Violência

Era uma tarde nublada e fria em Mystic Falls, e Agatha sentia uma preocupação crescente em seu peito. Sabia que, por mais que Jeremy tentasse esconder, ele estava se afundando cada vez mais no luto, lutando de maneiras destrutivas para lidar com a dor da perda dos pais. Ela tentava ser uma boa prima, uma boa amiga, mas não podia evitar o medo de que ele se perdesse no caminho errado.

Depois de ouvir rumores sobre ele se envolvendo com drogas e indo a um lugar afastado para usar, Agatha decidiu que não podia mais ficar de braços cruzados. Ela vestiu sua jaqueta, pegou seu celular e saiu sem dizer nada para Elena, que ainda estava ocupada com Stefan.

O local onde Jeremy costumava ir era um daqueles cantos esquecidos da cidade, um depósito abandonado na periferia, onde o barulho de motos e gritos não eram incomuns. Agatha chegou silenciosamente, observando de longe para ver o que estava acontecendo. Lá, ela o encontrou — Jeremy, pálido e visivelmente perturbado, estava sendo segurado pelo colarinho de sua blusa por Tyler, o garoto popular, mas problemático da escola. O ódio nos olhos de Tyler era palpável.

Agatha não pensou duas vezes. Correu em direção a eles, empurrando Tyler com toda a força que tinha.

— Larga ele! — gritou, sua voz firme, mas cheia de raiva.

Tyler olhou para ela, confuso e irritado, e então, sem perder tempo, partiu para cima de Agatha.

— O que você vai fazer, louca? — ele zombou, avançando agressivamente.

Antes que pudesse fazer mais, Jeremy, que parecia um tanto desorientado, levantou a voz, gritando para Tyler.

— Cala a boca, Tyler! — ele gritou, impulsionado por algo que Agatha não conseguiu entender, mas que parecia uma centelha de raiva reprimida.

Com isso, Tyler parou por um momento, mas não demorou a se virar para Jeremy com o olhar cheio de hostilidade. Vicki, a garota com quem Jeremy parecia ter algum tipo de envolvimento, apareceu de repente, segurando-o pelos braços, tentando acalmá-lo.

Agatha se colocou entre Tyler e Jeremy, olhando-o diretamente nos olhos com uma expressão desafiadora.

— Vai pra casa, Tyler. Vai tomar no… lugar certo! — ela disparou, sem se importar com o que ele pensava de suas palavras.

Tyler rosnou e, sem mais palavras, saiu dali com um último olhar furioso.

Agatha respirou fundo e virou-se para Jeremy, que estava parado, olhando para o chão.

— Jeremy, você não pode continuar assim. Isso não vai mudar o fato de que nossos pais estão mortos — disse ela, a voz mais suave, mas com a mesma firmeza.

Jeremy não respondeu de imediato. Ele apenas resmungou algo inaudível e virou-se, indo na direção oposta.

— Não vai adiantar ficar se afundando nisso! Você precisa seguir em frente! — ela gritou atrás dele, mas ele não se virou.

— Eu sei o que estou fazendo, Agatha. — Ele disse, sem emoção, enquanto seguia seu caminho, mais uma vez, em silêncio.

Agatha ficou ali, observando-o afastar-se. Ela sabia que não podia resolver tudo, mas não poderia mais deixar as coisas seguirem sem fazer nada.

Ela suspirou e, com o coração apertado, seguiu seu caminho, sabendo que o amor e a preocupação por Jeremy estavam longe de ser suficientes para salvar a ambos. O luto era uma batalha difícil e, em Mystic Falls, ninguém estava imune à dor.

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