Doce Tentação do Mafioso

Doce Tentação do Mafioso

Balas e sangue

Capítulo 1 – Balas e Sangue

O cheiro doce de caramelo misturava-se ao ar frio da noite. Isabella puxou o casaco surrado para mais perto do corpo, tentando se proteger da brisa cortante enquanto segurava seu pequeno cesto de balas. As ruas de Palermo estavam movimentadas, com faróis piscando e buzinas ecoando pelo asfalto molhado pela garoa recente. Ela caminhava rápido, desviando dos transeuntes apressados, os olhos atentos aos clientes habituais.

Vender balas nos semáforos era sua única forma de sustento desde que sua avó adoecera. Isabella nunca reclamara da vida simples, mas às vezes sonhava com algo melhor, com um futuro diferente. Talvez abrir uma pequena doceria. Talvez ter alguém ao seu lado.

Ela suspirou, afastando pensamentos impossíveis, e virou na rua lateral de um clube noturno, onde costumava vender balas para os seguranças. O beco era mal iluminado, mas ela já conhecia o caminho.

Foi então que ouviu os sussurros e o som metálico de uma arma sendo engatilhada.

Isabella parou no meio do passo, seus sentidos aguçados pelo medo. Algo dentro dela gritava para voltar, mas sua curiosidade a impediu. Silenciosa, deu um passo para o lado, espiando por trás de uma pilha de caixas.

Dois homens estavam ajoelhados no chão, a respiração pesada, os rostos suados de pavor. À frente deles, cercado por outros três homens armados, estava um homem alto de terno preto. Sua presença era intimidadora, irradiando poder e frieza. O brilho prateado da pistola em sua mão refletiu a luz amarelada do poste próximo.

— Vocês sabem o que acontece com traidores, não é? — Sua voz era grave, carregada de um sotaque italiano sedutor e perigoso ao mesmo tempo.

O silêncio respondeu. Os homens ajoelhados tremiam, seus olhares fixos no cano da arma que os condenaria.

Isabella mal teve tempo de processar antes que o estampido do tiro ecoasse pelo beco.

Seu corpo inteiro gelou quando o primeiro homem caiu morto, sua cabeça pendendo para trás em um movimento brusco e grotesco.

O segundo começou a soluçar, implorando por sua vida.

— Por favor… eu tenho uma família…

O homem de preto inclinou a cabeça, como se ponderasse por um momento, antes de apertar o gatilho mais uma vez.

Outro disparo. Outro corpo tombando no chão.

O grito escapou dos lábios de Isabella antes que ela pudesse se conter.

O homem se virou instantaneamente, os olhos azuis gelados encontrando os dela na escuridão. Isabella sentiu o ar escapar de seus pulmões. Ele era incrivelmente bonito de uma forma cruel—rosto esculpido, barba sombreada e um olhar predatório que fez seu coração martelar contra o peito.

Um de seus homens olhou para ele.

— Testemunha, chefe.

A atmosfera mudou no mesmo instante. O ar ficou pesado, carregado de algo mais perigoso do que o próprio cheiro de pólvora.

Isabella sentiu as pernas tremerem. Seu corpo inteiro dizia para correr, mas ela sabia que não conseguiria escapar.

O homem guardou a arma no coldre, os lábios se curvando em um sorriso perigoso. Então, começou a caminhar em sua direção—sem pressa, como um predador que já sabia que sua presa estava encurralada.

Cada passo que ele dava parecia ressoar no peito dela como um tambor.

Quando parou à sua frente, Isabella notou o cheiro amadeirado do perfume dele, misturado ao aroma metálico de sangue.

— Qual é o seu nome, dolcezza? — Sua voz era baixa, arrastada, como se estivesse se divertindo com o medo dela.

Ela abriu a boca, mas sua garganta estava seca.

— I-Isabella… — conseguiu sussurrar.

O sorriso dele se alargou, os olhos deslizando lentamente pelo rosto dela.

— Belo nome.

Ele ergueu a mão e, com um gesto, dois de seus homens se aproximaram rapidamente. Isabella se encolheu, tentando recuar, mas dedos firmes seguraram seus braços.

— Bem, Isabella… Parece que agora você me pertence.

Os olhos dela se arregalaram, e antes que pudesse gritar, um pano foi pressionado contra sua boca. O cheiro forte de clorofórmio nublou seus sentidos. O último som que ouviu antes de perder a consciência foi a risada baixa e satisfeita do homem que acabara de selar seu destino.

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Comments

Tielen Rocha

Tielen Rocha

já gostei do começo da história ☺️☺️

2025-02-26

0

Dione Lopes

Dione Lopes

Um bom começo vamos ver mais adiante.

2025-02-21

0

Maria Socorro Netos

Maria Socorro Netos

comecei ler agora 20/02/2025

2025-02-21

0

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