(pensamento)
...
Onze anos atrás...
O som das risadas ecoava pelo jardim da casa de Haru. O sol brilhava alto, e o cheiro de terra molhada misturava-se ao perfume das flores da avó dele.
Ren
Haru, você tá trapaceando de novo!
Ren gritou, correndo atrás dele com uma espada de madeira.
Haru
Não tô! Você que é lerdo!
Haru rebateu, rindo enquanto se escondia atrás da árvore gigante no meio do quintal.
Sora estava deitado na grama, observando os dois como quem assiste a um filme. Nas mãos, uma folha e um lápis rabiscado.
Sora
Vocês brigam m-mais do que brincam *fala com um pouco de dificuldade*
comentou, girando um capim entre os dedos.
Sora
U-um dia ainda vão se casar.
Haru
C-Casar?!
Haru gritou, saindo de trás da árvore.
Haru
Que nojo! Eu com o Ren?! Nunca!
Ren cruzou os braços e respondeu na defensiva:
Ren
Como se eu quisesse casar com você. Você é irritante desde que nasceu.
Sora riu alto, e depois voltou a desenhar. Mas no fundo, havia algo naquela imagem — os dois juntos, gritando, se provocando — que fazia seu coração bater estranho.
Ele não sabia por quê
Mas já sabia que aquele sentimento não era só amizade.
Ren
Ei, Sora!
*Ren chamou*
Ren
Para de desenhar e vem lutar com a gente.
Sora
Prefiro desenhar vocês se batendo. Vai ser mais engraçado.
Haru pegou um galho do chão e apontou pra ele.
Haru
Você é o traidor da turma! Vai pagar por isso!
E assim começou uma guerra de gravetos, risadas e tombos na grama.
A avó de Haru observava da varanda, sorrindo com doçura.
Avó (Haru)
Eles vão crescer e seguir caminhos diferentes... *murmurou baixinho*
Avó (Haru)
Mas hoje, eles têm o mundo inteiro aqui, um no outro.
Ela estava certa...
Porque anos depois, nada mais seria tão simples.
...
De volta ao presente...
Haru acordou sobressaltado, o peito apertado.
Tinha sonhado com aquele dia. Com as risadas. Com os olhares. Com o momento em que tudo ainda era leve.
Mas agora...
Agora havia peso em cada palavra. Em cada silêncio.
E do outro lado da parede, Ren também estava acordado. Olhando o teto. Pensando na mesma tarde.
No mesmo passado
E se perguntando... como tudo tinha dado tão errado.
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