O quarto de hotel parecia pequeno demais pra tanto sentimento. O silêncio entre eles era mais barulhento que qualquer grito. A presença da SN, viva, ali na frente deles, era surreal demais pra aceitar de uma vez só.
Mas foi quando Min Yoon-gi (Suga) deu um passo à frente que tudo virou emoção pura.
Ele olhou pra SN… e desabou.
Sem dizer nada, Yoongi abraçou a irmã com força. Como se ela fosse sumir de novo se ele soltasse. Como se os anos de dor, raiva e culpa estivessem explodindo num único momento.
As lágrimas escorreram — e ver Yoongi, o mais frio e fechado, chorar, fez o chão tremer emocionalmente ali dentro.
— “Você… você tava viva esse tempo todo…” — ele sussurrou, com a voz trêmula. — “A gente... a gente te procurou tanto, SN. Eu pensei que era minha culpa. Que a gente tinha te perdido por minha causa.”
SN se agarrou nele, chorando junto. O abraço parecia de irmão, de pai, de amigo, tudo junto. O tipo de abraço que reconstrói um coração.
Jungkook se aproximou por trás e colocou a mão no ombro de Yoongi, também chorando, mais calado agora.
Jimin se encostou na parede e fechou os olhos, deixando as lágrimas caírem.
Hoseok passou a mão no rosto, limpando a emoção, mas não conseguia esconder.
Tae olhava a cena com os olhos brilhando, emocionado, mas com um pequeno sorriso nos lábios.
Jin se aproximou devagar, abraçando SN por trás de Yoongi, como um escudo de amor.
Namjoon, o líder, o irmão mais velho, esperou todos abraçarem… e então, com a voz pesada de emoção, disse:
— “Somos sete por sua causa. E agora, somos oito de novo.”
Eles se reuniram num abraço coletivo, irmãos que sobreviveram ao inferno, e que agora tinham uma chance de reconstruir o que a guerra destruiu.
Mas aquela paz... duraria pouco.
Porque ali mesmo, no quarto, o celular de Namjoon vibrou.
Uma mensagem apareceu na tela:
“Ela está viva. Eles já sabem.”
A guerra estava prestes a recomeçar.
A emoção ainda pairava no ar. Todos estavam sentados no quarto do hotel, em volta da SN, que respirava fundo, tentando encontrar coragem pra abrir o coração depois de tantos anos de silêncio.
Kim Nam-joon (RM), sentado em uma das poltronas, olhou nos olhos dela com firmeza, mas com carinho.
— “SN... a gente precisa saber. Onde você esteve esse tempo todo? O que aconteceu com você?” — ele perguntou com a voz calma, porém carregada de dor.
Os outros irmãos estavam atentos, o silêncio era sagrado. Ninguém ousava interromper.
SN respirou fundo. Seus dedos brincavam com o pingente no pescoço — o diamante que carregava desde o dia do massacre.
— “Naquela noite… eu não lembro de muita coisa. Só flashes. Gritos. Tiros. O sangue da omma no meu rosto…” — ela parou, com a voz embargada. — “Eu caí. Fingi que estava morta, como meus irmãos. Mas alguém me viu.”
Yoongi apertou os olhos. Ele lembrava de ter segurado ela naquela noite, antes de se jogar no chão. A dor era insuportável.
SN continuou:
— “Um homem encontrou meu corpo. Era um dos soldados contratados pra limpar a cena depois que... depois que mataram nosso pai, o líder da família. O plano deles era encontrar o diamante. Eles abriram os cofres, reviraram os corpos... até que ele me viu respirando. Eu tava coberta de sangue, mas ainda viva.”
— “Foi o homem que te criou?” — perguntou Jin, sério.
— “Sim. Ele viu o colar e achou bonito. Mas quando percebeu que eu ainda tava viva… ele me pegou nos braços e decidiu me tirar dali. Me levou pra Rússia. Escondeu meu paradeiro até dos próprios aliados. E pediu pro irmão e a esposa criarem como filha deles.”
Ela parou por um momento, lágrimas escorrendo.
— “Eles me deram uma casa, uma nova identidade. Mas... eu sempre soube que algo estava errado. Eu não me encaixava. Recebia cartas e brinquedos todo ano, mas nunca um rosto, nunca uma assinatura. Só mais tarde descobri que era ele… o mesmo homem que me salvou. Ele pagava tudo. Protegia de longe.”
Hoseok coçou os olhos, tentando segurar o choro. Tae abaixou a cabeça.
— “Você lembra de nós?” — perguntou Jimin, quase num sussurro.
SN olhou pra ele com os olhos marejados.
— “Não de todos... mas eu sonhava com vocês. Tinha pesadelos com armas, com gritos, mas também sonhava com mãos segurando as minhas, me protegendo. Eu não sabia quem eram, mas sentia amor. Um amor que nem a Rússia conseguiu apagar.”
Jungkook se virou pro lado, engolindo o choro. Ele odiava parecer fraco, mas ali... ele era só um irmão ferido.
Namjoon assentiu, passando a mão no rosto, tentando entender tudo.
— “Então, aquele homem... ele sabe de tudo?”
— “Sim. Ele me contou há poucos dias. Sobre o diamante. Sobre vocês. Sobre quem eu realmente sou.”
Ela encarou todos eles com os olhos firmes.
— “E agora que sei... eu não vou mais me esconder.”
O quarto ficou em silêncio. Só o som da cidade entrava pelas janelas.
Até que o celular de Yoongi vibrou.
