Capítulo 5 – A Dívida de Sangue

Namjoon soltou uma risada baixa, cheia de deboche, enquanto olhava para SN como se estivesse se divertindo com o desespero dela.

— Você quer pagar a dívida do seu pai? — Ele cruzou os braços, inclinando a cabeça levemente para o lado. — Muito bem, SN. O valor que ele me deve é de 15 milhões de dólares.

O choque atingiu SN como um soco no estômago.

— Q-quê?! — Sua voz saiu fraca, quase inaudível.

Namjoon sorriu, satisfeito com a reação dela.

— Pelo seu silêncio, acho que já entendeu a resposta. Você nunca vai conseguir pagar.

SN sentiu um nó apertar sua garganta. Como seu pai tinha acumulado uma dívida tão absurda? Isso não fazia sentido!

— Agora… — Namjoon fez um leve aceno com a mão, e imediatamente, Jungkook e Jimin se aproximaram. — Levem ela de volta para o quarto. E desta vez… trancem tudo. Portas, janelas. Não quero que ela tenha nenhuma ideia estúpida.

— Sim, senhor. — Jimin respondeu, pegando SN pelo braço.

— Não me toquem! — Ela tentou resistir, se debatendo, mas Jungkook segurou seu outro braço com firmeza.

— Não dificulte as coisas, SN — ele disse em um tom calmo, mas sério.

Ela foi arrastada de volta ao quarto, suas lágrimas caindo sem controle. Quando chegaram, os seguranças a empurraram para dentro sem delicadeza e fecharam a porta com um clique alto.

SN correu até a maçaneta e a girou com força. Trancada.

Correu até a janela, mas as trancas de ferro já estavam fechadas.

Ela estava completamente presa.

SN caiu de joelhos no chão, o desespero tomando conta de cada parte de seu ser.

Namjoon realmente achava que ela era uma propriedade, um objeto sem valor.

Mas ela não ia aceitar isso.

De alguma forma… ela encontraria uma saída.

SN socava a porta com toda a força que tinha, as lágrimas quentes escorrendo pelo seu rosto.

— ME TIREM DAQUI! — ela gritava, sua voz embargada pelo choro. — SEUS MONSTROS!

Mas ninguém respondia.

Ela chutou a porta com raiva, seu peito subindo e descendo rapidamente devido à respiração acelerada. Seu corpo tremia, não apenas de medo, mas de puro ódio. Ela não pertencia àquele lugar!

A noite chegou, e SN estava sentada na cama, abraçando os joelhos. Ela não conseguia dormir. O silêncio da mansão era sufocante, e o frio fazia seu corpo arrepiar.

Foi quando a porta se abriu de repente.

Namjoon entrou no quarto, acompanhado por dois seguranças. Um deles carregava uma bandeja com comida.

— Hora do jantar — Namjoon disse, sua voz carregada de autoridade.

SN olhou para ele com desprezo.

— Eu não quero nada vindo de você.

O segurança colocou a bandeja na mesa ao lado da cama e recuou. Namjoon permaneceu parado, observando-a.

— Coma.

SN cruzou os braços e desviou o olhar.

— Não.

Namjoon suspirou, como se estivesse lidando com uma criança teimosa.

— Você vai comer isso, garota. Ou vai ficar sem jantar.

Os olhos de SN se encheram de raiva. Ela pegou a bandeja e, num movimento brusco, jogou a comida no chão.

— EU DISSE QUE NÃO QUERO!

O silêncio que se seguiu foi perigoso.

Namjoon a encarou, seus olhos escurecendo. Ele não parecia irritado. Não parecia surpreso.

Ele parecia… entediado.

Foi então que SN, tomada por um impulso de fúria, arrancou o sapato do pé e lançou com força contra ele.

O impacto foi direto no olho de Namjoon.

Jungkook e Jimin arregalaram os olhos. Nenhum deles ousava sequer encarar Namjoon de forma errada, e ali estava SN, jogando um sapato na cara dele.

Namjoon permaneceu imóvel por alguns segundos. Então, ergueu a mão e massageou o local atingido.

O silêncio era ensurdecedor.

Até que ele sorriu.

Um sorriso perigoso.

— Você tem coragem, eu admito. — Sua voz saiu baixa, mas carregada de um tom sombrio.

Antes que SN pudesse reagir, Namjoon segurou seu pulso com força.

— Já que gosta tanto de ser difícil… — Ele fez um sinal com a cabeça, e os seguranças a puxaram para fora do quarto.

— ME SOLTEM! — SN se debatia, chutando e gritando, mas era inútil.

Namjoon caminhava à frente, guiando o grupo até uma escada estreita no final do corredor. Eles subiram até o último andar da mansão, onde havia uma porta velha de madeira.

Ele a abriu e jogou SN para dentro sem cerimônia.

O chão de madeira rangia sob seus pés. O sótão era escuro, frio e empoeirado. Havia apenas uma cama velha de ferro, uma mesa com uma televisão antiga, uma pia e um vaso sanitário.

SN se virou, ofegante, vendo Namjoon parado na porta.

— Já que não sabe se comportar como uma dama, vai dormir como uma prisioneira.

— SEU DESGRAÇADO! — ela gritou, correndo em sua direção, mas ele bateu a porta na sua cara.

O som do trinco sendo trancado do lado de fora ecoou pelo cômodo.

SN socou a porta com raiva.

— ME TIRA DAQUI, SEU MALDITO!

Do outro lado, Namjoon apenas sorriu antes de se afastar.

SN encostou a testa na madeira, sentindo a frustração e o ódio queimarem dentro dela.

Ela não ia ceder.

Não importava o que ele fizesse.

Ela ainda encontraria um jeito de escapar.

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