Entramos no veículo e saímos da mansão. Meu filho estava ao meu lado ainda com a pose de mafioso.
— Você foi ótimo, até eu fiquei impressionada com sua postura, parabéns, meu filho.
— Aprendi direitinho? Mas vou confessar uma coisa: quando Don Antônio chegou perto de mim, quase me encolhi de medo, mas fiquei firme.
Henrique se mete em nossa conversa.
— Senhora, tem um veículo nos seguindo desde que saímos da mansão.
— Se não se aproximarem, não faça nada, deixem que nos sigam. Quando você for para o sítio, vai ter que sair disfarçado para que não te sigam.
— Como a senhora sabe para qual sítio levei Maria?
— Porque é para lá que você fugia de mim, toda vez que brigávamos, era seu lugar seguro. E quando você me disse que a havia levado para o sítio eu já sabia para qual era.
— A senhora sempre soube que era lá que eu me escondia?
— Sempre, mas deixei porque você estava bem seguro lá.
— O caseiro te falava?
— Não, eu tenho outro espião que você nunca desconfiou, e hoje ele está lá cuidando de Maria mesmo com seus homens do lado de fora.
— Claro! o jardineiro.
— Sim, o jardineiro, ele é de total confiança. Se você precisar de ajuda, é só falar “rosa azul” e ele sabe o que fazer.
— Então, às vezes que ele sentou para beber comigo, você quem mandou?
— Não, filho, eu só sabia que você estava com uma pessoa de confiança, eu dei total liberdade para ele se tornar mais fiel a você do que a mim. Fazia muito tempo que ele não me ligava, mas acho que deve ter reconhecido a menina e me ligou avisando.
— E o que a senhora falou para ele?
Para cuidar dela como se fosse a Serena que estivesse lá, mas que ela não deveria saber de nada, que você na hora certa vai contar.
— Obrigada, mãe, eu vou ficar te devendo essa.
— Vamos entrar em casa e arrumar um esquema para você poder sair. Sua noiva já ficou a noite toda sozinha naquela casa e aquele veículo não pode te seguir.
Entramos e contamos tudo o que se passou para Carlos e montamos um esquema para os homens seguirem Carlos. E assim Giovanni poder sair sem ser seguido.
Logo depois do almoço começamos nossa missão fuga, um dos rapazes, com o mesmo corpo de Giovanni, entrou na casa e colocou as roupas de meu filho e seus óculos. Para quem não conhece, ele vai dar para confundir. Giovanni colocou o uniforme dos funcionários da casa, um macacão bege e um boné.
— Ficou perfeito, meu filho, ande com a cabeça baixa e ninguém te reconhecerá.
— E meu veículo? Todos conhecem.
— Carlos já resolveu isso, assim que você sair da mansão à sua esquerda terá um veículo popular te esperando, estas são as chaves, por favor, meu filho, se cuide.
Dei um abraço em meu filho, que retribuiu e me deu um beijo na testa.
— Sempre, minha mãe.
Abriu aquele sorriso lindo e foi seguir seu destino. Claro que estarei por perto caso ele precise de ajuda, mas vou deixar que tome suas decisões e vamos ver o que dá.
Carlos saiu com nosso Giovanni falso e ficamos esperando para ver se os homens da Lara caíram.
Meu celular vibrou, olhei confirmando a mensagem.
“”Estão nos seguindo, plano funcionando””
— Vá, meu filho e fique esperto se perceber que tem alguém te seguindo, não chegue no sítio.
— Pode deixar que ficarei ligado e te darei notícias assim que possível.
— Não use seu celular, a Lara pode mandar rastrear. Se você precisar me falar alguma coisa, fale para o jardineiro, ele sabe como me contatar sem ser notado.
— Tá bom, mãe.
“Giovanni”
Peguei uma mochila com algumas roupas e a mala da Maria e fui em direção ao veículo, um Fiat Panda azul metálico, muito bonito.
Abri a porta e entrei. Ele, além de ser confortável, é espaçoso, coube bem minhas pernas compridas e posso passar a usá-lo no meu cotidiano.
Ri comigo mesmo porque minha mãe nunca deixaria porque não é blindado, em uma emboscada eu estaria morto.
Mas por agora sou um cara normal indo ver a dama que salvei das garras de um noivo velho, babão e com uma verruga no nariz. Quem será que me descreveu desse jeito para ela? Ainda vou descobrir.
Andei pelas ruas de Roma, por alguns minutos, para ter certeza de que não me seguiram, e quando tive certeza de que nosso plano deu certo, peguei a rodovia e fui para o sítio.
Cheguei, vi meus soldados à paisana, mas estão muito perto da porteira. Quando parei o veículo, um deles se mexeu para vir abrir para mim, fiz um gesto para que ficasse onde está. Maria pode estar observando e vai ver esse idiota abrindo a porteira para mim.
Desci, abri a porteira, entrei com o veículo e desci para fechar a bendita porteira, vi o jardineiro, cumprimentei e disse.
— Avisa aqueles idiotas que podem voltar para a sede, não quero nenhum deles rondando a casa.
— Sim, senhor.
— E não me chame de senhor na frente dela.
— Tudo bem, Giovanni.
Peguei as malas e entrei na casa, tem um cheiro ótimo vindo da cozinha, o que será que ela está cozinhando? Deixei as malas na sala e fui em direção à cozinha. Maria estava com um avental e rebolando ao som de uma música eletrônica, resolvi falar porque meu anjo de olhos verdes não percebeu a minha presença.
— Seja lá o que for que você está fazendo, o cheiro é maravilhoso.
Maria deu um pulo e um grito e levou a mão ao peito.
— Minha nossa, Giovanni, como um homem tão grande como você pode ser tão silencioso?
— Não sou eu que sou grande, é você que é muito baixinha.
Maria se esticou toda e disse:
— Eu não sou tão baixinha assim, tenho 1,60. Vocês homens que crescem demais.
Resolvi insultá-la mais um pouco, porque adorei ver suas bochechas corando.
— Gosto das baixinhas, assim consigo pegar no colo com facilidade.
Mas vi que ela ficou pensando e não conseguiu me entender, como vou conseguir lidar com essa ingenuidade toda?
— E por que você pega as mulheres baixinhas no colo? Não entendi.
Resolvi mudar de assunto.
— Deixa isso para lá, eu trouxe uma mala para você, mas não sei se consegui pegar tudo o que você vai precisar.
Quando Maria viu a mala, ficou parada olhando.
— Essa é minha mala, você entrou em meu quarto?
— Você não pediu as roupas? Eu tinha que te trazer.
— Como você passou pelos guardas? Você sabe quem eu sou?
— Tive ajuda de uma das meninas que trabalham na cozinha.
— Não acredito que uma delas conseguiu trair minha mãe, quem foi?
Falei sem pensar.
— Você não sabe como sei ser bom para convencer as pessoas a me ajudarem, principalmente as mulheres.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Irene Saez Lage
I agora vai ficar tirando onda da cara dela /CoolGuy//Facepalm//Grin//Grin/
2025-04-15
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