Ele atendeu, ouviu em silêncio... e olhou pro grupo.
— “O detetive quer ver a gente. Diz que é urgente.”
Namjoon levantou, encarando os irmãos.
— “Vamos. A história só começou.”
O quarto do hotel parecia congelado por alguns segundos. Depois do relato de SN, todos ainda estavam digerindo cada palavra, cada lembrança dolorosa que ela carregava sozinha por tantos anos. Mas o toque do celular de Min Yoon-gi (Suga) trouxe todos de volta à realidade.
Ele atendeu e sua expressão mudou rapidamente.
— “Hyung… era o detetive.” — Yoongi se levantou, olhando pra Namjoon. — “Ele quer nos ver. Agora. Tem informações sobre o passado da SN... e sobre a máfia que está de olho nela.”
Namjoon (RM) assentiu com seriedade, se virando para os irmãos.
— “Pegam as armas. A gente vai em grupo. Sem brecha, sem confiar em ninguém. Essa história tá longe de acabar.”
SN olhou pra todos.
— “Eu vou junto.”
Jin se virou pra ela, um pouco preocupado.
— “SN, não é seguro.”
— “Eu passei 15 anos da minha vida fugindo. Agora que vocês me encontraram… não vou mais ser deixada pra trás. Eu tenho o direito de saber tudo também.”
Jungkook deu um meio sorriso.
— “Ela é uma Kim mesmo...”
Eles desceram juntos, saindo do hotel em carros separados, com a equipe de segurança cercando tudo. O detetive, um homem de meia idade chamado Seo Jun, esperava no escritório particular, em um prédio discreto no centro de Seul.
Assim que eles entraram, ele se levantou com respeito. Os olhos dele se fixaram em SN, e ele pareceu aliviado ao vê-la viva.
— “Eu esperei muito por esse momento...” — disse ele, puxando uma gaveta. — “Sabia que, uma hora ou outra, os rastros dela apareceriam de novo.”
Ele jogou sobre a mesa duas fotos: uma de SN ainda bebê, suja de sangue, com o colar visível… e outra, atual, tirada do passaporte russo falso que ela usou pra entrar no país.
— “Ela tem 16 anos agora. Sobreviveu ao que poucos conseguiriam. E esse colar…” — ele apontou — “é a chave. O diamante da família dela guarda os códigos da conta principal da organização, escondida há décadas.”
Hoseok se adiantou.
— “Quem mais sabe disso?”
O detetive respirou fundo.
— “Pessoas que vocês não gostariam de reencontrar. Uma antiga aliada da família Kim… se aliou ao inimigo. Ela quer o diamante. E quer a SN.”
Jimin ficou em silêncio, encarando a foto.
— “Eles vão vir atrás dela…”
Namjoon se aproximou de SN, ficando ao lado dela.
— “Então vamos nos preparar. Porque ninguém — ninguém — vai tirar você de nós de novo.”
SN olhou para os irmãos. Pela primeira vez, ela se sentiu inteira. Mas também sabia:
A guerra só estava começando.
O silêncio no escritório do detetive foi quebrado pela voz suave, porém firme, de SN. Seus olhos estavam marejados, mas ela mantinha a cabeça erguida. Olhou para todos os seus irmãos, que agora estavam ali, diante dela, após tantos anos separados.
— “O nome dele… é Mikhail Orlov.” — ela disse, com carinho e respeito. — “Ele me criou como se fosse filha dele. Ele me protegeu, me alimentou, me deu abrigo. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui agora.”
Os irmãos ouviram em silêncio.
— “Ele me levou pra Rússia quando eu tinha só um ano. Disse que me encontrou coberta de sangue, deitada entre os corpos da nossa família… e que, quando viu que eu ainda respirava, soube que precisava me salvar.”
As lágrimas caíram, silenciosas.
— “Ele me deu uma nova vida. Mas nunca me escondeu a verdade. Sempre me escreveu cartas com pistas sobre quem eu era. Ele sabia que um dia... eu ia querer saber tudo.”
Ela parou, olhou bem nos olhos de Namjoon.
— “Hyung… eu quero que vocês prometam. Prometam que vão proteger ele. Que não vão deixar ninguém machucar o homem que me salvou.”
Namjoon (RM) deu um passo à frente, o olhar sério, porém cheio de ternura. Ele se abaixou um pouco pra ficar na altura dela e segurou sua mão.
— “SN... quando você saiu daqui, você ainda era só um bebê. Tinha um aninho de idade. A gente chorou por você todos os dias desde então. Procuramos, rezamos... e quando todos achavam que você tava morta, a gente não desistiu.”
Ele apertou a mão dela.
— “Se esse homem salvou você... então ele salvou a única luz que restou da nossa família. Eu juro, como o mais velho, que ninguém vai encostar um dedo nele.”
Jin assentiu com os olhos cheios de emoção.
Yoongi, calado, mas com lágrimas escorrendo, apenas murmurou:
— “É uma promessa de sangue.”
J-Hope colocou a mão no ombro de SN.
— “A gente vai proteger ele como se fosse da nossa família também.”
Jimin, Taehyung e Jungkook disseram juntos:
— “É uma promessa.”
SN respirou fundo, sentindo o peso das memórias e o calor da união que voltava a se formar. Ela não estava mais sozinha.
Ela era SN Kim. E tinha uma família de volta.
Mas o inimigo também estava se movendo.
E os próximos passos seriam de guerra.
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Atualizado até capítulo 34
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