Josh
Eu já estava ali ao lado dele á algum tempo, para ele podia ser á pouco, mas já se tinham passado dois meses desde o acidente. Eu nunca tinha ouvido falar deles, o meu pai tinha muitos amigos, mas aquele era um dos que eu não conhecia, além disso eu tinha estado fora algum tempo, a vida continuava e eu não podia conhecer todas as pessoas que o meu pai tinha como amigos.
No dia em que ele me tinha dito que o filho do amigo dele ia assumir a empresa onde ele trabalhava e que me iam contratar fiquei um pouco chateado. Eu gostava de conseguir as coisas pelo meu esforço, mas no jantar em que fui conhecer o meu novo patrão optei por deixar tudo como estava. James era apenas o homem mais lindo que eu alguma vez tinha visto na minha vida: moreno, de cabelo preto não muito comprido, olhos castanhos escuros, ele era de um porte atlético quase, faltou-me o ar mal o vi, mas disfarcei. Eu era bom em passar despercebido e isso muitas vezes era uma qualidade que as pessoas não percebiam que eu tinha.
O pai dele e o meu eram bons amigos pelo que eu tinha percebido durante todo o jantar, tratavam-se como irmãos quase, e isso deixava-me feliz, o meu pai andava sempre a saltar de uma cirurgia para outra e não tinha tempo para nada, quanto mais para falar com amigos.
- Podes começar na semana que vem?- James perguntou-me quando chegámos a casa dos pais dele. Percebi que ele não gostava de estar com rodeios.
- Posso ir lá amanhã á empresa e falamos melhor.- respondi, sorri para ele e comecei a sentir-me um perfeito idiota, aquele homem mexia comigo.
- Combinado, passa-me o teu contacto que já te mando a morada.- ele disse quando tirou o telemóvel dele do bolso e olhou nos meus olhos.
- Okay...- respondi sem saber ao certo o que lhe dizer mais. Fui salvo pelos nossos pais que disseram que iam a loja mais perto buscar vinho, ia ser uma noite longa de celebração pela vistos.
Horas passaram e nem um sinal deles, as nossas mães andavam de um lado para o outro preocupadas sem conseguirem falar com nenhum deles, algo se passava.
Quando o meu telemóvel tocou e ouvi do outro lado que falava do hospital senti o meu coração quase parar: eles tinham tido um acidente, tinha havido um embate numa árvore de grande porte e o motorista tinha tido morte imediata, o pendura tinha sido projetado para fora do carro, mas por milagre ia ficar bem. Eles tinham ido no carro de quem?! Perguntei em desespero a James que não estava ainda a perceber o que se estava a passar.
- No do meu pai. Porquê???- ele perguntou quando me fui abaixo dos joelhos e fiquei ali no chão durante algum tempo a chorar.
Funeral, dor, mágoa, sei lá o que era mais, mas no momento em que eu pensava que podia arranjar trabalho em outro lado ele veio á minha procura. Ele ia honrar o compromisso que tinha assumido comigo naquele fatídico dia.
As nossas mães seguiram com a vida delas. A minha pediu o divórcio passado um mês depois do funeral, ela alegou que psicologicamente estava afetada e que não queria olhar para a cara do meu pai e reviver o dia do acidente, o meu pai por sua vez tinha decidido dedicar-se ainda mais ao trabalho.
Todos seguiram em frente, menos eu, havia ali algo que não me deixava seguir em frente e durante algum tempo pensei que era por causa do James, por causa da atração que eu inevitavelmente sentia por ele, mas não era só isso.
Algo me estava a escapar.
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