capítulo 5 -

Dara e o amigo foram até a delegacia e de lá foram encaminhados ao Instituto Médico Legal para o reconhecimento do tal corpo.

— Não sei se terei coragem de entrar nesse lugar! — disse trêmula é foi acolhida pelo abraço quente do amigo.

— Vou entrar com você e se precisar não te deixo só até que fique bem! — disse no ouvido dela. — Vamos? Estão nos chamando!

— Então eu preciso ser forte né? — disse a caminhar com o braço dele em volta do ombro dela.

— Moça coloque a máscara e entre! — receberam as máscaras e adentraram num local com uma iluminação má, um lugar frio, arrepiante.

E Dara arrepiou, da cabeça aos pés precisando ser amparada com maior firmeza pelo amigo.

— Posso mostrar o corpo? A senhora está preparada? Está um pouco prejudicado pelo tempo que demorou para ser encontrado as margens de uma estrada. — Disse o policial.

— Pode mostrar! Vou resistir! — Afirmou a engolir o choro. - Fechou os olhos, e quando abriu novamente estava diante de um cadáver feminino de longos cabelos negros, a pele roxa e edemaciada, um rosto bonito, porém que não lembrava a sua mãe.

— César, doutor, não é a minha mãe! Não é ! Gritou emocionada!

— Então ainda há esperança da sua mãe reaparecer! — disse o amigo. — Venha, vamos sair desse lugar lúgubre!

- César, fica comigo hoje até eu me acalmar? Não vou conseguir dormir depois das emoções dessa tarde!

— Verdade, foi bastante traumático! O melhor da história é saber que a sua mãe continua viva!

— Bom, preciso acreditar nisso!

Nessa noite ela e o amigo pediram um delivery e após lanchar continuaram a conversar sobre o trabalho na empresa e os projetos de cada um.

— Dara, onde está o seu namorado? — Indagou a certa altura. — Você está fragilizada e vai precisar dele!

— Ele… stá viajando! Deve voltar amanhã! — Mentiu sem graça. Sentiu vergonha de confessar que ele não atendeu as suas chamadas por estar aborrecido com a sua recusa em dormir com ele.

— Tudo bem! Daqui a pouco temos de ir trabalhar! Como está se sentindo depois dessa noite estranha? E dessa manhã cheia de emoções?

— Agora estou bem! Graças à você o meu amigo querido! — disse a tascar um beijo na bochecha.

— Amigo? É o que me resta, ser amigo da mulher que amo! — respondeu a sorrir. E levou dois tapas no ombro.

Quando chegaram ao trabalho juntos os colegas perceberam e notaram também a aliança no anelar dela.

- César, você conseguiu conquistar essa mulher? Quer dizer que estão noivos?

— Quem me deram ela aceitasse o meu amor! — suspirou ele.

— Então explica logo esse anel lindo brilhando no seu dedo! — exigiram as amigas.

— Então, o meu namorado secreto pediu-me em casamento! — Ela disse alegre rodopiando na sala de criação!

— Posso saber o motivo dessa algazarra aqui? — Era o diretor, O Doutor Alexandre, muito sério.

— Doutor Alexandre, estamos festejando o noivado da nossa amiga! — disse a Tina.

— Ah! Parabéns, Dara! Agora vamos trabalhar que temos metas e datas a cumprir. — disse friamente deu as costas e foi para sua sala.

Dara pensou em segui—lo, mas deu-se conta de que não seria uma boa conversa, esperaria até a noite para conversar.

Na hora do almoço ela saiu para almoçar com o César, e uma amiga. Conseguiram conversar sobre a Odisséia deles, no dia anterior e o porquê de chegar junto na empresa. E foi durante a sobremesa que avistaram o Alexandre com uma mulher chegando ao restaurante.

— Será que o entojado arrumou uma namorada? — Indagou a amiga. — Tomara! Assim talvez melhore o seu humor! — Concluiu com um sorriso aberto.

— Talvez seja uma empresária para fechar algum negócio e o nosso poderoso esteja ciceroneando! — disse César.

— Concordo com o César. Eles parecem amigos, não namorados ou amantes!

Pouco depois retornaram a empresa e Dara ficou com aquela sensação de estar sendo traída pelo noivo. A noite ele simplesmente desapareceu sem deixar rastros, ignorou as suas tentativas de contato, e a deixou triste.

 Na manhã seguinte ela despertou com o celular vibrando a seu lado na cama.

— Bom dia! O senhor deseja falar com quem?

— A princípio com uma linda mulher que me encantou a primeira vista! — Era o Alexandre.

— Mentiroso! achava-me muito menina e só recentemente me viu como mulher adulta! — Riu das próprias palavras. - o meu noivo secreto, anda tão secreto que até para mim, fica difícil encontrar!

- Sabe que o motivo é você? Quando me aborrecer o castigo será sempre assim, até passar a minha raiva.

- Então, o sumiço foi uma espécie de castigo? Em momento algum preocupou-se em saber o motivo das minhas ligações?

— E deveria? Para que atender e ficar ouvindo promessas que não se cumpre?

— Promessas? Quais promessas? Não lembro de nenhuma!

— Melhor ainda, nenhum motivo mesmo para te atender! Até porque estava ocupado a fazer algo importante com a minha amiga do Rio de Janeiro!

— Enquanto isso, eu estava aqui, preocupada e nervosa com um monte de coisas que estão a acontecer sem poder contar com a presença do meu noivo!

— Não teve nenhuma dificuldade, contou com a presença do seu namoradinho !

— Verdade! Graças ao céu pude contar com o César para me amparar no pior momento.

— Então gata, dorme comigo, e prometo atender as suas chamadas no primeiro toque! A outra opção é terminar esse noivado e você ficar com o seu namoradinho patético. — disse seco.

— Sempre tive dúvidas sobre me entregar para o homem que amo, e as suas atitudes para comigo, fortalecem ainda mais os conselhos da minha mãe! Dormir com você? Nunca sem casar!

— Entendi, está colocando preço para ser minha? Se for assim, eu pago!

— Você nunca vai entender! Não é uma questão de preço, mas de amor-próprio. Se tivesse cedido será que hoje você ainda estaria aqui me propondo casamento? Talvez já tivesse perdido o interesse, ou não, mas prefiro não arriscar! O meu sonho é casar virgem, quero um parceiro que me ame, que seja único na minha vida sexual, a menos que ...

- E quem garante que não virão outros depois?- ele cortou seco.

Talvez aconteça, mas para isso eu teria que estar muito decepcionada! O fato de não querer sexo antes do casamento é só uma questão de cuidado com meu corpo. Eu também fico tentada a ceder, mas, mantenho o controle!

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