CAPÍTULO 5

∘⁠˚⁠°✧⁠* Arthur ✧⁠*∘⁠˚⁠°

 Não acredito que realmente vou ter que fazer isso, isso estava fora de cogitação: ficar trancado num quarto de uma academia de economia pelo resto de um ano inteiro, vou perder a primavera quando eu sair, vai ser justamente no começo do inverno, isso é tão sem graça a única época do ano que me traz boas sensações, eu vou perder todas.

  — Pronto, aqui estamos nós.

  Eles finalmente chegaram ao seu destino, Arthur se sentia incapaz de dar algum passo para frente dentro do muro que cercava a instituição, ele encarava-a e pensava seriamente se não era melhor fugir.

 Talvez se eu fugir, será que o meu avô me encontraria? talvez o meu pai, mas não tenho nenhum dinheiro para me virar,minhas economia ficaram todas no banco dos Estados Unidos. Parece que vou mesmo estudar aqui, que coisa não.

 Ele não conseguiu ter coragem para se quer tentar fugir, os seus pensamentos não saíram disso. Na verdade, ele nunca teve vontade de realmente fazer isso.

 O meu avô disse que eu tinha que falar com um senhor de cabelos azulados, supostamente o diretor daqui, aonde eu poderia encontrá-lo... não quero ter que perguntar a ninguém que não seja um funcionário daqui. se eu puder falar o menos possível com qualquer pessoa seria melhor.

 — Senhor Carter.

   Gelei.

 A voz que chamava Arthur se tratava do diretor Joseph que estava à sua espera. Ele era de postura excelente, e tinha uma grande barba, as suas roupas se tratavam de um belo terno feito sobre medida, Arthur só conseguia alcançar o seu pescoço, um pouco milagroso para um jovem de altura mediana.

   — Você é Arthur Carter?

   — Sim, sou eu, muito prazer Senhor.

 Os dois deram um aperto de mão firme, como dois bons conhecidos.

 — Me acompanhe até minha sala.

...****************...

 — Era só isso que precisava dizer-lhe. Quem irá mostrar-te toda a nossa Academia será o meu neto, Jasper, que também será seu colega de turma.

 — Sim, pode acompanhar-me Carter.

 — Muito obrigado, diretor.

 Outro belo aperto de mão. Penso que os dois já são bons amigos.

 — Mora por aqui Carter? Nunca ouvi falar sobre o Alexander ter um neto morando com ele.

 — É porque não moro aqui desde dos meus sete anos, estava nos Estados Unidos assim como o resto da minha família.

 — Ah sim! entendo. Então vai estudar economia... Biblioteca à esquerda.

   Ele não vai parar de me perguntar as coisas. Como queria que um de meus amigos estivesse aqui para fazer boas piadas desse engomadinho. Não gosto nada das pessoas dessas vizinhanças do vovô, eles são tão insuportáveis quanto conseguem ser. Ele ainda tá falando pelos cotovelos, qualquer pessoa perceberia que eu não tô dando a mínima pra conversa fiada.

 — Jasper, não é querendo ser grosso até mesmo porque a minha mãe me ensinou ser um cavalheiro. Não pretendo sair a falar da minha vida ou o que desejo fazer para alguém que acabei de conhecer. E não sei se consegue ser educado o suficiente para não incomodar as pessoas com muitas perguntas que obviamente, a pessoa que estar a ouvir não quer responder, se puder me mostrar o resto da Academia sem me importunar eu irei agradecer com toda a gentileza do mundo.

 A carranca que aquele jovem engomadinho fez, não foi nada engomada, ele concordou com desdém. E terminou a tarefa que foi dada pelo seu avô.

 — Terminamos por aqui Carter.

  Ele torceu tanta língua para falar o nome de Arthur, deu até pena do pequeno músculo daquele rapaz.

 Ainda bem! Não aguentava mais essa criatura.

 — Muito obrigado Jasper.

  Olha só para ele, tem gente que não se enxerga, Nem o meu avô anda com o nariz tão para cima, e olha que ele tem motivos. Acho melhor ir para meu dormitório, o céu está fechando, deve cair um pé d'água em breve.

 Naquela noite choveu o bastante para Arthur adormecer como uma criança, ele se quer pensou no jantar. O clima estava favorável para que aproveitasse seu sossego.

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