Destino de Sangue (Primeira História) O Silêncio

Em um dia ensolarado, enquanto as sombras dançavam sob as árvores, a criança decidiu explorar o mundo além das paredes do castelo. Com o coração pulsando de curiosidade, saiu sem que ninguém notasse. As horas se passaram, e ele correu pela floresta, maravilhado com a beleza ao seu redor. No entanto, a alegria logo se transformou em dor quando ele descobriu tudo.

Ela, sentindo a ausência do filho, procurou-o freneticamente. O coração batia acelerado, e a angústia crescia enquanto chamava seu nome em vão. Finalmente, ao avistar a criança, seu coração se encheu de alívio, mas logo se apertou ao notar o joelho ferido. Sem hesitar, aproximou-se, envolvendo-o em seus braços e utilizando sua magia para curar a ferida. Com todo amor e carinho que possuía, ela acariciou o rosto dele, certificando-se de que se sentisse seguro.

Rainha Yel'Sharin

Está tudo bem, meu amor

Ela sussurrou, enquanto o pequeno sorria timidamente, as lágrimas desaparecendo. Ela sempre esteve ali, pronta para confortá-lo, desde os primeiros passos até as noites de pesadelos. Cada risada compartilhada e cada abraço aquecido eram momentos preciosos, e ela se dedicava a cuidar dele com uma devoção inabalável.

Com o passar do tempo, no entanto, algo começou a mudar. Uma aura estranha parecia crescer ao redor dele, como uma sombra que se estendia silenciosamente. Ele frequentemente se afastava, mergulhando em pensamentos que a mãe não conseguia compreender. Quando tentava falar com ele, a resposta era um olhar distante ou um "está tudo bem" que não parecia sincero.

Rainha Yel'Sharin

Por que ele não me conta o que sente?

Ela se perguntava, seu coração apertado pela preocupação. Ele se afastava, cada vez mais, e a conexão que antes era tão forte parecia se desvanecer.

Enquanto isso, pensamentos tumultuados tomavam conta da mente dele.

Zarveth

(O que há de errado com o mundo?)

Zarveth

(Por que eles são tão cruéis)

Zarveth

(Eles não entendem)

Zarveth

(Nunca vão entender)

Sentimentos de rancor começaram a surgir. A humanidade, com suas fraquezas e falhas, parecia distante, como um eco que não se calava. A cada dia, a distância entre mãe e filho aumentava, e a luz que antes brilhava dentro dele começava a se misturar com sombras desconhecidas.

Ela continuava a cuidar dele, sempre esperando que um dia ele voltasse a se abrir, que a luz que a unia a ele pudesse brilhar novamente.

Mas isso nunca iria acontecer.