Enzo

Por que essa mulher me deixa tão excitado? Eu a odeio, não dá para mudar isso. Mas o jeito que se veste, seu perfume, seu olhar, aqueles lábios... Se controle, Enzo, tudo o que ela faz é de propósito.

— Enzo? — Leon chama por mim — Você não está me ouvindo.

— Estou sim, hotéis novos, despesas altas... Continue. — mudo de posição e olho para ele.

— Não é bem assim, eu disse que inaugurar dois hotéis no mesmo mês em bairros diferentes vai trazer um enorme custo para a contabilidade. Convença seus pais de mudarem a data de um deles, não precisa inaugurar dois com datas tão próximas.

Ele me entrega o relatório financeiro e eu folheio o documento sem prestar atenção no que está ali.

— Leon... — jogo a pasta na mesa — Você conhece minha mãe, se ela quer inaugurar dois hotéis no mesmo dia é o que ela vai fazer.

— Quando eles vão passar o comando de tudo para você? Já está casado e tem herdeiros, o que mais eles querem de você?

— Que eu aceite a golpista na minha cama e no meu coração! Dito isto, acho que não vou ficar no comando da empresa nem agora, nem nunca.

— Por que está sendo tão orgulhoso? Sua mulher é linda, o sonho de qualquer homem.

— Você acha minha mulher linda, Leon? — me levanto e soco a mesa — Não deveria cometer deslizes tolos na minha presença.

— Não falei por mal... Enzo, um dia você pode perdê-la e talvez se arrependa de não ter feito seu casamento dar certo.

— Sério? — pergunto dando risadas — Ela não pode me deixar, Leon. Nosso casamento tem regras rígidas, essa mulher está ligada a mim até seu último suspiro. Ela não tem direito de liberdade.

Me afasto dele e olho pela janela. O que será que essa mulher está fazendo? Será que está com algum homem rindo e debochando de mim por estar casado com ela?

— Nós já terminamos? Eu preciso resolver umas coisas fora do escritório.

— Enzo, você chegou tem uma hora. Temos uma pilha de documentos que precisam ser revisados e assinados por você, não pode ir embora.

Droga, preciso saber onde ela está e o que está fazendo. Tento esquecer Irina e focar no trabalho. Quando chega o horário do almoço eu ligo para a mansão e descubro que ela saiu pela manhã e ainda não voltou.

— Depois do almoço vou ter que ir embora, já fiz o que tinha para fazer e não precisa mais de mim.

— Na verdade, você precisa visitar os dois hotéis que foram inaugurados mês passado.

Tive tanto trabalho pelo resto do dia que cheguei na mansão depois de meia noite. Tomei um banho e derrubei uma garrafa de conhaque. Abro uma segunda garrafa e encho meu copo.

— Não vá até o quarto dela. — falo para mim enquanto ando de um lado para o outro.

Quando dei por mim estava de pé em frente a cama dela. Essa noite ela está usando um conjunto de seda e renda na cor lilás, seu péssimo hábito de não se cobrir me deixa irritado.

Irina tem um corpo muito atraente, qualquer coisa que ela use a deixa sexy, faz meu corpo aquecer ao ponto de me sentir febril. Desejar algo que não se pode ter é um inferno.

Viro minha bebida e deixo o copo em um móvel, vou até Irina e me sento na cama. Minha mão teimosa vai para sua coxa, sua pele macia me convida para tocá-la com meus lábios, eu me seguro.

Levanto e me afasto, antes de fechar a porta atrás de mim olho para ela novamente. Minhas mãos tremem apenas com o desejo de rasgar o que ela está vestindo.

Voltando para o meu quarto bebo até perder a consciência. Me levanto pela manhã com a consciência pesada e minha cabeça também, será que foi a bebida ou meu ato furtivo de todas as noites?

— Senhor? — alguém bate na porta do meu quarto — Tem uma visita à sua espera lá embaixo.

— Diga que estou com mal estar, para voltar outro dia.

Me jogo na cama depois de um banho. Não quero receber ninguém hoje, será que Irina está lá embaixo? Vou tomar café da manhã. Me sento para tomar café da manhã e não a vejo pela mansão.

— Onde está Irina? — pergunto para uma funcionária.

— Ela saiu cedo, senhor!

Saiu? Mais uma vez? Passo o dia na mansão e nem sinal dela. A bebida tem sido minha melhor companhia, não vi a hora, mas era tarde quando aquela mulher chegou e foi para o seu quarto.

Termino minha bebida, e tropeçando consigo chegar no quarto dela. Parece que está no banho, me jogo na cama dela e espero sair... O perfume dela está nos lençóis.

— Enzo? — ela sai do banheiro enrolada numa toalha — Por que está no meu quarto? Você não é bem vindo aqui.

— Tomou banho por que? Quer limpar os vestígios de outro para que eu não descubra que você estava me traindo?

— Isso... Chega! Não quero você no meu quarto, saia agora.

Ela segura meu braço e tenta me tirar de sua cama, mas eu puxo sua toalha deixando seu corpo exposto. Ela é tão... Linda. Consigo fazê-la deitar na cama, mas ela luta para se soltar de mim.

— Você está bêbado, agora entendi porque está aqui. Se não me soltar vou te machucar.

— Mais? Você já me machucou, Irina. Fala o nome do otário com quem você estava, vou matá-lo pessoalmente.

— Esse casamento está deixando você completamente louco, acho que não podemos mais ficar no mesmo ambiente.

— Não vai se livrar de mim, vamos para o inferno juntos.

Olho para os tentadores lábios dela quando dei por mim minha língua já explorava sua boca. Minha mão livre estava massageando o seio dela, tão macio.

Mas esse momento de prazer foi interrompido por uma joelhada no meu saco. Acabo caindo para fora da cama enquanto Irina corre para o closet e se tranca lá. Acabo gritando algumas coisas para ela e saio do quarto mancando de tanta dor, isso não vai ficar assim.

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