Aceitei as ordens que me foram impostas porque foi para isso que fui adotada, para servir a família Hanniger e não fazer parte dela. Aqui sou apenas mais uma funcionária, a diferença de mim para os outros é apenas a maldita hierarquia.
Sou jovem demais, porém todo o treinamento e aprendizado fornecido pelos melhores professores e conselheiros da máfia fez de mim uma mulher antes do tempo, uma arma caso for necessário para proteger as costas quentes de Axel Hanniger.
Aprender a lutar não foi fácil, muitas e muitas noites dormi com dores insuportáveis pelo meu corpo mesmo tomando remédios, as marcas que ficavam muitas vezes aparentes me lembravam o rosto de Felicia, a minha progenitora na noite em que me abandonou à própria sorte em um lugar estranho quando eu não sabia me defender, mas agora sei.
Tive aulas de tiro com o melhor e mais preciso assassino da máfia, sei usar qualquer tipo de lâmina que estiver ao meu dispor e ainda tenho tempo de ser a babá de um homem seis anos mais velho que eu.
Dentro do jatinho da família Hanniger, uso um óculos escuro para que Axel não veja o quanto chorei essa noite por lembrar da minha infância e a saudade que sinto da vida que eu tinha antes de tudo desmoronar. Ele me provoca ao se sentar de frente para mim, o normal de todos os dias.
— Por que não se impôs mais, santinha? Já que me odeia tanto e não quer isso tanto quanto eu. — sinto o amargor em suas palavras.
— Não estou onde estou para me impor e sim seguir ordens. Não há nada que possamos fazer, senhor Hanniger. — minhas palavras saem tão secas e frias quanto meu humor hoje.
Axel se inclina na minha direção, meu rosto está virado para o lado da janela do jatinho acompanhando o pequeno avião taxiar nos levando diretamente para o inferno. Ao se inclinar ele já me diz o óbvio.
— Se sua vida não era um inferno ao meu lado aqui pode ter toda certeza que lá vou enlouquecer você... De um jeito ou de outro irei destruí-la como um castelo de cartas que desmorona com o vento.
Eu apenas abro um sorriso sem qualquer pingo de humor enquanto observo o chão se afastar cada vez mais de nós. Eu poderia fazer esse jatinho cair quando atingir sua altitude perfeita e acabar com tudo isso, com nós dois.
Mas seria fácil demais, uma morte limpa e indolor para Axel Hanniger não é o que eu realmente iria querer. As horas seguidas de voo foram repletas de silêncio, cheiro de bebida e cigarro. Axel parecia uma mistura de alambique com lareira de tanto que fumava seu cigarro fedorento e acabava com as bebidas do pequeno bar do jatinho.
Quando finalmente chegamos a nossa nova morada tive que arrastar aquele homem enorme para o quarto dele que me foi direcionado por um dos funcionários. Joguei ele na cama e uma funcionária se mostra solícita.
— Senhorita Foley, posso ajudar com ele se precisar. — olho para a funcionária e percebo o desejo dela em ver o corpo de Axel.
— Não preciso de ajuda, é melhor se afastar. Axel costuma ser um pouco indisciplinado quando está assim e algumas vezes agressivo. Meu conselho para você é não se aproximar quando encontrá-lo assim. — sou obrigada a lançar-lhe um olhar mais firme — Outra coisa, ainda não conhecemos você o suficiente, então não se dirija a nenhum de nós sem ser chamada. Pode sair.
— Sim, senhorita. Com sua licença. — a funcionária abaixa a cabeça e sai.
— Você só me trás dor de cabeça. — olho para Axel irritada.
Vou até o banheiro e abro o chuveiro no frio, volto para o quarto e tiro os sapatos e meias de Axel. Em seguida, tira a parte de cima de seu terno com muita dificuldade já que ele não colabora em nada. Deixando-o apenas de calça o jogo em minhas costas, arrastando aquele homem alto e forte para o chuveiro.
Somente quando a água fria bate em suas costas ele começa a despertar e reclamar da água gelada, consigo colocar ele de pé e a água bate em seu rosto que o faz despertar de vez.
— Está perdendo a vontade de viver? Essa porra está fria!
— Da próxima vez beba menos, não sou a merda da sua babá. — me viro para ir embora, mas ele me puxa pelo braço e me pega no colo.
Por impulso acabo abraçando a cintura dele com minhas pernas, nunca tivemos um tipo de contato assim antes. Ele soca meu corpo contra parede nos fazendo ficar embaixo da água fria.
— Se você não me soltar agora, corto sua garganta com meus dentes, Axel Hanniger! — o ameaço sem tirar meu olhar do dele.
— Tenho certeza que não é na minha garganta que quer colocar sua boca, Megan! Mas de mim você só terá desprezo, você não me atrai em nada.
— Será que sou eu mesmo a interessada? Você que está me tocando sem a minha permissão!
— Eu nunca, jamais terei qualquer interesse em você além do ódio e a raiva que nos consome, Megan.
— É mesmo? Não tem interesse em mim? Veremos!
Seguro firme o rosto dele e o beijo, droga, esse desgraçado roubou meu primeiro beijo que era para Tom. Mas esse beijo não vale, esse é de ódio e não amor, nunca terei esse sentimento por outro homem além dele.
Beijo Axel com tanta luxúria que o sinto crescer entre minhas pernas, a língua dele exige a minha com tanto afoito, com tanto desejo. Suas mãos apertam meu corpo, exigentes e sedentas de pele, de calor e somente nesse momento mordo os lábios dele que rapidamente me solta.
— Seu amiguinho cresceu rápido demais para alguém que me odeia e me quer morta. — debochei ao me afastar.
A expressão no rosto de Axel é estranha, não consigo decifrar, mas ao tocar em seu ego masculino ele volta a ser o mesmo Axel de sempre ao me atacar verbalmente.
— Meu pau sobe para qualquer vadia que roça nele, Megan. Não pense que você é especial. — a frieza em sua voz parece uma faca de dois gumes que me atinge em cheio.
— Se tocar em mim novamente sem a minha permissão irei decepar sua mão sem pensar duas vezes.
Sai do banheiro com o gosto do sangue dele em minha boca, ele só me fez odiá-lo mais.
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Comments
Josigg Gomes Galdino
Com certeza,ele sentiu algo, além de desejo
2025-04-11
1
Claudia
Se isso é ódio imagina quando for amor💖💖💖💖💖💖💖🧿♾
2025-02-19
2
Vanilda Costa
Ele pegou pesado agora.
2025-02-14
1